SINAIS DA DECADÊNCIA DOS EUA

Vivemos uma nova era, um novo século, bem diferente do século XX, quando os EUA emergiram como a grande potência e ditou os rumos da política, da economia e das guerras. O século XX foi o século da primeira experiência socialista, das guerras mais sangrentas desde que o mundo é mundo, da alta tecnologia; mas principalmente foi o século dos EUA.
Os EUA ainda é a grande potência, a maior economia do mundo e assim será por mais algumas décadas. No entanto, começa a dar sinais de esgotamento. Na política já não tem a mesma força que teve ao derrubar nos quatro cantos do mundo governos democraticamente eleitos, mas que iam de encontro a seus interesses, e colocar no lugar regimes militares, ditatoriais e sanguinários – Brasil, Chile e Uruguai são só alguns exemplos --; ainda tem poderia militar para derrubar qualquer governo (Afeganistão, Iraque), mas não para mantê-lo sem que isso gere desgaste e descontentamento de toda a comunidade internacional; ainda tem poderio econômico – é a maior fonte de renda do planeta e o dólar é a moeda usada no comércio mundial --, mas sua economia está à beira de uma crise e o dólar vem se desvalorizando continuamente em relação a quase todas as moedas, sem contar que a China está prestes a desbancá-lo como a maior economia do planeta.
Dia a dia os EUA sua esfera de influência ficar cada vez menor e surgir bem embaixo do seu nariz – ou no seu quintal, como ficaram conhecidos os países da América Latina – governos de esquerda e populista (Venezuela e Bolívia são os casos mais preocupantes por estarem afinados com Cuba e se declararem publicamente contra o governo norte-americano); governos esses que só não seguem mais a cartilha dos EUA como também vão contra aos interesses deste sem medo de represálias, fato inédito desde os anos oitenta.
Isso tudo não é coincidência, não são fatos isolados, são sinais de que o império americano – a maior potência do planeta – está se enfraquecendo, perdendo influência, em decadência. E a cada ano, a cada década essa decadência tende a se acentuar na mesma proporção que outro país – provavelmente a China ou Índia – vai ocupando o seu lugar. Resta-nos saber a que país pertencerá o século XXI.