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Ensaios-->O brasileiro é de "direita" -- 21/08/2006 - 12:44 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O brasileiro é de “direita”

Félix Maier

“O Comunismo não é a fraternidade: é a invasão do ódio entre as classes. Não é a reconciliação dos homens: é a sua exterminação mútua. Não arvora a bandeira do Evangelho: bane Deus das almas e das reivindicações populares. Não dá tréguas à ordem. Não conhece a liberdade cristã. Dissolveria a sociedade. Extinguiria a religião. Desumanaria a humanidade. Everteria, subverteria, inverteria a obra do Criador” (Rui Barbosa).


Pesquisa Datafolha, publicada no Jornal de Brasília (14/8/2006, pg. 9), não deixa dúvidas: a maioria do povo brasileiro, 47%, considera-se de “direita”; 23% consideram-se de “centro” e 30% de “esquerda”.

“A pesquisa mostra que são contra a discriminação da maconha 79%. Do aborto, 63%. Outros 84% defendem a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos e 51% querem a instituição da pena de morte... Em alguns temas, como aborto, drogas e pena de morte, os eleitores mais jovens se mostram até um pouco mais conservadores que os mais velhos”.

“No geral, também são pequenas as diferenças de opinião entre os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Geraldo Alckmin (PSDB). Os simpatizantes ao tucano são ligeiramente mais conservadores apenas em relação à maioridade penal e à pena de morte”.

Mas nem todos gostaram da pesquisa. Walter Maierovitch, ex-secretário nacional antidrogas, diz que a culpa é do “imperialismo cultural”. Ou seja, mais uma vez, a culpa de o brasileiro, em sua maioria, não se considerar de “esquerda” recai sobre Tio Sam: “O brasileiro é muito mal informado sobre esses temas polêmicos e geralmente acaba se alinhando com posições que emanam dos EUA, onde essas discussões são mais profundas e conservadoras”.

A mesma opinião tem o cientista político David Fleischer, professor da Universidade de Brasília: “A televisão é a grande fonte de informação do brasileiro. O imperialismo cultural e de costumes norte-americano, que ficou muito conservador nos últimos 20 anos, é uma forte referência”.

Contardo Calligares saiu-se com essa pérola: “Ser de ‘esquerda’ geralmente traz uma posição mais gloriosa de si mesmo. Mas, que o brasileiro seja conservador, apenas confirma o fato de ele, em geral, não tomar posições de enfrentamento”.

Como diria o esquartejador, “vamos por partes”.

Inicialmente, fiquemos com Walter Maierovitch, que afirma que o brasileiro é “muito mal informado”. Pode até ser, em muitas questões ele é mesmo, porque não tem estudos nem cultura, mas não nesses assuntos com que lida todos os dias, como drogas, aborto e violência, aspectos abordados pela pesquisa. Grande parte dos brasileiros, talvez a maioria, já teve que enfrentar o problema das drogas em casa, uma verdadeira descida aos infernos. O mesmo se pode dizer da violência: levante o dedo aí quem ainda não foi assaltado pelo menos uma vez na vida (eu fui três vezes, no Rio, duas vezes com arma de fogo, durante os 18 anos que lá vivi – 1971 a 1989). Por isso, não é de estranhar que 51% da população queiram a instituição da pena de morte no Brasil. Só é contra quem anda de carro blindado, com motorista particular, e isso até a casa ser assaltada, a mãe, a mulher e a filha estupradas – aí rapidamente o sujeito muda de opinião. É claro que a pena de morte deveria ser instituída para crimes nefandos, como o caso Richthofen, e para “Champinha”, um dos responsáveis pela morte de um casal de namorados. Devido a nossas leis serem apenas comprometidas com os criminosos, não com o cidadão de bem, “Champinha”, por ser “menor de idade”, será solto em poucos meses, para continuar a praticar fagueiramente seus crimes nefandos. Obviamente, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) deve ser refeito imediatamente, de modo que toda a população brasileira, seja maior ou menor de idade, passe a responder efetivamente por seus crimes. Não importa que idade tenha a pessoa: rico, pobre, menor ou maior de idade, bandido é bandido e pronto! Se um rapaz com 14 anos já pode ejacular e, portanto, gerar um filho, deve ser considerado como adulto e não como um adolescente bobalhão que não sabe nada da vida. Isso é um desrespeito contra a inteligência da população brasileira.

David Fleischer, com seu palpite, profere uma enorme contradição. De um lado, ele diz que a televisão “é a grande fonte de informação do brasileiro”. De outro, diz que “o imperialismo cultural e de costumes norte-americano, que ficou muito conservador nos últimos 20 anos, é uma forte referência”. Ora, ou é uma coisa, ou é outra. Que a televisão seja uma grande fonte de informação, não há dúvida. Porém, Fleischer não diz como se processa “o imperialismo cultural” dos americanos na vida do brasileiro. Não custa lembrar que a televisão brasileira não traz nada de positivo para o conservadorismo do brasileiro, pelo contrário, ao menos em novelas como Belíssima, que foi uma aula magna da “ética da malandragem”. Por outro lado, não consta que pastores norte-americanos do Bible belt (cinturão da Bíblia), que são contra o evolucionismo e a favor do criacionismo, tenham algum tipo de influência na vida dos brasileiros. Não são as poucas intervenções de pastores americanos no programa de R.R. Soares que irão definir o conservadorismo dos brasileiros, como faz crer David Fleischer, mas o caráter do brasileiro em si, a educação que ele recebeu em casa, fruto da sua cultura e religiosidade cristãs.

Existe efetivamente imperialismo cultural no Brasil. Porém, ele não vem dos EUA, mas de nossas universidades e meios culturais. Trata-se da onda “politicamente correta” de pensar, uma singular “língua de pau” de origem esquerdista, que inverte a noção das coisas, tornando o certo errado, o nefando justificável. “O típico intelectual exasperado de hoje defende sistematicamente reivindicações contraditórias: liberação do aborto e repressão ao assédio sexual, moralismo político e imoralismo erótico, liberação das drogas e proibição dos cigarros, destruição das religiões tradicionais e defesa das culturas pré-modernas, democracia direta e controle estatal da posse de armas, liberdade irrestrita para o cidadão e maior intervenção do Estado na conduta privada, anti-racismo e defesa de ‘identidades culturais’ sustentadas na separação das raças, e assim por diante” (Olavo de Carvalho, in O Jardim das Aflições, pg. 90-91). (*)

O brasileiro é conservador por natureza, como o são todos os povos do planeta. Dêem-me um só exemplo de “povo progressista” que exista no mundo. Esse povo não existe. Ser conservador é honrar pai e mãe, respeitar os mais velhos, não se envolver em drogas, não apoiar o infanticídio (aborto). Ser conservador é exigir que os “direitos humanos” sejam direitos de todos, não somente dos bandidos. Ser conservador é beber um bom vinho e até fumar cigarro ou charuto, que ninguém tem nada com isso. Ser conservador é exigir que criminosos irrecuperáveis sejam no mínimo trancafiados até a morte na prisão, ou mesmo condenados á morte, no caso de crimes nefandos como estupros seguidos de morte. “Uma sociedade, com efeito, que pune um olhar de desejo e dá proteção policial ao assassinato de bebês nos ventres das mães é, de fato, a mais requintada monstruosidade moral que a humanidade já conheceu” (Olavo de Carvalho, in O Jardim das Aflições, pg. 180). Haveria algum país progressita? O de Cuba? Ora, não existe nada mais conservador que o regime marxista de Fidel Castro. Há quase cinco décadas nada muda na Ilha, nem o ditador, nem o paredón, nem a tortura, nem a perseguição aos dissidentes. Se há algo de “progressista” na “Ilha do Dr. Castro”, é por conta da fogosidade das jineteras, a “abertura carnal-econômica” ocorrida após o colapso soviético, elogiada por Jack Nicholson e por espanhóis que desembarcam aos borbotões em vôos charters.

Finalmente, abordemos a afirmação do Sr. Calligaris, de que “ser de ‘esquerda’ geralmente traz uma posição mais gloriosa de si mesmo”. Décadas e décadas de massacre ideológico das esquerdas na vida nacional não poderiam trazer outro resultado, senão o da glorificação “de si mesmo”. Muitos brasileiros, hoje na faixa dos 50 aos 80 anos, já afirmaram que na juventude não havia outra escolha, senão ser de “esquerda”. Rachel de Queiroz foi de “esquerda”. Carlos Lacerda foi de “esquerda”. Olavo de Carvalho foi de “esquerda”. Quando saíram de seu mundo infantil e tiveram que enfrentar o mundo real, não o da utopia marxista, todos eles passaram a ser de “direita”. Por outro lado, muitos não conseguiram vencer a “síndrome de Peter Pan” e até hoje são infantis, continuam sendo de “esquerda” e, em termos intelectuais, não lograram sequer chegar à adolescência: Emir Sader, Marilena Chauí, Paulo Markun, Alberto Dines, Florestan Fernandes (pai e filho), Paulo Freire, Oscar Niemayer, Tarso Genro, Heloísa Helena.

Interessante é observar que, mesmo depois do massacre de mais de 100 milhões de seres humanos, há gente ainda que se orgulha de ser de “esquerda” e defenda o Comunismo, como Oscar Niemayer, um gigante da arquitetura mundial, porém um anão em termos de defesa dos verdadeiros valores humanos. Nazista, fascista e comunista nada mais são do que as três bocarras de um monstro só, o cérbero demoníaco que fugiu do inferno no século XX. É esse monstro totalitário que as esquerdas hoje querem buscar no inferno, na medida em que criaram o Foro de São Paulo, entidade que engloba partidos políticos de esquerda, terroristas e traficantes, como as FARC, e que tem por objetivo transformar nossa região numa nova União Soviética, a União das Repúblicas Socialistas da América Latina (URSAL).

Ser conservador é uma virtude e “ser de direita” é, antes de tudo, “ser direito”. Não me venham com essa de que “o coração fica do lado esquerdo do peito”, e que somente por isso ser de “esquerda” é melhor do que ser de “direita”. Como diria Einstein, é relativo o coração ficar à direita ou à esquerda. Depende de quem tem um coração ou de quem olha para alguém que tenha um...


(*) CARVALHO, Olavo de. O Jardim das Aflições (2ª edição, revista). Realizações, São Paulo, 2000.





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