Quando por moradia de uma saudade um coração sofre, sofre assim o verso. O universo inconsistente do tempo. Aquilo que faz o passado muito mais presente do que a realidade. Porque por pura afinidade, não se pode desejar aquilo que fere o íntimo de uma paixão. A aridez do hoje, um deserto sem oásis, uma paisagem sem o alívio de uma alucinação. Mas, se em patamares de horas e dias vivo; vivo assim no nível que desejar. Certo que estou, da frivolidade dessas estações, pura conceituação humana, utilizada como âncora para uma frágil razão. Então, por tudo isso, brinco com o tempo, a luz e o pensamento, que no meu caso de tão etéreo já escapou pela fresta real de um raciocínio deletério. Permitindo o estar contigo mais um pouco, apesar de tua morada existir apenas no meu pretérito.