Quando paro pra pensar, fico imaginando se todas as pessoas sentem como eu, de uma forma intensa.... sinto a vida intensamente, sinto o amor intensamente, sinto a solidão intensamente.
A solidão de ser una, única, de não saber se alguém pode sentir da mesma forma que eu....
Durante toda minha vida, me senti diferente, sempre achando que não fazia parte: do grupo de amigos, da família, da escola, enfim....não fazia parte do todo.
Quando fiquei adulta, atribuí este sentimento principalmente a minha adolescência, pois é um período de descobertas, encontros e desencontros, de saber e não saber, mas sempre sentindo....
Hoje, quando estou no ápice da minha vida (diria que talvez já esteja na curva descendente...rsss), as vezes tenho ainda a impressão adolescente de não pertencer...de não ser....mesmo fazendo parte.....
Acho isso tudo muito louco e talvez, apenas talvez, incoerente.....mas hoje me dou o direito de ser incoerente, de ser e não ser, de ter e não possuir, de desejar e ter, ser....bem.... tudo continua uma grande incógnita, ou quem sabe sejamos todos nós uma grande incógnita....
Eu creio que isso seja o mais verdadeiro.....penso que por mais que nos busquemos, sempre vamos encontrando algumas partes, mutantes, pois somos seres mutantes, a única coisa que não muda é forma como sentimos, se somos intensos, seremos sempre intensos, se somos superficiais, não conseguimos nos aprofundar.
A beleza de ser é justamente poder mudar, ao sabor dos acontecimentos, das alegrias, das dores, dos amores e das desilusões. É poder de algum jeito, dar forma, através de palavras, pinturas, fotos e outras formas de expressão, aquilo que sentimos e como sentimos.
Provavelmente algumas pessoas tentarão ler este texto, talvez consigam chegar até aqui, talvez parem na primeira linha, porém gostaria muito que pudessem entender o que estou dizendo de forma escrita.....pois é a única forma que sei expressar o que sinto.