A legião tem necessidade da flor rara, como também precisa ver e tocar o lodo.
Na exposição, a legião está presente, é santificado pela legião que cada um admire a flor...
Mas também é impossível ao legionário viver sem mergulhar no lodo.
No lodo da minha vida te encontro meu amor...
Quando você estava lá, embasbacado com a beleza, eu amornava esse lugar tão nosso, tão raro quanto à flor!
Quem cultivaria a flor que nasce independente de qualquer mão, não fosse a certeza que a legião fosse vê-la? E para quem seria o lodo que sempre houve, senão ela mesma?
Gosto do teu querer lodoso, do teu admirar dilatado, por flores raras.
Floriremos em nossa dimensionalidade diletante; no dislate do nosso amor, assim que cearmos as pétalas!
No chalé imaginário, mas chamejante, que teimamos em construir, nos banharemos lassos no lastro de nossos reais enganos.
Já que a flor há de renascer, e o lodo será perene, para tolerar o pejo nosso de cada dia,
vamos nos saciar um no outro; ou, uns nos outros, quiçá possamos? Você gosta de palavras arcaicas, lembre-se! Quiçá, é o teu orgasmo onírico.
Quem não vai a flor além do que se acostumou à grama ordinária de sua vida mais incomum?
Alguns algozes de seus próprios interesses duvidosos deitam homenagens simples e sábias a grama, quando não a ela, naquilo que consideram clímax. Riem da beleza da margarida que nasceu despudorada e desatenta a tudo a sua volta. Soubesse ela do perigo que há, tornar-se-ia, em flor rara...