TEXTO DE CLÉBER LIMA DA SILVA(Jornalista,Professor,Advogado)
PALPITES DE RICARDO NACIF NJAIM
AS AVENTURAS DO KANIF DE KANIF (1)
Depois de um sopro celestial:
__ Vai, Edson, ser Kanif de Kanif num jornalzinho de Ubá, vai!
E assim surgiu para o mundo o nosso personagem!EDSON FURTADO CAIAFFA, KANIVETE OU KANIF.
Mas, ele pode surgir em qualquer esquina de Ubá, montado em seu camelo-sua inseparável bicicleta. Ou numa esquina do Rio. Sempre aprontando.
O que gera confusão em todo mundo é o nome do jornal e o apelido de seu Diretor-Redator-Editor-Chefe Geral , Edson Furtado Caiaffa. Ambos são tratados por KANIVETE e atendem no mesmo endereço. Quem não confunde é a esposa, D. Terezinha, a única no mundo a falar Edson .
O primeiro número, em 18.05.1952, trazia o seguinte editorial:
APRESENTAÇÃO-Com o firme propósito de satisfazer a todas as pessoas de boa vontade, nasceu o nosso pasquim...
Estas foram as primeiras palavras impressas debaixo do sugestivo nome O KANIVETE (que ainda não era o mais procurado, o que não tardaria a acontecer), em Ubá, no dia 18 de maio de 1952, fazendo agora a bagatela de 38 anos.
Uma frase solta, mas que possui um conteúdo tão profundo, é até profético, chegando a ser genético : NASCEU O NOSSO PASQUIM . Um dos precursores da valente imprensa nanica , também chamada alternativa , O KANIVETE, pelo gênero, conteúdo e etcétera e tal, vinha mostrar que tamanho não é documento - características básicas para uma investigação de paternidade-que levaria à conclusão de que é o pai de O PASQUIM , um jornal- que fez da gozação uma coisa séria.
Mais tarde, no final dos anos sessenta, seria lançado no Rio para azucrinar alguns e satisfazer o ego da maioria do povo.
Entre as muitas coisas interessantes, uma delas, é que ao citar determinada pessoa, O KANIVETE ,logo adjetiva, ou seja, bota um adjetivo, como um bordão, para não deixar dúvidas e fazer humor. Ao se referir ao Dr. Breno Dutra Mendonça, logo acrescenta depois da vírgula, o da Ave Maria macha , numa clara referência ao folclórico caso atribuído ao pai da radiodifusão na região , que após terminar a oração das 18 horas, feita em brilhante improviso, exclamou entusiasmado, achando que estava em OFF: êta Ave Maria macha, sô! . Acontece que o microfone estava ligado e todos na região ouviram pelas ondas sonoras da Rádio Ubaense.
Ao referir-se ao Major Siqueira, seguido da vírgula, vinha: o do mictório do Beco do Padilha ...
A gente teve a felicidade e privilégio de se deliciar com toda a coleção de O KANIVETE , devidamente encadernada. E foi com vivo interesse que a gente acompanhou o Concurso Qual o maior dançarino de Ubá , em suas fases masculina e feminina. Depara-se com nomes conhecidos hoje, que no auge da mocidade, dançavam pelos bailes da vida ubaense .
O concurso, lançado em 1952, só terminou em novembro. A disputa foi acirrada.A cada edição, um resultado diferente. E eis o placar final:
RAPAZES - 1-Alberto Haikal 2- Dirceu Crispi 3-Orestes Cruz 4- O Kanivete (deve ter sido marmelada) 5- Nilton Lentine. Em seguida, outros nomes : Mininho, René Manhães, Carlos Silva Pinto,Talú Mazzei, João De Filippo, Nirson Bertelli, Eduardo Alvim Barbosa,Eduardo Jacob, Walter Miguel Jorge, João Soares, Gil Gomes, Bimba, Elizário, Renato Carneiro, Vítor Miguel Jorge(padrinho de crisma do Ricardo),Braz Fausto, Pipino, Artur Andrade e Nery Cavaliére.
MOÇAS - 1 -Dalva Dias Paes 2- Marly Brandão 3 - Adélia Mazzei 4 - Sorella Lauria Trajano 5- Neuza Peixoto. Em seguida outros nomes com excelentes votações: Marly Singulani, Lizete Cunha, Telma Crispi, Cléa Peixoto, Neusa Peixoto, Cleuza Peixoto, Maria Léo, Terezinha Sales, Jeanete Singulani, Helvia Andrade, Nízia Brandão, Marta Lúcia Trajano, Terezinha Corrêa, Stela Santos, Maria de Lourdes Alves de Andrade.
Os títulos em latim, mostravam a preferência do escriba pela língua mater.
