Se, um problema e um amor se misturarem e misturando-se formarem uma relação, dessa intimidade e nessa convivência se multiplicarem, estaria estabelecida a história de um viver. Porque problemas, obstáculos, sempre irão existir, e o principal deles é existir em si. Porque só por isso a individualidade se apresenta. No simples fato de ser. E sendo assim cabe ao amor a árdua tarefa, nesse enredo, de suavizar o inevitável atrito entre as individualidades. Um toque sutil, mas fundamental na vida a dois. Pois sem esse aditivo, insustentável seria o viver. Porque o amor ampara, é complacente, escuta e compreende. Mostrando os erros, mas, ao mesmo tempo entendendo a fragilidade humana do simples viver. E se no extremo do exercício o perdão for preciso, nunca se nega de assim proceder. Porque o prazo, para quem ama, não tem limites, e o fim, esse é só uma alegoria pendurada no infinito, como à lua, que você vê, mas nunca vai tocar.
Todas as diferenças existem, para testar a humanidade, a sua capacidade de evolução. Quem melhor conviver com essa diversidade, amando e respeitando o direito do seu semelhante ser ou pensar diferente, estará vencendo o egoísmo, a imperfeição, o desequilíbrio. Estará caminhando a firmes passos para os braços do criador.
Nenhuma ferida é tão profunda que não possa ser preenchida e curada pelo amor.
Arrebatamento e amor, amor e arrebatamento, similaridade, corpo e espelho.