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Ensaios-->Como escrever bem - Digestivo Cultural -- 28/06/2005 - 15:52 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Segunda-feira, 13/6/2005

Como escrever bem – parte 1

Marcelo Maroldi
http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=1654

Escrever bem não é uma das tarefas mais simples dessa vida, isso é fato, mas, de modo geral, escrever corretamente é algo acessível a todas as pessoas praticamente. Deixando de lado os fatores sociais e econômicos, escrever, pelo menos de maneira adequada, depende de uma série de fatores, que, normalmente, podem ser conseguidos individualmente, sem dependência de mestres ou incentivos de qualquer natureza. Evidentemente, a habilidade de combinar palavras, aliada a capacidade de inventar (ou narrar) histórias e descrever cenários interessantes são bastante pessoais, porém, podem ser desenvolvidas e treinadas. Felizmente, ninguém está fadado a escrever mal toda a vida...

Não pretendo fazer nenhuma espécie de manual de boa escrita ou de como se tornar um escritor, até mesmo porque não saberia como fazê-lo. Para isso, basta procurar na web que há inúmeros textos desse tipo, estilo manual de redação para vestibulandos (aliás, geralmente péssimos, pois, quase sempre não parecem considerar fatores fundamentais). Desejo, entretanto, explicar a minha visão de como evoluir no assunto e de como criarei meu filho para que aos 18 anos ele não precise ler manuais de como escrever bem para fazer a redação do vestibular, se ele quiser prestar, a propósito.

Antes de entrar nas Maroldicas, convém inicialmente oficializarmos a separação entre os tipos de escrita, afinal, escrever para um blog não é similar a escrever para o New York Times, assim como escrever para o saudoso Notícias Populares não é como escrever um livro. Pretendo abordar todos esses tipos de escrita, se possível, estendendo-o até as colunas futuras, se o editor desse Digestivo não me der o bilhete azul antes.

Como escrever bem, parte 1 – Antes de começar a escrever...

Nenhum humano nasce escrevendo, parece. Logo, deve existir algo que ocorre entre a saída do útero materno e o recebimento do Pulitzer. Bem, eu não sei o que é esse algo, mas posso chutar. Evidentemente, há casos extremos em que percebemos nitidamente que o escritor é um gênio, o que significa que o cérebro dele foi concebido para fazer aquilo – escrever - melhor do que as demais atividades (e, portanto, melhor que as demais pessoas). Esse tipo de escritor não me interessa pois é assunto da ciência, ele não é um cara qualquer. Interessa-me sim o escritor comum que escreve bem e que é igual a mim, e que deve ter sido “treinado” para isso. De modo geral – e já até demorei demais para falar isso – essas pessoas lêem muito. Diariamente. Incessantemente, às vezes. Na minha opinião, qualquer tipo de leitura treina o cérebro. Portanto, se você não se importar em treiná-lo apenas com vocabulário e linguagem web, leia apenas blogs. Se você não se importar em treiná-lo em frases triviais com apenas 3 ou 4 palavras, leia gibi. Mas, se você quiser um pouco de tudo isso, leia de tudo, mas privilegie as pessoas que escrevam bem, pois elas podem te ensinar mais sobre como escrever do que os que escrevem não adequadamente.

Está bem, está bem, eu disse o óbvio agora. Mas, então, porque as pessoas não fazem isso? Um dia conheci um rapaz que fazia jornalismo e tinha como ídolo literário nosso best-seller Paulo Coelho. Percebi que tinha algo errado, mas fiquei quieto, desconfiado, até receber um e-mail dele, contendo mais erros em 10 linhas do que todos os erros que Olavo Bilac escreveu na sua obra toda. Conversamos umas vezes depois... Ele ouvia os nomes e obras consagrados como se ouvisse pela primeira vez o grito de guerra da equipe iraquiana de hóquei sobre o gelo. Um dia, comentei: se você quer escrever bem, não pode ler mal...

O modo como se lê também é importante. Eu sei, ler é ler, certo? Errado. Não são todas as pessoas que lêem da mesma maneira... Ler como lazer não é como ler para aprender. Infelizmente. Seria muito mais fácil se cada vez que eu lesse um texto assimilasse tudo o que está nele, mesmo se naquele dia lia apenas para me distrair, enquanto o bebê confecciona uma sinfonia doce e meu time corria na TV ligada. Esse dia não devo ter prestado muita atenção porque até precisei voltar umas páginas atrás, depois, somente para descobrir o que tinha acontecido nelas... E, se eu quisesse ter aprendido mais, deveria ter analisado o texto, as frases, aprendido com as construções, o modo como ele descrevia a arma usada no crime, os adjetivos desconhecidos que ele atribuía ao assassino. E não fiz nada disso, só li. Eu me distraí, é verdade, mas foi só isso. Eu não tive uma aula de literatura na sala da minha casa naquele dia, ainda que o autor tivesse me mostrado exatamente como ele escrevia...

Bem, meu moleque já sabe que terá que ler, o que ler, quanto ler e até como ler. Agora é só esperar pelo sucesso, não? Não. Ele vai ter que escrever, escrever, escrever. Quando, aos 7, ele me trouxer uma poesia própria (que a mãe dele vai guardar, acredito), não vai ser tão boa quanto aquela que ele escrever aos 10. Nem a dos 15. Se ele parar para analisar, verá que tudo parece ser uma evolução na arte da escrita. Ele poderá ler todos os livros da biblioteca do rei Salomão, mas, se jamais escrever algo, minha editora terá que recusar seu primeiro conto, que estará fraco e imaturo. Daí, quando ele estiver revoltado comigo e ameaçar sair de casa, terei que explicar que o segundo geralmente sai melhor que o primeiro e assim por diante. É treino, meu filho. Você já aprendeu a ler, já o fez suficientemente, agora treine escrever suas próprias histórias e seus próprios personagens... Ele irá até me agradecer, anos depois dessa última aula, pois ele mesmo verá que o texto passa a fluir mais tranqüilamente quando já se escreveu dezenas deles pela vida. Você passa a arriscar mais, repete construções que lhe agradaram, insere vocabulário novo, sabe o que interessa ao leitor, sabe, enfim, escrever.
(Continua...)

Trainspotting - Irvine Welsh

Comecei a ler Trainspotting (Irvine Welsh, Editora Rocco, 2004) com alguma desconfiança, motivada, principalmente, pela descrição da contra-capa e algumas notas que havia lido anteriormente. Tinha ouvido falar do autor e da versão cinematográfica da obra, mas praticamente desconhecia o livro. Sentei para ler com a nítida impressão de que não me agradaria e terminei lamentando por ter apenas 350 páginas... Eu queria mais...

Não pode se dizer que temos uma história principal no livro. São dezenas de pequenas historinhas que montam o ambiente do livro, todas elas, sem exceção, com acontecimentos sobre a vida de um grupo de amigos(?) escoceses, a grande maioria dependentes químicos, alguns com passagens pela policia por roubo, alguns briguentos, muito sexo e, por isso tudo, muita lamúria e depressão, e um grupo de vidas perdidas...

Pode parecer um tema fácil e comum, mas, o livro não o é (nem fácil e nem comum). A começar pela linguagem, que acompanha os personagens, trazendo para o livro o modo particular de cada um falar, mas, diferente do que já vi, o autor não “força a barra” para parecer um deles (aliás, o autor sim é um deles, um ex-viciado). Cada personagem conta a sua vida. Embutidos nesses comentários, temos grandes reflexões sociais muito bem escondidas pelo autor nas palavras e atitudes dos “marginais”. Racismo, luta de classes e o que mais você quiser encontrar. A leitura pode, para alguns, parecer muito dura (porém, ela não vai parecer, ela realmente é). Alguns relatos são de nos fazer parar para respirar... aquele conjunto de palavras fortes, “sujas”, conduzindo o leitor para a montagem da cena às vezes assusta. E muito. Talvez por isso o livro cause tanto impacto em que o lê... Vale a pena.


Segunda-feira, 27/6/2005

Como escrever bem – parte 2

Marcelo Maroldi

Conforme disse no 'Como escrever bem – parte 1', é essencial ler (bem) para escrever de maneira correta. Mais do que simplesmente escrever sem erros, a leitura nos garante novas possibilidades de textos, novo vocabulário, novas idéias, novos estilos até. Escrever corretamente, apenas, pode ser útil, digamos, num texto jornalístico, mas, não é suficiente para possibilitar a confecção de uma poesia ou um texto literário, por exemplo. Há inúmeras e evidentes diferenças entre os tipos de escrita, e transitar confortavelmente através destes é o objetivo a ser alcançado, algo importante, aliás, afinal, escrever bem significa escrever bem qualquer tipo de texto, certo?

Ao se preparar para escrever algo, alguns passos devem ser seguidos (geralmente inconscientes, na maioria das pessoas). O primeiro deles é identificar claramente sobre o que você vai escrever (excetuando-se, talvez, romances/contos/poesias, tratados na 'parte 3' dessa série). Se você não tem a mínima idéia do que dirá no texto, é melhor procurar alguma fonte de informação que possa lhe auxiliar, ou correrá o risco de dizer algo equivocado. Saber sobre o que se vai dizer é metade da tarefa, a outra, aliás, é transformar tudo em palavras, ligá-las de forma adequada e, se for o caso, melhorar a construções e as ligações, em um segundo momento, geralmente. Se você não domina o assunto que irá abordar e não pode (ou não tem tempo para) consultar referências, pense duas vezes antes de começar. Se, ainda assim, precisar escrever por algum motivo, procure relacionar o texto com assuntos/tópicos que domina. Isto é, procure um mote para falar de algo que possa fazê-lo com segurança, tomando apenas o cuidado de encaixá-lo no assunto em questão. Mas, se você for alguém (muito bem) preparado para escrever, pode superar algumas vezes o problema do conteúdo apenas com a elegância do seu texto (o que, fique claro, é uma espécie de estelionato literário, afinal, você enrolou o leitor e ele nem percebeu!).

Bem, se você já tem em mente o que irá abordar no texto, precisa escolher a forma como fará isso. Essa fase é como escolher as suas roupas para vestir: se você vai ao cinema, usa um tipo de roupa, entretanto, se vai ao velório, usa outro tipo, e se vai a praia (ou esquiar), um outro, diferente dos anteriores, mas você precisa ter no seu guarda-roupa todos esses modelos, pois não sabe quando será preciso utilizá-los. Assim, se vai escrever para seu blog (internet/informal), para o Digestivo Cultural (jornalismo/internet) ou uma tese de doutorado(acadêmico), deve se encaixar no estilo esperado pelos que irão lê-lo. Jamais o contrário. Além disso, escrever bem não se refere unicamente ao texto em si, mas o modo como você o apresenta aos seus leitores.

* Internet – Depois dos blogs, essa parece ser a parte mais fácil de todas, não é? Talvez, vai depender muito de que tipo de leitor você tem e que tipo de autor quer ser para estes. De maneira geral, as pessoas não querem textos demasiadamente sofisticados para lerem na internet. Eu, por exemplo, só leio textos muito complexos deitado, com boa iluminação e longe do barulho do computador. Eu não leio nada muito sofisticado na tela do computador, não consigo me concentrar da maneira que é necessário. Portanto, para web, não complique muito na linguagem e no conteúdo. Independente do vocabulário e da forma da escrita usada, os textos da internet não devem ser longos, nunca! Cansei de visitar sites interessantes, porém, com textos gigantescos que levaria 2 ou 3 horas para ler... defronte o computador, evidente (nem todos têm impressora ou querem imprimir). Portanto, se seu texto é grande você já está quase fora. Outra coisa, não encha seu texto com infinitos links. Isso confunde o leitor e deixa seu texto sem graça. Coloque apenas os links realmente importantes para que qualquer um possa entender o conteúdo do seu texto e não um mar de referências perdidas. Esteticamente, separe os textos em parágrafos espaçados, pois blocos muito grandes cansam os leitores. Não use fontes nem cores incomuns (pode não parecer, mas a web tem uma espécie de padrão). Ah, e cuidado com o que irá escrever, pois a verdade pode estar a apenas algumas buscas no Google...

* Blogs – Há muitos tipos de blogs. Alguns têm textos mais bem escritos do que muitos livros que temos por aí. Todavia, não há muita responsabilidade envolvida. É um blog, meu amigo, se eu quiser, escrevo sem acentuar, uso linguagem web, escrevo de qualquer maneira! Isso é fato, por isso escrever para blogs é fácil. Provavelmente, você não irá receber um e-mail de alguém que visitou o seu blog e não o achou bem escrito. Acredito que isso não acontece, mas o contrário sim. Se visitam seu blog – e estão acostumados com esses blogs infanto-juvenis terríveis que proliferam por aí – podem se surpreender, vendo que ele é dos bons, o que é raro na internet. Para escrever bem em blogs é fundamental ser um leitor de blogs. Os blogs têm um estilo próprio, uma forma particular de informar, opinar e divertir, e, se você quer ter um blog, deve se encaixar... As pessoas irão ao seu blog querendo ler um blog (e o que isso significa) e é importante dar isso a elas, não importando o estilo.

* Jornal (impresso) – Parto do ponto inicial que jornal impresso nesse país é artigo de luxo, ainda que as garotas do Saia Justa pensem o contrário! (a propósito, eu gostava tanto da Márcia Tiburi... eu até queria casar com ela, sabe? O que ela está fazendo ali, Deus?). Isso significa que, apesar da educação ser um grave problema nosso, as pessoas quem lêem jornal têm (ou deveriam ter) instrução (é claro que alguns só olham o caderno de esportes, mas, finjamos que não!) e você pode, sendo assim, exigir mais de seus leitores. Como assim exigir mais de meus leitores?, não são eles que nos elegem? Não exatamente, se você escrever difícil (ou assuntos muito restritos), por exemplo, está escolhendo seus leitores (e isso só não muito é bom quando o jornal te solicita, educadamente, que você seja mais acessível e comum). Jornalismo, para mim, é muito – muito mesmo – distante de literatura. Alguns escritores são jornalistas, isso é fato. Mas, de modo geral, poucos jornalistas são escritores. Conheço jornalistas que não leram 20 livros nas suas vidas inteiras... Até sabem contar uma boa história, geralmente baseada em pesquisa árdua e citações nominais, mas são incapazes de escrever um livro pelo menos razoável. É completamente diferente uma coisa de outra. Inventar histórias e personagens é muito mais difícil do que reproduzir os que já existem. No jornal, você sempre tem o tamanho certo da sua matéria, o que quase sempre te impõe limites ruins. Nesse tipo de texto você precisa ser objetivo, direto. Mesmo que seja muito interessante, você não poderá escrever 50 linhas apenas sobre o sapato egípcio do personagem. Escrever texto jornalístico é quase como escrever uma receita de bolo, não há muito espaço para improvisação e nem para o talento particular do cozinheiro. Se você tem liberdade para publicar o que quiser, cuidado. Poesias são lidas por, vejamos, ninguém, ainda que boas. Mini-contos parecem atrair alguns curiosos, mas geralmente eles esperam assuntos muito amenos e superficiais. A linguagem?, depende do que se escreve, mas, geralmente, é simples, sem sofisticação, mas dentro dos padrões da mídia impressa.
(Continua...)

Alexandre, o grande - E.E. Rice

Quando chegou as telas o filme Alexandre (de Oliver Stone, com Colin farrell, Angelina Jolie e Anthony Hopkins), as editoras mundiais não perderam tempo em lançar livros sobre o assunto (lembro que a Folha de S. Paulo publicou os títulos que sairiam, motivados pela exibição do filme. Eram uns 6 ou 7, creio). Um deles é Alexandre, o grande (E.E.Rice, Editora Nova Fronteira, 2004) .

Em cerca de 100 páginas, com letras e espaçamento grandes, além de mapas e imagens, a autora procura dar uma visão geral sobre este importante nome da história mundial. Todos os argumentos são baseados em conhecimento comprovado a cerca dos fatos, visto ser a escritora uma arqueóloga, e, portanto, despreza lendas, mitos e histórias duvidosas (o que, na maioria das vezes, é o que agrada aos leitores comuns). Fora isso, é a história de Alexandre, muito rapidamente descrita (para ser lido em uma tarde e nem precisa ser inteira). Serve como introdução ao assunto.





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