Esse verso em epígrafe creio ter distinguido entre o ruído de uma banda punk californiana, que um crítico me recomendou.
Normalmente não sigo o que críticos recomendam -- particularmente críticos de rock. Estes são os piores da espécie quanto a cinismo e a tédio. Sempre à procura da útima banda, que ninguém nunca ouviu falar. Mas neste caso, eu estava em uma lan house e havia acabado de ler a matéria, em uma coluna online.
Havia um endereço na Web, ou link, bom (o que é raro nestes casos) e certeiro: caí exatamente na página que continha as músicas.
Achei muito interessante a proposta do grupo. Normalmente associam o ruído, o noise do punk com o sentido de fúria, de raiva, de vontade de destruição: dos pobres, dos burgueses, da namorada etc.
Essa banda californiana associa o noise com melancolia e um pouco de depressão -- mas não chega à destruição, a autodestruição. Quer dizer: melancolia e depressão com certeza são forma de autodestruição. Mas nada violentas: chorar e ficar triste são muito mais sutis do que cortar os pulsos ou matar a namorada.
E, surpreendentemente, a mistura cai bem.
Sempre pensei nesses sentimentos como parte de baladas ou como rock distorcido: tipo Joy Division ou Jesus and Mary Chain.
O nome da banda ? Da música ? Deixo para os críticos essa proposição. Não gosto de modas e prefiro esperar um pouco para ver se a banda vai perdurar.
