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Ensaios-->Feminismo, reeducação sexual, aborto... -- 30/08/2006 - 17:11 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Feminismo, reeducação sexual, aborto e as fundações no contexto brasileiro

por Editoria MSM em 10 de julho de 2006

Resumo: Ao mesmo tempo em que se ataca o capitalismo por gerar muito mais riqueza material do que o necessário para a vida humana, faz-se promoção brutal do controle de natalidade, defendendo-se a tese de que as sociedades serão incapazes de suprir as demandas materiais necessárias à sua sobrevivência.

© 2006 MidiaSemMascara.org


[Clique aqui para visualizar o mapa Redes Feministas - http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=5034]

[Caso não consiga visualizar o mapa, clique para fazer download do Java]

“Tendo embarcado no caminho da reforma radical, os países socialistas estão cruzando a linha além da qual não há retorno ao passado. Contudo, é errado insistir, como muitos no Ocidente fazem, que esse é o colapso do socialismo. Ao contrário, isso significa que o processo socialista irá perseguir seu mais almejado objetivo numa multiplicidade de formas. Deixemos os experts em propaganda anti-comunista regozijar-se em cima do ‘triunfo do capitalismo’ na guerra fria”.

(Mikhail Gorbachev, Time Magazine, 11 Dezembro 1989)

Desde que o relatório da Comissão Reece foi publicado nos Estados Unidos na década de 1950, em que se investigou o papel de policymaking das bilionárias fundações filantrópicas norte-americanas, o assunto não parou de gerar discussões públicas e a literatura em língua inglesa sobre isso é abundante[1], desautorizando qualquer tentativa de relegá-lo ao oblívio como “conspiração”[2] sob o risco de termos de aceitar a conspiração mais bem documentada da história.

Em linhas gerais, trata do investimento multibilionário das fundações Rockefeller, Ford, MacArthur, Carnegie e várias outras no intuito deliberado de transformar completamente a cultura e a vida americanas, de modo a aceitar a ideologia coletivista ‘em todas as suas formas’. No Brasil nunca houve discussão sobre o assunto pelo simples motivo de que as forças locais em jogo estão de completo acordo com as premissas destas fundações. São internacionalistas, anti-capitalistas, anti-ocidentais, anti-cristãs, materialistas, ecologistas, new-agers, coletivistas e outras milhares de variações sobre estes rótulos, já de conhecimento do leitor habitual do Mídia Sem Máscara.

Um padrão é recorrente: não há ONG ativista em geral e brasileira em particular, de algum prestígio, que se auto-sustente financeiramente e ideologicamente. Quanto mais se esforçam para, como de costume nas ciências humanas no Brasil, afirmar a nacionalidade e independência de seus ideais, mais na folha de financiamentos das fundações se encontram, como uma tentativa falhada de expiação de culpa, pois todos os ativistas têm seus fundamentos espirituais e ideológicos no anti-americanismo dos anos 1960 e hoje são financiados para destruir a cultura que permite sua existência. Vitória dupla, diriam. Retiram dinheiro do contribuinte americano e acreditam estar colaborando com a destruição daquela cultura.

Há alguns pontos importantes no entendimento do tema. Embora aparentemente caótico, o ativismo globalista possui algumas características fixas. Ouvir e seguir as declarações da ONU e receber dinheiro de fundações são talvez as principais. Algumas destas características serão aqui abordadas no caso mais específico dos movimentos feminista e abortista brasileiros, nos moldes do artigo introdutório ao mapa do desarmamento civil. Embora feminismo e abortismo não sejam sinônimos, em muitos casos se igualam, pela estratégia feminista do ‘direito ao próprio corpo’ [3].

Globalização do discurso e da ação

Não só o discurso mas a linguagem utilizada é altamente ‘globalizada’. Enquanto pregam multiculturalismo e diversidade, observamos que o discurso hegemônico dos ativistas é politicamente correto em toda sua extensão. Pode-se utilizar abertamente a postura feminista contanto que o outro lado seja impedido de qualquer manifestação. Pode-se enaltecer a raça criando uma revista homônima e simultaneamente atacar-se o racismo. Ou seja, às vítimas do momento tudo é permitido. Na questão léxica, tomando apenas um exemplo, a Fundação Ford começou a circular o termo empowerment no contexto do movimento feminista dos anos 1990, para designar seu apoio à essa militância. Logo após, as cientistas sociais brasileiras feministas começaram a utilizar o neologismo ‘empoderamento’. Empoderamento da mulher, empoderamento do índio, empoderamento da juventude, em suma, significa financiar e acompanhar alguns grupos ativistas escolhidos, auto-denominados ‘representantes da sociedade organizada’ ou ‘sociedade civil organizada’.

Até meados dos anos 1980, a Fundação Ford mantinha um programa de financiamentos chamado População, que tinha como intuito a promoção e suporte ao controle populacional global, com inspiração eugenista à la Margaret Sanger, mentora da rede de clínicas de aborto Planned Parenthood. Por respeito ao politicamente correto e dada a necessidade de uma adequação vocabular para os novos tempos, termos como saúde reprodutiva, direitos reprodutivos e preferência sexual foram criados. No relatório oficial “Os 40 anos da Fundação Ford no Brasil”, lê-se:

“Finalmente, para a própria Fundação Ford o interesse pela saúde materno-infantil era um cavalo de Tróia; assim, preocupou-se em adotar métodos mais aceitáveis que dessem grande importância à contextualização de estratégias dentro do quadro dos direitos humanos”. [4]

A autora não poderia ser mais explícita com a alusão ao cavalo de Tróia. Seduzir com um belo ideal e depois adentrar na cidadela. Uma vez dentro, a Fundação desenhou uma nova estratégia, intensificando o valor do termo “direitos reprodutivos” incluindo nesse o direito ao aborto assegurado pelo Estado. Nas palavras da autora Cecilia de Mello e Souza, no mesmo livro:

“Em 1989, uma avaliação rigorosa do programa População redirecionou a programação da FF, como afirma o documento Reproductive Health: A Strategy for the 1990s, com um novo enfoque da igualdade de gênero, da preferência sexual e da saúde reprodutiva. Essa mudança de paradigma reconheceu a plenitude dos direitos sexuais e reprodutivos, ampliando a definição de saúde reprodutiva, que passou a abranger o acesso a métodos seguros e eficazes de contracepção, o aborto e a maternidade sem riscos, as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), a Aids e a educação sexual”. [5]

Cúmulo do newspeak e do duplipensar, saúde e direitos para a mãe significam morte para o filho – “morte é vida; ódio é amor”. Ora, o discurso do ‘direito ao corpo’ não se estende ao corpo do bebê também? Não, não se estende. A questão no fundo parece ser meramente de quem tem o poder sobre quem naquele instante.

E como morte é um termo inequívoco, podendo gerar sentimentos irremediáveis de culpa, problemas morais e outros em quem pratica, muda-se o termo. Cria-se ‘interrupção voluntária da gravidez’, ‘interrupção seletiva da gravidez’, ‘interrupção terapêutica da gravidez’ etc., para tentar dar uma aparência mais científica, abstrata, moderna, e menos moral ao ato criminoso.

Autonomia desnecessária: o pacote vem pronto

Foram-se os tempos de sentimento de inadequação por se defender ideologias assassinas. Hoje a revolução é altamente profissionalizada, com suas metas, estratégias, prazos, público alvo, indicadores de sucesso e tudo o mais de uma cultura da eficiência típica ocidental. Citando Olavo de Carvalho em O Abandono dos Ideais:

“É nessa horda que os falsos ideais, criados de improviso para atender a interesses de grupos ou organizações, encontram seus mais fervorosos recrutas, oferecendo-lhes uma miragem de valores e uma falsa promessa de ajustamento social e de participação”.

Some-se a isso a possibilidade de expiação da culpa de fazer parte de países capitalistas, a solução para a falta de entendimento de aspectos básicos da vida prática como o próprio sustento, a possibilidade de integrar uma rede de fidelidades internacionais que dão o sentimento de participação no tempo presente, a incompetência para a atividade econômica e doses elevadas de auto indulgência e orgulho juvenil. Mas esses sentimentos muitas vezes não cessam na passagem da adolescência ao mundo adulto. Sempre haverão grupos ativistas que defendam aquele que lhe salvou da vida de desajuste, alçando-os a postos prestigiosos na academia ou na vida pública. A autora reconhece os benefícios que a FF trouxe à então incipiente cadeira de “estudos da mulher”, neologismo para feminismo acadêmico.

“No contexto da América Latina, o Brasil se distingue por seus avanços acadêmicos no desenvolvimento das ciências sociais, nos quais a FF exerceu papel determinante e excepcional” .[6]

“A FF desempenhou papel primordial tanto no desenvolvimento dos estudos sobre a mulher e das relações de gênero quanto no movimento feminista”. [7]

Ora, “determinante e excepcional”, “primordial” não são adjetivos neutros. Ademais, a FF não só desempenhou um papel primordial. Não se diz que uma mãe desempenhou papel primordial mas sim que a mãe “criou”, “deu à luz”. O mesmo ocorreu com a FF com relação ao feminismo em si, como pode ser lido em Como a Fundação Ford criou os estudos da mulher, onde a autora descreve que graças à Fundação, existiam em 2004 cerca de 400 organizações e 55 cadeiras universitárias no Brasil sobre o tema. Nesse mesmo artigo, lê-se:

“Quando perguntada como ela media o sucesso dos apoios, a presidente da FF, Susan Berresford, respondeu que há três medidas utilizadas por ela e “a principal é quando a FF auxilia pessoas a construir um campo inteiro do conhecimento – demografia no passado, estudos da mulher mais recentemente”.

Ou seja, quando os cientistas ativistas sociais brasileiros se gabam de terem feito ‘ciência social brasileira’ ou de serem ‘inovadores’ em suas áreas, ou ‘desbravadores de temas tabus’, é preciso cautela. Na totalidade dos casos o pacote veio pronto. Pronto para ser retransmitido de acordo com as idiossincrasias regionais. É um tipo de ativismo pret-à-porter ou, como William Jasper costuma dizer, um serviço de rent-a-mob. Outros preferem chamar de ‘novo paradigma de sociedade em rede’ onde pretensamente não haveriam centros de poder. Ora, se umas dezenas de fundações bilionárias financiam centenas de milhares de grupos ativistas em todo o ocidente, obviamente eles sabem bem onde estão os centros de poder. Apenas para o período 2003-2005, a Fundação Ford declarou ter doado a entidades brasileiras US$21.286.000 somente para o programa Sexuality and Reproductive Health, de um total de US$96.891.489. É razoável supor que há algum conhecimento sobre o retorno de um investimento de quase cem milhões de dólares em 3 anos. Seguindo a linha de pensamento de Frei Betto, afirmando ser o MST a salvação para os “sem terra” livrando-os do desemprego e fome maciças, diríamos que a Fundação Ford foi o mesmo para os cientistas sociais e para os ativistas no país, algo como uma cesta básica mais chique.

Outro grupo acadêmico interessado na questão de direitos sexuais e reprodutivos - entenda-se direito ao aborto pago pelo contribuinte -, é o CEBRAP que, desde sua fundação, é apoiado pela Fundação Ford.

Como um brevíssimo exemplo, no Relatório Anual da Fundação Ford de 1975, lê-se:

“O CEBRAP, que recebeu uma doação de US$750.000, é um grupo interdisciplinar de uns 40 pesquisadores que estão estudando assuntos como movimentos políticos brasileiros recentes, o papel do Estado no acúmulo de capital, desemprego urbano e as dimensões sociológicas da religião”.

Não só a Ford financia o CEBRAP mas também a John D. & Catherine T. MacArthur. Não é à toa que Fernando Henrique Cardoso propagandeie tanto as maravilhas do ativismo ongueiro. No mapa vê-se um singelo apoio de US$2.300.000 “em apoio a um fundo para promover direitos sexuais e reprodutivos”.

O século que não terminou

É inevitável enxergar Malthus nos ‘defensores e defensoras’ do aborto. O século XIX ainda não terminou, diríamos. A bisavó das feministas, Margareth Sanger, eugenista, socialista e racista declarada que não escondia sua admiração pelos métodos do führer para com os não-arianos, escreveu em 1920, em seu livro Women and The New Race:

'Não devemos permitir um aumento populacional que não estamos preparados para manter. Devemos popularizar o pensamento de controle de natalidade. Devemos pôr esses meios nas mãos das massas”.

E em 1990, setenta anos depois, no artigo Reproductive Health: A Strategy for the 1990s da Fundação Ford, lê-se:

“O aumento do número de crianças irá esgotar a capacidade das famílias e da sociedade como um todo em prover alimentação, vestuário, abrigo, educação e cuidados com a saúde. Jovens e adultos irão debater-se para encontrar emprego em sociedades onde o trabalho será escasso”.

Observe que o autor fala em ‘sociedades’ de forma indistinta, podendo ser a do Burundi ou da Suíça. Como poderia, uma manisfestação patente de anti-capitalismo e desprezo por empreendimento, surgir de uma fundação cujo patrono é símbolo do capitalismo, a Ford Motors?

Ora, se a um regime pode ser creditada a capacidade de criar riquezas materiais em volume excepcional e as distribuir da melhor forma até agora possível, esse regime é a democracia capitalista, capaz de tirar populações inteiras da miséria material em curto espaço de tempo.

Mas, ao mesmo tempo em que, por um lado se ataca o capitalismo por gerar excesso de riqueza material, por outro promove-se um brutal controle de natalidade, defendendo-se a tese de que populações perecerão por escassez material. Se o país é desenvolvido, defende-se o controle da natalidade para frear o consumo e o desenvolvimento em nome da ‘sustentabilidade’, se é subdesenvolvido defende-se para ‘poupar seres humanos indefesos do sofrimento da falta de recursos e perspectivas’.

Seria esse o momento histórico da ‘pá de cal’ nas pretensões de desenvolvimento dos países periféricos, algo como “quem se desenvolveu se desenvolveu, o tempo passou, vocês não perceberam e agora já é tarde. Essa história de livre iniciativa já deu seus frutos e isso é passado” ?

Novamente, a culpa é da Igreja

A filial brasileira das Catholics for a Free Choice são as Católicas pelo Direito de Decidir, sua mera tradução. Para o CDD de língua hispânica, derechos. Estão igualmente na folha de pagamentos da Ford e da MacArthur, como se pode verificar no mapa. Seu discurso se baseia em ‘sexo sem culpa’ e direito ao aborto assegurado pelo Estado, ou seja, pago pelo contribuinte. O leitor pode se perguntar se essas são preocupações católicas de fato. Em seu discurso, não há nada que as faça se parecerem a católicas. São tão católicas como a Teologia da Libertação.

Em primeiro lugar, se essas ativistas fossem realmente católicas talvez estivessem se mobilizando para desburocratizar a política de adoção no país e estariam promovendo essa prática, em vez de facilitar o assassínio de quem não pode se defender, em nome do ‘direito de ser feliz no sexo’.

Em segundo lugar, elas só se mobilizam em favor dos que decidirem pelo aborto, e não dos que decidirem pela vida. Direito de decidir é truque de marketing pois se a questão fosse o direito em si, tanto faria a opção por um ou outro lado como observa David Kupelian em Innocent Blood: How lying marketers sold Roe v. Wade to America. Os moldes de propaganda utilizados no Brasil são os mesmos criados por Bernard Nathanson nos idos dos anos 1970 nos EUA: capturar a mídia, criar estatísticas e difamar a Igreja.

Mas, se amanhã ou depois a Ford ou a MacArthur, ou a Bill & Mellinda Gates ou a Hewlett mudarem de estratégia com relação ao aborto, uma semana depois esses ativistas irão “rever suas posições”, como acontecia com os partidos comunistas brasileiros às incontáveis mudanças de rota do PCUS[8]. Para que o leitor tenha o histórico de que elas defenderam o aborto um dia, a despeito de não aceitarem o rótulo de abortistas, tendo por isso processado judicialmente um padre por assim chamá-las, vai aí um abaixo -assinado em defesa do aborto, extraído de seu site.

“Pesquisas indicam que no Brasil são realizados anualmente mais de 750 mil abortos em condições inseguras. Complicações acarretadas pelo aborto clandestino são a quarta causa de mortalidade materna no país. Além disso, cerca de 250 mil mulheres são internadas a cada ano no Sistema Único de Saúde (SUS) por complicações de aborto e, dessas mulheres, a maioria é negra, jovem e pobre. Para mudar essa situação, é necessário que a prática de aborto deixe de ser considerada crime. É essencial que a mulher tenha o direito de decidir sobre o próprio corpo e de ser assistida pelos hospitais públicos, independentemente das causas do aborto. Além disso, é preciso garantir que a população brasileira tenha acesso à educação sexual, aos métodos anticoncepcionais e tenha a possibilidade de escolher ter filhos ou não. Em defesa da justiça social, assinamos abaixo em apoio à legalização do aborto no Brasil”.

Pesquisas sem fonte, números à esmo, as vítimas de sempre, “negros, jovens e pobres”. Mas o melhor é a solução proposta, que segue o molde das financiadoras. Basta legalizar o aborto, oras! É espantoso que essas ativistas, paridas nas Comunidades Eclesiais de Base, adotem uma saída dessas a problemas que outrora elas perfeitamente diagnosticariam como ‘pobreza estrutural’, ‘atraso devido a um modelo econômico explorador e machista’, ‘entrega do Brasil ao capital especulador que marginaliza principalmente as mulheres’, ‘racismo’ e tudo o mais. Mas não, a ordem é abortar. A solução adotada é à la Margaret Sanger.

Dinheiro para adquirir informação de qualidade para não cair vítima inerme das estratégias políticas não há; para aborto e mobilização de massas não faltam. Tristes esses trópicos.

Na descrição do ‘projeto’ financiado pela MacArthur para as CDD, lê-se:

“US$150.000 em apoio à uma estratégia de comunicação para melhorar a disseminação de opiniões Católicas alternativas sobre saúde e direitos reprodutivos (por três anos)”.

E na descrição do projeto financiado pela Ford:

“US$420.000 para promoção de direitos sexuais e perspectivas Católicas ‘pro-escolha’ na América Latina.”

O que seriam essas “opiniões Católicas alternativas?” Em suma, ‘opiniões’ da Teologia da Libertação, que segundo Frances Kissling, atual presidente da Catholics for a Free Choice inspirou seu movimento pró-aborto, no tocante ao ataque à Igreja e ao conceito de ‘religiosidade pessoal’, que para ela seria uma questão de ‘foro íntimo’. O povo brasileiro é católico e avesso à idéia de aborto? Cria-se estatísticas de milhares de mortes por aborto clandestino, culpa-se o Estado de negligência e a Igreja de ‘falta de sensibilidade para com os temas sociais’, ‘atraso medieval’, põe-se a culpa na hierarquia da Igreja e prega-se a ‘salvação de todos os males’ pelos movimentos de massa chapa-branca.

Sobre o mapa

O mapa ‘Redes Feministas’ possui agentes financiadores, ONGs e suas conexões declaradas e está muito longe de ser completo. E também não é esse o propósito destinado. Mesmo assim, fornece amostras factuais das ligações entre os agentes.

As setas indicam o sentido do beneficiamento. As setas com sentido único, na maior parte dos casos indicam apoio financeiro. Já as bidirecionais indicam trabalho conjunto com benefício mútuo, não necessariamente de ordem financeira. A leitura dos documentos relacionados é necessária para o melhor entendimento das conexões.

Observações importantes

Vários links originais do mapa foram alterados pelos mantenedores só sendo possível a leitura destes pela cópia disponível logo abaixo do título dos artigos, em ‘acesse a cópia’.

As informações sobre as doações foram extraídas dos websites das próprias fundações devendo a essas ser creditada qualquer falha nos valores apresentados.

Para ter acesso às informações do mapa, você precisará permitir exibição de pop-ups em seu navegador.

Clique aqui para visualizar o mapa.

Caso não consiga visualizar o mapa, clique aqui para fazer download da versão mais recente do Java.


Notas:

[1] WORMSER, Rene A. Foundations: Their Power and Influence. 3ed. Covenant House Books, 1993.

[2] Idem, p.40. “Mesmo na ausência de uma conspiração entre fundações para promover mudanças, o efeito acumulativo desta abordagem quase uníssona, e a ausência de apoio a movimentos contrários em busca de estabilidade social, parece garantir o questionamento de se essas fundações estão verdadeiramente realizando sua missão de forma confiável ao público.”

[3] SCHOYANS, Michel. O aborto: aspectos políticos. Rio de Janeiro: Editora Marques Saraiva, 1993

[4] BROOKE, Nigel; WITOSHYNSKY, Mary. Os 40 anos da Fundação Ford no Brasil : uma parceria para a mudança social. EDUSP / Fundação Ford, 2002, p.141

[5] Idem, p.151

[6] Idem, p.132

[7] Idem, p.148

[8] PERALVA, Osvaldo. O retrato. Belo Horizonte: Itatiaia, 1960.


As traduções de trechos foram feitas pelo autor


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