Benditas sejam as crises e benditos os conflitos. Como??? Are you crazy??? É isso mesmo! Aliás, como dizia uma certa ordem religiosa-cristã: “Bendito seja o pecado que permitiu o envio do Salvador. Sem o primeiro não viria o segundo”. Não se vai com isso buscar as desavenças ou mal-entendidos de graça, já que não se trata de masoquismo. Não há o que se preocupar, de fato, já que elas surgem como processo natural da evolução. É que a crise e o conflito conseguem incitar o retorno do ser humano ao vácuo quântico para que soluções ainda impensadas possam emergir. Elas se configuram como pontos de bifurcação ou de avalanche na vida do indivíduo, da família, do grupo. Incitam, sugerem, mas não forçam. Aqueles que têm consciência disso, podem optar pelo esvaziamento interior na busca do novo. Foi o que fez Jonas na alegoria bíblica. Entretanto, a conduta de simplesmente maldizer esses acontecimentos não desejados e ficar lamentando, reclamando do mundo, de Deus e de todos à volta faz com que a situação permaneça e, aliás, piore. Só o vácuo, o vazio é que permite soluções novas, originais, criativas que não estão escritas em lugar algum. É o despojar de toda a bagagem para querer ver o novo sem ao menos tentar impor sua visão já impregnada de comportamentos e condicionamentos adquiridos no passado. Nas várias tradições religiosas, esse vácuo é identificado como o próprio Deus, a essência a partir da qual tudo pode ser renovado. Quem é, pois, que não se lembra do apocalíptico “Eis que renovo todas as coisas”? As grandes crises e conflitos ocorrem em certos momentos da vida. As pequenas, no dia-a-dia. Então, quem está disposto a seguir o camuflado e poderoso convite?