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Ensaios-->Intelectuais de esquerda -- 04/09/2006 - 14:50 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Intelectuais de esquerda

por Ipojuca Pontes (*) em 04 de setembro de 2006

Resumo: Recentemente o país tomou conhecimento de como funciona a moralidade da elite falante: para justificar os escândalos diários do governo, os membros da classe artística reeditam sem o menor pudor a moralidade das gangs dos mensaleiros e sanguessugas.

© 2006 MidiaSemMascara.org


Os intelectuais de esquerda em geral são tendenciosos e, por extensão, desonestos. De ordinário, raciocinam sempre na base do cálculo da probabilidade, verificando, a partir da operação matemática, onde se pode melhor sacar vantagem e nela, ou dela, se locupletar. Por vezes, justificam o comportamento moralmente deletério com a desculpa de que estão servindo à nobre criação de uma “sociedade mais justa”, deixando sempre a entender que, para se chegar aos fins desejados, todos os meios são legítimos. Até mesmo pisar o pescoço da mãe.

O próprio Karl Marx, o grande exemplar da fauna, era um cego moral. Com efeito, o pai do “socialismo científico”, em vida, percorreu toda uma trajetória de inescrupulosidades, plena de embustes, velhacarias e falcatruas. Por exemplo: em âmbito familiar, enquanto a mulher, Jenny, sofria doente em cima de uma cama, Marx, como o canalha Palhares, de Nelson Rodrigues, violentava a empregada Helene e, nascido o filho, Freddy, o proibiu de entrar em casa, para “manter as aparências” e a esposa de nada desconfiar.

No plano intelectual, o velho “Mouro” era capaz de qualquer miséria: para elaborar os capítulos XIII e XV de O Capital, um dos maiores embustes já criados pela mente humana, Marx manipulou os dados estatísticos dos Livros Azuis do British Museum, um total “desapreço pelo uso das fontes”, descoberto e tornado público, depois de rigorosa confrontação por analistas da Universidade de Cambrigde. Com uma mensagem orçamentária ao Congresso, enviada por Gladstone, o ministro inglês, Marx fez pior: para ludibriar os operários no discurso inaugural da Internacional (1864), adulterou deliberadamente os números contidos no relatório oficial. No papel de velhaco, não tinha rival: “indignado” porque Ferdinand Lassalle (um dos fundadores da social-democracia alemã) recusou emprestar-lhe dinheiro sem que recebesse de volta o que emprestara antes, Marx, procurando destruir a sua reputação, tachou-o, por escrito, de “judeu negróide afetado”.

Por se tratar de gente que não acredita em Deus, o intelectual de esquerda acha que para ele “tudo é permitido”: mentir, trair, caluniar, mistificar e - por que não? - através de artifícios diversos, tidos como legais, meter a mão no dinheiro do Estado. De ordinário, vivem pendurados em cátedras oficiais ou em polpudos empregos públicos, usufruindo parasitárias bolsas de estudos ou as benesses de projetos artísticos, cujos únicos atributos criativos têm sido a astúcia engendrada para convencer o burocrata de plantão a arranjar mais grana para o usufruto de ambos.

Recentemente, um velho militante da fauna esquerdista, o romancista alemão Günter Grass, “O Tambor”, que ganhou o prêmio Nobel de Literatura de 1999 por denunciar os horrores do nazismo, veio a público para informar que fez parte da Wafen SS – a versão combatente da organização militar nazista que conduzia os judeus para os fornos crematórios dos campos de concentração. O mais torpe, segundo se diz, é que o motivo da escandalosa confissão não tem nada a ver com nenhum drama de consciência, mas, sim, com a estratégia de vender a recém-lançada edição de “Descascando a Cebola”, uma autobiografia em que na certa o autor mente adoidado.

Aqui no Brasil, convivendo há tempos com o escritor Antonio Callado, tido como a consciência crítica da esquerda nacional, fiz o prefácio de coletânea de peças de sua autoria, o “Teatro Negro”, editado pela Nova Fronteira, em 1983. No mesmo ano, saindo pela Codecri uma edição de minha peça teatral “Brasil Filmes Ltda”, distinguida com uma dessas láureas que abundam na praça, contei com os elogios de Callado na orelha do livro. Em seguida, adaptei e produzi para o cinema a peça “Pedro Mico”, de sua autoria, com o Pelé – figura que Callado, na noite da estréia do filme, não só cumprimentou efusivamente como a cobriu de elogios. Mais que isso, escreveu a orelha da edição do roteiro da fita (Rocco, Rio de Janeiro, 1985), destacando o seu “arrojo”, o “brilho” da adaptação e a eficiente “naturalidade” do desempenho do jogador.

Tempos depois, “caído na desgraça” das esquerdas por ter assumido a pasta da Cultura no governo Collor, e trancado os cofres da Viúva para os representantes da fauna, me surpreendi com depoimento de Callado, no Jornal do Brasil, atacando no filme a atuação de Pelé. A “consciência crítica das esquerdas” tinha esquecido o que escrevera em livro e dito pessoalmente ao jogador – e, claro, o conceito de respeito à própria opinião. Mas o pior Callado fez com Olavo de Carvalho, no mesmo JB: depois de vestir a carapuça do devastador “Bandidos & Letrados” (http://www.olavodecarvalho.org/livros/bandlet.htm), manifestou-se ao editor contra a publicação no jornal dos escritos do filósofo (ver O Imbecil Coletivo, Notas, Faculdade da Cidade, 1996).

No recente encontro eleitoreiro de Lula com os intelectuais e artistas, ocorrido no Rio de Janeiro, o país tomou conhecimento de como funciona a abjeta moralidade da elite falante: para justificar os escândalos diários que o governo cultiva para se reeleger, os sempre ávidos membros da classe artística reeditam sem o menor pudor a moralidade das gangs dos mensaleiros e sanguessugas, para as quais as preocupações éticas não passam de mero “jogo de poder”. Um deles, o veterano LC Barreto, o “Barretão”, repisando conceito que lhe é grato, afirmou: “Se o fim é nobre, os fins justificam os meios”.

No Estadão, a articulista Dora Kramer os trata por “bobos da corte”. Engano total. De bobo essa gente não tem nada: há décadas malha firme nos cofres públicos, usufruindo milhões para projetos pessoais, comprometidos com a propaganda ideológica e o ativismo burocrático, do qual Lula é, hoje, o principal mentor, sempre alargando a boca do cofre para permanecer no poder e usufruí-lo “numa boa”, tendo como principal suporte o bolso e a abulia do tolo contribuinte.


(*) O autor é cineasta, jornalista, escritor e ex-Secretário Nacional da Cultura.




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