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Ensaios-->Mística, Tradições e Imagem -- 13/05/2005 - 10:08 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Aos prezados amigos, para apreciação e crítica, o último artigo publicado.

Abrs do Gen Marco Felicio marcofelicio@acessa.com


MÍSTICA, TRADIÇÕES e IMAGEM

Uma das características mais importantes de uma Força Armada é a mística com que a Nação a enxerga em todos os momentos, principalmente, naqueles em que estão em jogo os destinos do País. Esta mística pode ser traduzida pela
percepção que o povo tem do sentimento dos seus integrantes de devotamento arraigado à Nação e aos interesses nacionais, pelo sentimento de bem
servir ao País e de cumprir com o sacrifício da própria vida as missões impostas pela salvaguarda da segurança e da integridade do território nacional. É o sentimento de responsabilidade e de honestidade no trato da coisa pública.

É o sentimento da permanente mão amiga e braço forte nos momentos de calamidade. É o sentimento inabalável de confiança nos chefes,
entregando-lhes a solução de suas necessidades. Esta mística, sem dúvida, é
resultante das tradições históricas da Instituição Armada e da imagem, que pela sua ação, ao longo dos tempos, extremamente positiva, reflete sobre a toda a Nação.
Sem dúvida, as Forças Armadas Brasileiras, ao longo dos séculos, criaram identidade própria, originária de sua participação plena na feitura de nossa História. Estiveram presentes, como protagonistas importantes, com espírito
de corpo e não corporativista ou mercenário, em todos os momentos que marcaram profundas mudanças no contexto social, político e econômico do País, como por exemplo em 1964. Não há razão para não se orgulhar de tudo
isso.

Embora repetitivo, digo que os atuais governantes parecem desconhecer a evolução histórica de nosso País, a qual mostra que a extensão territorial que herdamos de nossos antepassados, dando lugar a um País continente,
sobre o qual erigiu-se estado-nacional com firme unidade, é produto, em grande parte, do papel político desempenhado pelas FA, não só como poder moderador interno, mas, também, como poderoso instrumento de defesa da soberania e
dos interesses nacionais.

Fingem ignorar o papel desempenhado pelos militares, dignificando a gente brasileira, nas mais afastadas fronteiras, no interior e nas cidades, instruindo militarmente massa considerável de jovens, formando-os moral e
civicamente, desenvolvendo aptidões profissionais, fornecendo alimentação
e cuidados médicos e odontológicos, proporcionando nova perspectiva de vida
e constituindo verdadeira e, sem igual, rede de proteção social. E não falamos nas diversas e numerosas missões, de natureza não militar, como a construção e reparação de pistas de pouso, estradas, ferrovias e pontes, trabalhos de
cartografia e, também, as de apoio de saúde à população, principalmente na Amazônia, e emergenciais (como em calamidades, na distribuição de água, remédios e alimentos) e, ainda, em ações eventuais.

Num mundo, no qual a incerteza é a maior das ameaças, pleno de antagonismos que não raro levam à violência armada, no qual os países, cônscios da necessidade de defesa de seus interesses, preocupam-se com a projeção de
poder e de um perfil político- estratégico compatível com o seu desenvolvimento, este governo, dando continuidade ao anterior, sem
traduzir concretamente promessas e mais promessas, leva a Força ao sucateamento
material, procurando macular sua imagem, desmoralizando-a perante a opinião pública, insuflando a insatisfação interna, o desprestígio de seus chefes, a quebra da liderança e o enfraquecimento do moral dos quadros e da tropa, o que não passa desapercebido até mesmo pelos medianamente inteligentes ou os de visão curta. Tentam acabar com a mística das Forças Armadas, colocá-las
de joelhos e destruí-las.

Por qual razão chegamos a esse ponto? Porque ao longo desses últimos anos abrimos mão de legítima 'Expressão Política', que ninguém poderá reprimir ou negar em nome da democracia, que deve ser traduzida pela participação
efetiva no processo político, exercendo a parcela de poder que cabe às Forças Armadas, principalmente no momento crucial em que se pretende redesenhar o Estado, mudando-se conceitos e estruturas fundamentais, sob
pressões de diferentes naturezas, internas e externas ? Retrato bastante fiel dessa situação é o que a mídia tem mostrado acerca dos tristes
protestos das mulheres de militares em face da questão salarial, fotografia de uma imagem desbotada do passado pela postura retraída das chefias militares que demonstram, nitidamente, falta de liderança e capacidade de influir politicamente, gerando o desencanto com a falta de recursos de toda ordem, a frustração pela obsolescência do material e defasagem
tecnológica, forte queda no padrão de vida da família militar e, principalmente, a
demolição paulatina de uma identidade e imagem conquistadas duramente ao longo dos tempos. Até mesmo a timidez de comemorar e valorizar episódios inerentes à tradição histórica-militar, como a contra -revolução de 31 de
Março, ou a tibieza no caso das notas contraditórias, emitidas acerca das falsas fotos do suicida Herzog, são demonstrações de uma fraqueza que a própria população percebe e não admite, em se tratando da Instituição Militar, por macular a imagem da mesma.

Vivemos instabilidade social interna e ambiente internacional adverso, pleno de antagonismos, principalmente econômicos, no qual não existem países amigos, mas países com interesses diversificados. Temos uma democracia
incipiente, na qual grupos de pressão e de interesses, na ausência de partidos verdadeiramente consolidados ideologicamente, impõem, muitas vezes, sua vontade à maioria da população, desorganizada, pobre e sem capacidade
de traduzir, concretamente, suas aspirações.
Pelo compromisso que têm para com a Nação, forjado ao longo da História, devem estar as FA prontas para lutar por suas necessidades e para
responder aos anseios e interesses do povo. Se têm tal dever, porque não o direito de
discutir e de participar, ativamente, das soluções dos seus próprios problemas e das questões nacionais ? Qual a razão de permanecerem paralisadas diante de assuntos que originam reflexos, os mais variados e
intensos, sobre a própria Instituição Militar ou sobre a Nação?

Que as Forças Armadas fortaleçam a sua mística perante a Nação, valorizando suas tradições e imagem, ocupando o seu espaço político devido, falando e agindo elas mesmas e não, intimidadas, deixando que terceiros o façam, uma vez que não existe vácuo de poder.

Gen Marco Antonio Felicio da Silva



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