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Ensaios-->Lula vai à TV Lumumba -- 16/11/2005 - 16:34 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Lula vai à TV Lumumba

Félix Maier

Dia 3 de outubro de 2005, a TV Lumumba havia entrevistado Hugo Chávez (http://www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=4217), um dos líderes do Foro de São Paulo, o onagro vermelho que não ousa dizer seu nome e que vem a ser a 2ª geração da OLAS de Fidel Castro. Dia 7 de novembro, para comemorar os 19 anos de existência e 1000º programa do Roda Viva, a TV Lumumba realizou o Roda Viva Especial, convidando o presidente Lula “obrigado, Fidel, por você continuar existindo” da Silva para ser entrevistado por alguns dos antigos “lumumbas” (1) que já haviam dirigido o programa hoje nas mãos de Paulo Markun.

Lula concedeu a entrevista (2) na Sala de Audiências, localizada no 3º andar do Palácio do Planalto, e, assim, teve mais sorte do que Chávez, que girou no Roda Viva mais que dervixe rodopiante, para responder as perguntas de jornalistas e “intelectuais” distribuídos em círculo, ao seu redor.

Antes de os convidados fazerem perguntas a Lula, Markun fez uma rápida retrospectiva do Roda Viva, lembrando as personalidades que já passaram pelo programa, como Ermírio de Morais, Brizola, Fernando Collor, Pedro Collor, Zélia Cardoso de Mello, Prestes, Fidel Castro, Ayrton Senna, Jô Soares, Gilberto Gil, Chávez e outros, além do próprio Lula.

Lula inicia a fala abordando os 30 anos da morte de Vladimir Herzog, em 1975, o que teria começado a desmontar o regime militar. Isso, obviamente, é uma velha mentira, sempre repetida pelas esquerdas, porque a abertura democrática, “lenta e gradual”, do sistema político então vigente foi ditada unicamente pelo presidente Geisel, o “déspota esclarecido” que, com mão de ferro, ditou o timing político que resultou na Lei da Anistia promulgada durante o início do governo Figueiredo.

Inquirido por Markun se teve conhecimento das denúncias sobre a corrupção petista, Lula comportou-se como o autista de sempre, de que nada sabia nem ouvira falar. Surpreendentemente, Lula assumiu a responsabilidade pelo que está ocorrendo com a corrupção instalada em seu governo, quer tenha ciência ou não dos fatos. Porém, logo em seguida passou a atacar a oposição, por fazer “denuncismo vazio”, sem apresentar provas. Depois, talvez querendo retificar o que havia dito sobre sua responsabilidade nas maracutais petistas, Lula disse que sua responsabilidade é apenas “mandar apurar”.

Augusto Nunes perguntou se era verdade que Roberto Jefferson tinha informado a Lula sobre o “mensalão”, e que havia chorado por isso. Lula, obviamente, negou tudo e disse que Jefferson foi cassado por não provar a existência do mensalão, esquecendo-se de que alguns parlamentares já renunciaram exatamente porque o “mensalão existiu e que outros estão sendo processados e poderão ser cassados, como José Dirceu, pelo mesmo motivo. A verdade é que Jefferson foi cassado por ser réu confesso, ao afirmar que havia recebido R$ 4 milhões de reais do PT para a campanha eleitoral do PTB e que não havia declarado tal valor à Justiça Eleitoral.

Heródoto Barbeiro, o pai da história “lumumba”, lembrou a Lula que o PFL estava pensando em entrar com processo de impeachment. Lula pôs em dúvida se o PFL tinha poder político para isso, provando mais uma vez que não sabe nada porque nada lê, porque então saberia que o PFL pode até ter poder moral para isso, não poder político, como lembrou Jorge Bornhausen após a entrevista. O presidente aproveitou a deixa para atacar Bornhausen, por este ter dito que havia necessidade de “acabar com essa raça petista”. Lula também afirmou que na Constituinte havia votado contra a reeleição. Hoje, Lula deve ter mudado completamente de opinião, pois não há uma única aparição pública em que não aproveita para demonstrar que é candidatíssimo à reeleição, especialmente nos palanques montados no interior, com claque uniformizada, a exemplo do recente anúncio da criação de uma universidade no Vale do Jequitinhonha.

Roseli Tardelli lembrou a Lula que ele havia dito que os jornalistas eram “mal-educados”. Roseli pediu, também, que Lula dissesse quem eram os traidores a que ele se referiu várias vezes. Lula, que não tem nada de bobo, do contrário não teria chegado onde chegou, desconversou, como sempre, e disse que não iria citar nenhum nome, porque as CPIs foram instaladas para apurar denúncias e indicar culpados. No final da resposta, Lula saiu-se com esta pérola: “Porque alguns companheiros tiveram um comportamento que não se coadunava com a história do PT”. Que história bonita seria essa? As maracutaias realizadas em prefeituras paulistas comandadas por petistas, denunciadas por Paulo de Tarso em 1997? O envolvimento do ex-governador Olívio Dutra com o jogo do bicho, quando uma fita gravada mostrou seu fiel escudeiro, o terrorista Diógenes de Carvalho, pedir para a polícia “aliviar” a perseguição contra bicheiros? O problema do lixo nas gestões Marta Suplicy (São Paulo) e Antônio Palocci (Ribeirão Preto)? Ou a queima de arquivo que foi a morte de Celso Daniel? A história da corrupção petista vem de longa data, embora as vestais grávidas do PT, hoje, teimem em se apresentar em público como meninas virgens.

Quando Roseli perguntou por que Lula evita a imprensa e não promove coletivas, este disse que até dá muita entrevista, na voz dos seus ministros, que tem dias em que profere até oito discursos, por isso não há necessidade de convocar a imprensa...

Matinas Suzuki perguntou se Lula incluiria José Dirceu entre os traidores. Disse o presidente que vai aguardar o parecer da justiça, que não vai citar nomes, e lembrou o caso da Escola Base de São Paulo, em que inocentes foram execrados publicamente e depois não puderam mais se recuperar diante do tamanho da injustiça cometida. Lembrou também que antigamente se dizia que não poderia ter impeachment, que o Brasil iria acabar. Que não podia ter CPI e hoje tem três... Faltou apenas alguém lembrar ao cínico presidente que ele tudo fez para que nenhuma CPI se instalasse.

Rodolfo Konder perguntou se Lula ainda acredita na História e em que direção caminha a humanidade. Convenhamos, uma pergunta bem complicada para alguém que mal completou o ABC paulista... Lula disse que com a queda do Muro de Berlim foi provado que nada é mais concreto e duradouro do que a democracia. E que com a queda do Muro a esquerda poderia reescrever sua história. Lula se empolgou e falou bastante tempo em democracia. Faltou a algum dos presentes lembrá-lo por que, então, havia tentado criar órgãos de censura, como o Conselhão do jornalismo e a Ancinav, além da cartilha politicamente besta editada por “Numerário” Miranda, aquela que praticamente criminalizava palavras como “cabeça-chata” e “gay”. Nenhum lumumba lembrou a censura que Lula quis impor ao IBGE, quando este Instituto provou, com dados estatísticos, que o programa Fome Zero era um engodo, na medida em que o problema mais sério do Brasil não é a fome, porém a obesidade de mais de 30 milhões de seus habitantes.

A um espectador – até domingo, dia 6 de novembro, conforme disse Markun, a TV Lumumba recebeu em torno de 1500 e-mails, endereçados ao presidente – Lula disse que era absurda a denúncia do desvio de verba do Banco do Brasil. O crédulo presidente baseou-se apenas na nota emitida pelo Banco. Como se nesse festival de pinóquios algum bandido fosse confessar o delito cometido. Lula também disse que não deu cheque em branco a Jefferson, como a imprensa noticiou, que só Marisa (sua esposa) usa cheque em branco, e olha lá...

Durante a coletiva de imprensa, digamos assim, nenhum “lumumba” lembrou-se de perguntar a Lula sobre os objetivos do Foro de São Paulo. Nem sobre os US$ 5 milhões das FARC. Nem sobre a denúncia de César Maia, de que um avião da FAB teria levado dinheiro a Cuba. Por que aborrecer ainda mais o Grande Timoneiro tupiniquim, no exato momento em que sua caravela atravessa a pior borrasca do Cabo da Desesperança?

Roseli fez uma pergunta inteligente: “Se só há denuncismo, por que José Dirceu caiu?” Lula-escorrega-mais-que-quiabo-cozido disse que, desde o início das denúncias, já afastou em torno de 50 pessoas, dentre as quais pode haver inocentes. Disse que todos devemos aguardar os relatórios das CPIs e o trabalho do Ministério Público, da Polícia Federal e da Justiça. No Caso Waldomiro, Lula disse que José Dirceu pediu para sair do governo, porém foi convencido por ele a não sair. Que na 2ª crise (denúncias de Jefferson), pediu para Dirceu voltar ao Congresso, onde seria mais útil ao PT. À argüição de Konder, de que Dirceu até agora “só ficou na defesa”, Lula retrucou: “Qual a acusação contra José Dirceu? Não existem provas contra ninguém” – esquecendo-se dos “18 do (Cofre) Forte”, o G-18 do início das denúncias, antes que Valdemar Costa Neto e outros renunciassem aos seus mandatos para não serem cassados.

Konder fez uma pergunta que colocaria qualquer governante numa saia justíssima, não Lula-quiabo-cozido, ao disparar: “O Sr. elogiou a democracia. E na política externa, qual o compromisso com a democracia?” Lula não se fez de rogado, especialmente pelo “lumumba” Konder não lembrar, mas, talvez, apenas insinuar a amizade umbilical que Lula tem pelo ditador Fidel Castro, e passou a defender sua política terceiro-mundista, de sempre: Chávez, G-20, Cúpula Árabes-Países Latino-Americanos. Lula não quer ser o último dos primeiros, porém o primeiro dos últimos.

Obviamente, Lula e o PT não têm moral em defender a democracia, simplesmente porque querem sua destruição. Provas do que afirmo há aos montões. Inicialmente, vale lembrar que a estrela da bandeira petista tem origem soviética. Os políticos petistas da Constituinte, incluindo Lula, não assinaram a atual Constituição Federal, por não ter sido bolchevique quanto queriam, por culpa de um tal de “Centrão”. Após a primeira derrota de Lula, o PT criou um “governo paralelo”, que tinha por único objetivo derrubar Collor. Para isso criou, em 1992, com inúmeros onagros vermelhos da “sociedade civil”, um movimento pela ética e contra a corrupção. O antigo pombo-correio Fidel-Brizola, o santo-de-pau-oco Betinho, que levou milhares de dólares cubanos para Brizola comandar uma rebelião contra os militares a partir de Montevidéu, foi utilizado magistralmente na campanha. O cerco a Collor teve a valiosa contribuição do agente secreto de Fidel Castro, José “Daniel” Dirceu, expert em arapongagem, que fabricou dossiês de inimigos políticos, com auxílio de petistas e simpatizantes espalhados por toda a máquina federal. Nunca as máquinas xerox trabalharam tanto! Esse triste episódio da vida nacional está registrado na principal obra de Olavo de Carvalho, “O Jardim das Aflições” (3). No final, o golpe contra Collor surtiu efeito, embora o STF, posteriormente, o tivesse absolvido. De certa forma, o desdobramento das denúncias de Roberto Jefferson, chefe da antiga tropa de choque de Collor, contra Lula e o PT, não deixam de ser uma espécie de vingança tardia.

Suzuki perguntou se havia motivação política na morte de Celso Daniel. Lula disse que Celso era o mais importante administrador do Brasil, que não foi um crime político, pois tanto a Polícia Federal quanto a Polícia Civil já haviam encerrado o caso. Que quando se aproxima o ano eleitoral, o assunto volta à baila. Que as pessoas deveriam ter mais respeito pela vítima. Lula afirmou também que nunca tinha tido contato com os irmãos de Celso Daniel, que repetem há anos acusações contra integrantes do PT, insinuando que o contato de Celso com os irmãos era pequeno, que as relações eram frias. E as sete mortes suspeitas, relacionadas com o Caso Celso Daniel, o que Lula teria a dizer sobre o assunto? Quem sabe, num próximo Roda Viva?

Konder perguntou pelos 10 milhões de empregos prometidos. Lula afirmou que criou exatos 3.576.000 empregos com carteira assinada. Que o dinheiro aplicado na agricultura familiar chegou a R$ 9 bilhões e que 8 milhões de famílias são atendidas por programas diversos, o maior programa social do mundo.

Heródoto Barbeiro, o pai da história tupiniquim, perguntou se Lula reconhece que, na sua campanha, foi eleito pelo caixa-dois, como o próprio PL afirmou. Lula respondeu que no primeiro turno recebeu 49% dos votos, dando a entender que nem precisava de dinheiro para sua campanha. Disse que os recursos estão arquivados em São Paulo, que ele assinou. Que o caixa-dois é problema criado por Delúbio Soares e que o dinheiro no 2º turno foi principalmente carreado para prefeitos e vereadores. Lula foi bastante pedante ao afirmar que o segundo turno foi uma questão tête-a-tête, “entre o presidente Lula e o candidato Serra”, como se ele pudesse se considerar presidente durante a campanha, antes da abertura das urnas. Lula também defendeu a fidelidade partidária e o financiamento público, e disse que o financiamento privado deveria ser proibido.

Interessante foi ver Heródoto colocar o rabo entre as pernas, quando Lula não gostou da insistência do lumumba em insistir em perturbá-lo com as mesmas perguntas, disparando: “você acredita mais neles do que em mim”? Heródoto, rápido e em tom subserviente, disse que dava mais crédito no presidente. Uma vergonha, pois no fundo o pai da história lumumba sabia que estava lidando apenas com um mentiroso: aquele postado em sua frente.

Sobre a vitória do “Não”, no referendo do dia 23 de outubro, Lula disse a Konder que o governo não foi derrotado, pois tem vitórias a comemorar: aprovou o Estatuto do Desarmamento, mais de 400 mil armas foram recolhidas e que os homicídios estão diminuindo. Lula falou também de um projeto ambicioso, de 1 milhão de computadores para famílias pobres.

Suzuki perguntou se Lula preferia Alckmin ou Serra como adversário. Ele disse que não escolhe seus adversários, nem sabe ainda se vai se candidatar à reeleição, porque, em princípio, é contra a reeleição, lembrando os problemas enfrentados pelo presidente Bush. Pura encenação, ninguém é mais candidato à reeleição do que Lula. Falando repetidas vezes que é contra a reeleição, será que Lula leu o livro de Alexis de Tocqueville, doado por Eduardo Suplicy, A Democracia na América? O famoso sociólogo e politólogo francês, em 1830, já percebia o problema americano, de que o governante, desde a posse, não passava a pensar em mais nada a não ser “naquilo”, tendo toda a máquina federal à sua disposição para atingir o objetivo. Duvido que Lula tenha lido o livro, ele próprio já afirmou que ganhou inúmeros livros, porém não conseguiu ler nenhum, apenas folhear algumas páginas.

Lula disse a um telespectador que tomou todas as providências para a preservação do meio ambiente na Amazônia – apesar das moto-serras petistas em ação naquela região... Elogiou a ministra Marina Silva e disse que as queimadas na Amazônia diminuíram 40%. Defendeu a transposição do Rio São Francisco, pois há projetos nesse sentido desde D. Pedro II, em 1946 (sic!), porém o Velho Chico precisa de uma revitalização de suas nascentes e matas ciliares, que terão recursos de R$ 300 milhões, anualmente. Konder lembrou que isso “não foi combinado com o Bispo”, e Lula respondeu que uma nota de bispos condenou a atitude do bispo que fez greve de fome.

Segundo Roseli, as ONGs dizem que o governo “amarelou” diante dos laboratórios farmacêuticos, abdicando de sua soberania. Lula disse que o governo brasileiro não pode resolver o assunto unilateralmente, pois tem compromissos com a OMC, há acordos a serem cumpridos, mas que não teria problema em quebrar patentes, pois “não se pode permitir que pessoas doentes sejam exploradas por firmas estrangeiras”... Interessante como funciona a lógica petista: os laboratórios estrangeiros estão salvando pessoas acometidas pela AIDS e Lula vem com essa história de “exploração”. Dentro desse raciocínio caolho, que não respeita o direito autoral e que não leva em conta os gastos milionários que os laboratórios têm com inúmeros cientistas, com pesquisas que levam anos, todos os famintos deste País estão autorizados a invadir o Carrefour, para matar a fome...

Heródoto lembrou a Lula que pessoas dizem que ele não gosta de trabalhar, por isso viaja tanto. Malcriado esse nosso pai da história tupiniquim! Lula se irritou e disse que nunca trabalhou tanto na vida. Que o resultado está na balança comercial: 41 bilhões de superávit em 2005, só na América do Sul, o aumento comercial foi de 80%. Que o avião “não é do Lula”, mas “da presidência”. Que antes de viajar no novo avião os seus inimigos já reclamavam que ele viajava na primeira classe... Lula criticou os “hipócritas” que falam do avião, que o antigo avião era barulhento e multado em muitos aeroportos, e que Marco Maciel viajou no “Sucatão” “quando um motor caiu e ele se escondeu” (onde?) - aproveitando Lula para brincar com o magricela “mapa do Chile”. Lula também se irritou com as críticas que sofreu por reformar o Palácio da Alvorada, dizendo que “lá fora todos elogiam os castelos bem-conservados”, para favorecer o turismo.

À pergunta de Markun, de que um filho teria se beneficiado com os R$ 5 milhões da Telemar investidos em sua empresa, Lula disse que tudo foi feito de modo transparente, que os sócios da empresa têm um sucesso extraordinário, por isso a escolha da Telemar. Disse que a Comissão de Valores Mobiliários analisou mais de 30 contratos e não encontrou nenhuma irregularidade. A tal operação pode até ter sido feita de modo legal, porém é totalmente imoral, pois todos sabemos que o primeiro filho de Lula não é nenhum Bill Gates, que apenas conseguiu o milionário benefício por ser filho do presidente. O cinismo de Lula é infinito.

Konder cobrou por que o governo Lula não se manifestou sobre os 30 anos da morte de Herzog. Lula disse que o dia-a-dia não permitiu que isso ocorresse, porém Dilma Roussef, a “companheira d’armas”, segundo Zé Dirceu, foi ao ato público, celebrado na Catedral da Sé, em São Paulo. Lula também falou sobre os arquivos secretos, que Dilma está providenciando para que sejam levados ao Arquivo Nacional até o final do ano.

A dama-de-ferro da Casa Civil já disse que será feita uma censura prévia dos documentos, de modo que nenhuma pessoa se sinta “constrangida” em ver exposta sua vida pessoal. Traduzindo: o governo Lula colocará à disposição do público apenas o que possa denegrir as Forças Armadas, ao mesmo tempo em que esconderá toda a sujeita cometida pelos terroristas que infernizaram o Brasil durante as décadas de 1960 e 70. Para essa desfaçatez, os revanchistas da peste vermelha pretendem construir um “Memorial da Intolerância”, em Brasília, com dinheiro de estatais, para apenas mostrar os excessos dos militares, não os dos terroristas.

Como sempre, os “lumumbas” somente lembram os caídos vermelhos, nunca os que tombaram combatendo os grupos terroristas. Caro Markun: por que o Sr. se lembrou apenas de Vladimir Herzog e esqueceu de apresentar, em seu Roda Viva, a morte do jornalista que foi explodido em um atentado no Aeroporto de Guararapes, em Recife, em 1966, quando terroristas queriam matar o presidente Costa e Silva? Caro Florestan Fernandes Jr.: por que não foi lembrado, em seu Diálogo Brasil, os 37 anos da morte do soldado Kozel Filho, explodido pela gangue da VPR de Carlos Lamarca numa guarita de quartel, em São Paulo? Caro Alberto Dines: por que o Sr. ainda não se lembrou de denunciar, em seu mascarado Observatório da Imprensa, a violenta morte do tenente Alberto Mendes Jr., morto a coronhadas pelos capangas de Lamarca? Como todos sabemos, esses três senhores utilizam-se da TV Lumumba, não para fazer jornalismo sério, mas apenas para reunir velhos kamaradas e lamberem-se os rabos sujos uns dos outros, enquanto fazem ácidas críticas aos governos militares e elogiam integrantes de grupos terroristas, hoje alçados à condição de heróis nacionais, a exemplo de Prestes, Lamarca, Marighela e do “general de Stálin”, Apolônio de Carvalho.

Heródoto perguntou se Dirceu será cassado. Lula acha que sim, por ser, segundo ele, uma questão política, pois até agora não viu nenhuma prova contra o ex-Chefe da Casa Civil. Ao mesmo tempo em que quer se ver livre do antigo Rasputin, Lula inocenta seu antigo “capitão”, que estaria apenas sendo perseguido pela oposição. Lula mostrou mais uma vez um alto grau de cinismo, pois sempre repete que não se deve fazer prejulgamentos. Assim, como pode Lula absolver Dirceu, se o processo ainda nem saiu do Conselho de Ética?

Suzuki perguntou se o Corinthians já está com a taça na mão. Lula disse que “ainda não ganhamos, pois faltam cinco jogos”. Lula lembrou que cansou de ver seu time humilhado por Pelé, no Pacaembu, e que a vitória de 7 a 1 sobre o Santos foi uma espécie de vingança por tantos anos de sofrimento...

Lula também fez vários auto-elogios, como sempre; que o Bolsa-Família é o maior programa de transferência de renda do mundo, com condicionantes, como colocar o filho na escola, as mães fazerem acompanhamento pré-natal etc.

Konder lembrou que o governo é sempre contra a criação de CPIs e que sempre desclassifica o Ministério Público quando apura irregularidades petistas. Lula disse que no Congresso nunca trabalhou contra CPI, que nunca se deve acusar sem provas, a apuração deve ser feita pelo MP e pela polícia; que, “se há mecanismos para apurar, vamos apurar”. Três dias depois da cínica afirmação de que “nunca trabalhou contra CPI”, Lula empenhou-se durante toda a longa noite do dia 10 de novembro, para impedir a prorrogação da CPI dos Correios, até abril de 2006, dando canetadas para a liberação de verbas que somaram mais de R$ 1 bilhão, valor não previsto no Orçamento da União, para aprovação de emendas de parlamentares – o que configura uma espécie de compra de votos que Lula insiste em dizer que nunca existiu. Lula também disse que é contra a pena de morte porque inocentes podem ser condenados.

Markun lembrou que o PT teria recebido 3 milhões de dólares de Cuba, e perguntou como Lula encarava essa denúncia. Lula foi taxativo: “Não posso acreditar, porque conheço o miserê de Cuba”. Lula desclassificou as pessoas que fizeram as denúncias publicadas na revista Veja, que vêm a ser nada mais nada menos do que antigos assessores do ministro Antonio Palocci. Como se Fidel Castro não tivesse depositado milhões de dólares em bancos estrangeiros, como denunciou a revista Forbes (US$ 500 milhões). Ditadores como Fidel, Bokassa e Idi Amin enriqueceram-se, ao mesmo tempo em que seus povos foram esquecidos na miséria. Suzuki perguntou a Lula: “Se Cuba está nesse miserê, não seria melhor mudar o regime?” Lula disse para Suzuki perguntar isso aos cubanos. Acrescentou, porém, que gostaria que o regime fosse mais democrático, “como aqui”.

Markun disse que a crise provou que o PT não era o que sempre disse ser - especialmente seus líderes. E perguntou: “O que vai acontecer com o PT?” Lula, como bom autista que se tem apresentado em público, disse que não sabe o que “levou os líderes a fazer o que fizeram”, como o Delúbio, que “terceirizou” muitas operações financeiras. “O Partido tem mais arranque do que o Carlos Tevez” – disse Lula, fazendo uma alusão ao atacante argentino do Corinthians. Ninguém duvida disso, de quanto o PT tem “arrancado” (de dinheiro público) até o momento... Lula afirmou que o PT continua forte, que a votação partidária (para presidente) reuniu mais de 300 mil militantes.

Finalizando a entrevista, Markun perguntou: “Valeu estar na presidência”? Lula, já cansado de tantas evasivas, escorregando mais que jundiá-cobra na mão de pescador, disse estar de cabeça erguida perante os filhos. Certo Lula, os 5 milhões da Telemar na empresa de seu filho deixa qualquer pai de cabeça bem erguida...

Depois de Fidel, Chávez e Lula, agora só falta Evo Morales, provável futuro presidente da Bolívia, ir à TV Lumumba para defender o projeto conjunto das esquerdas atuantes abaixo do Rio Grande, elaborado pelo Foro de São Paulo, que é o de criar, na região, a União das Repúblicas Socialistas Latino-Americanas. Morales teve destaque, recentemente, nos protestos contra a presença de George W. Bush na 4ª Cúpula das Américas, realizada em Mar del Plata, Argentina, ao lado de Diego Maradona, para promover uma passeata cocalera, típica de “perfeito idiota latino-americano”. Seria a Revolução dos Drogados?


Notas:

(1) Os entrevistadores foram: Heródoto Barbeiro (TV Lumumba e CBN), Rodolfo Konder (jornalista), Augusto Nunes (JB), Roseli Tardelli (Agência AIDS), Matinas Suzuki (jornalista), além do próprio Markun, que também fez algumas perguntas a Lula.

(2) Para adquirir a entrevista-quiabo de Lula, acesse www.culturamarcas.com.br ou disque (11) 3081-3000.

(3) CARVALHO, Olavo de. “O Jardim das Aflições”, É Realizações, São Paulo, 2000 (2ª edição).







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