GRANDES PENSAMENTOS(38)
O SIMBOLISMO DO OBJETO
Cada objeto costuma transformar-se, em nós, segundo as imagens que evoca e reúne, por assim dizer, em seu redor. É claro que um objeto também pode agradar por si mesmo, pela diversidade das sensações agradáveis que suscita em nós numa percepção harmoniosa; mas bem mais frequentemente, o prazer que um objeto nos dá não se encontra no objeto em si mesmo. A fantasia embeleza-o, cingindo-o e quase projetando nele imagens que nos são queridas. Nem nós o percepcionamos já tal qual como ele é, mas quase animado pelas imagens que suscita em nós ou que os nossos hábitos lhe associam. No objeto, em suma, nós amamos aquilo que nele projetamos de nosso, o acordo, a harmonia que estabelecemos entre nós e ele, a alma que ele adquire só para nós e que é formada pelas nossas recordações.
(Luigi Pirandello , in “O Falecido Mattias Pascal”)
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