Se, algum dia, braços cálidos lhe abraçarem, e em um espaço restrito ao sorriso intenso de uma vertigem, um luar sorver teu espírito, na penumbra insinuante de uma noite. Não diga que teu coração não conhece saudade. Porque de toda ausência, ela; essa palavra é a presença inclemente que não para de doer. Não existe arrefecimento para uma lacuna de momento extirpada pelo tempo, privando a alma, do aconchego de uma reconfortante, mas dolorida sensação. O paradoxo do concreto delírio, de viver o que já não é mais presente, de ver o que deveria estar ausente, de sentir o perfume da ilusão. Algo que atormenta, conforta e incomoda, mas há de ser impossível viver sem sentimento sentido, sem amor perdido, sem uma lembrança para recordação.