TITÂNICA AGONIA
Retraída por inquietos dedos tangida
Revelando aos poucos íntimos segredos contidos
Abre, atrai, prende e arrebata ao sabor do vento
Como abelha se escondendo, ansiosa e fugidia
Trêmula, em titânica agonia, nas folhas do arvoredo
Que frente ao mel, atinge o nirvana em louca chama
E tal flamejante flâmula, incendeia-se, trepidante
Ardente, palpitando de emoção, quando, exaurido pela ação
Ruge, então, ensandecido o gozo mais supremo
Como numa augusta guerra à espada conquistada
E rende-se, caprichosa, e do alto do seu cavalo bravo
Finalmente senta-se, removendo-o da luta saciado
Atingido pela vibração tremenda da sua marcha, e abatido
Miguel Eduardo Gonçalves
|