Usina de Letras
Usina de Letras
17 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63238 )
Cartas ( 21349)
Contos (13302)
Cordel (10360)
Crônicas (22579)
Discursos (3248)
Ensaios - (10684)
Erótico (13592)
Frases (51763)
Humor (20179)
Infantil (5602)
Infanto Juvenil (4949)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141311)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6356)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Ensaios-->Diário de um pseudônimo (025) (2004/08/11) -- 09/03/2005 - 22:50 (Penfield Espinosa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Diário de um pseudônimo (025) (2004/08/11)

Penfield Espinosa



11/08/2004

Terminei hoje de ler O Primo Basílio, de Eça de Queiroz.

Algum crítico disse que todo romance realista é a história de um adultério.

Naturalmente, com realista ele queria dizer que o romance havia sido escrito de acordo com os cânones do movimento realista, que floresceu e feneceu no há quase dois séculos atrás.

Mas seria interessante pensar em outras interpretações: por exemplo a de que todo romance que se preocupe em se ater à realidade (portanto realista) conta a história de um adultério.

Outra interpretação é a de que todo affair, todo caso -- ou todo romance -- que se preocupe com a realidade (dos sentidos? dos sentidos?) termina sendo um adultério. E que, portanto, só os adultérios é que são romântico -- qualquer outra forma de enamoramento é irremediavelmente falsa ou distante da realidade.

Claro, à parte as viagens do pensar -- Livre pensar é só pensar, segundo Millor Fernandes -- choca no romance a vingança da criada e o uso inconseqüente que o personagem título -- pouco importante, aliás -- faz de Luisa, sua prima, verdadeira heroína do romance.

Inclusive no sentido de estar alienada de sua própria vida e sentidos.

Outro ponto interessante é que Eça de Queiroz fez um romance que pode ser lido em pelo menos dois níveis -- um recurso usado por Oscar Wilde em suas peças. Um deles conta a história de um vilão (o primo) que destrói a vida de uma mulher ingênua, a prima.

Em outra leitura, vemos o primo sim como um um folgazão, um sedutor irresponsável, mas ainda assim um sujeito com sentimentos, capaz de sentir culpa e tristeza. Nessa segunda leitura, até mesmo o Conde Reinaldo, seu mentor e apoio para a inconseqüência com o sentimento alheio, termina de certo modo justificado em seu amargor e pessimismo maldoso: estava a perder sua fortuna, provavelmente com as farras, pois durante o romance vende sua última propriedade.

S. Paulo, 11 de agosto de 2004

(Copyright © 2004-2009 Penfield da Costa Espinosa)
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui