Estréia dia 20 de abril nos cinemas brasileiros o filme Batismo de Sangue, de Helvécio Ratton, vencedor dos prêmios de melhor filme e fotografia no Festival de Cinema de Brasília. O filme é baseado na obra homônima de Frei Betto, o “Vítor” ou “Ronaldo” do bando de Marighela. O enfoque do filme é o drama de Frei Tito, que teria sido torturado durante o governo dos militares e que foi banido do Brasil, em troca da vida do embaixador suíço seqüestrado, vindo a cometer suicídio na França.
Outra vez, o Brasil inteiro será bombardeado por mais uma mentira, ou seja, de que aquele grupo de angélicos frades dominicanos de São Paulo combateu a ditadura militar, quando na verdade eles queriam implantar aqui uma muito pior, copiada de Cuba.
Muitos frades dominicanos eram seguidores da “Teologia da Libertação”, doutrina induzida pelas pregações ocorridas durante a II Assembléia-Geral do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), realizado no período de 26 de agosto a 6 de setembro de 1968, na cidade de Medelín, Colômbia, no vácuo das resoluções do Concílio Vaticano II.
Os 16 Documentos elaborados em Medelín saíram carregados de influência marxista. Sacerdotes e freiras portavam-se de forma irreverente em celebrações litúrgicas e em passeatas, pregando a violência como instrumento para alcançar a justiça social. Alinharam-se à corrente da “Teologia da Libertação”, principalmente, Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Hélder Câmara e Dom Pedro Casaldáliga, além de frades dominicanos, como Frei Beto, o então padre franciscano Leonardo Boff e padres estrangeiros, muitos dos quais foram expulsos do país por pregarem a violência. O padre Joseph Comblin, do Instituto Teológico do Recife, difundiu um documento que ocasionou indignação geral, pois, segundo alguns bispos – não “vermelhos”, obviamente -, “pregava a instalação de um verdadeiro soviete eclesiástico”. O padre “operário” Pierre Joseph Wanthier, preso quando atuava como ativista numa fábrica em São Paulo (Brasieixos), foi expulso do país. Em recife, os padres norte-americanos Peter Grans e Dario Rupiper foram detidos por violentas críticas ao Governo e incitação da população à revolta, e regressaram a seu país depois de gestões do Cônsul dos EUA.
Atualmente, os documentos formulados pela CNBB, dominada nas últimas décadas pelo clero “progressista”, estão em total desarmonia com os ensinamentos do Papa, chegando a existir um cisma, se não oficial, efetivo na prática (Leia O Papa e a CNBB, de José Nivaldo Cordeiro, 27/12/2001, em http://www.olavodecarvalho.org/convidados/0112.htm). Uma prova dessa cisão na Igreja pôde ser vista por ocasião da morte de D. Hélder Câmara: para lembrar o 7º dia da morte de D. Hélder, os “progressistas” e os “conservadores” foram a igrejas diferentes. A missa “oficial”, presidida por D. Eugênio Sales, realizou-se na Igreja da Sé, em Olinda; a missa dos “progressistas”, ditos seguidores de D. Hélder, realizou-se na Igreja das Fronteiras, no Recife, onde havia ocorrido o velório.
O “progressista” D. Paulo Evaristo Arns, a cada dia de Finados, reza missa no Cemitério de Perus, São Paulo, local onde teriam sido localizadas ossadas de terroristas mortos pelas Forças de Segurança – outra mentira das esquerdas, pois se trata de indigentes enterrados sem identificação. Missa para o tenente Alberto Mendes Júnior, morto a coronhadas por Carlos Lamarca, ou um Pai-nosso pela alma do soldado Mário Kozel Filho, que foi explodido pelo grupo terrorista de Lamarca, nem pensar.
Mas, vejamos a verdadeira história dos frades dominicanos que se bandearam para o grupo terrorista de Marighela.
No início de 1968, houve várias reuniões no Convento dos Dominicanos do Bairro das Perdizes, em São Paulo, liderado por Frei Osvaldo Augusto de Rezende Júnior, congregando frades para tomada de posição política, que culminaria com a adesão do grupo ao Agrupamento Comunista de São Paulo (AC/SP) – que teve, ainda naquele ano, mudado seu nome para Ação Libertadora Nacional (ALN), organização terrorista presidida por Carlos Marighella.
Participaram das reuniões Frei Carlos Alberto Libânio Christo (Frei Beto), Frei Fernando de Brito (Frei Timóteo Martins), Frei João Antônio Caldas Valença (Frei Maurício), Frei Tito de Alencar Ramos, Frei Luiz Ratton, Frei Magno José Vilela e Frei Francisco Pereira Araújo (Frei Chico). Frei Osvaldo, apresentando Marighela a Frei Beto, conseguiu a adesão ao AC/SP de todos os dominicanos que participaram das reuniões. Frei Beto também entrou em contato com a VPR por intermédio de Dulce de Souza Maia, nos meios teatrais, onde Frei Beto atuava como repórter da Folha da Tarde.
A primeira tarefa que os dominicanos receberam de Marighela foi fazer um levantamento de áreas ao longo da Rodovia Belém-Brasília, para implantação de uma guerrilha rural. A área de Conceição do Araguaia, onde a ordem dominicana possuía um convento, foi assinalada no mapa como área prioritária, pois teria importante apoio logístico. O levantamento sócio-econômico da região foi feito com base no Guia Quatro Rodas, da Editora Abril. Esse trabalho passou a ser compartimentado, para aumentar a segurança, e os frades passaram a utilizar codinomes: Frei Ivo, o Pedro; Frei Osvaldo, o Sérgio ou Gaspar I, nos contatos que este tinha com Marighela; Frei Magno, o Leonardo ou Gaspar, era quem mantinha contato com Joaquim Câmara Ferreira. Frei Beto, o “Vítor” ou “Ronaldo”, ficou encarregado do sistema de imprensa e também dos contatos com Joaquim Câmara Ferreira, que coordenava as atividades do Agrupamento em São Paulo (o AC/SP se infiltrou na Editora Abril e no jornal Folha da Tarde, do Grupo Folha).
Na Folha da Tarde, Frei Beto recrutou os jornalistas Jorge Miranda Jordão (Diretor), Luiz Roberto Clauset, Rose Nogueira e Carlos Guilherme de Mendonça Penafiel. Clauset e Penafiel cuidavam da preparação de “documentos”, e Rose, do encaminhamento de pessoas para o exterior. Na Editora Abril, a base de apoio era de aproximadamente 20 pessoas, comandadas pelo jornalista Roger Karman, e composta por Karman, Raymond Cohen, Yara Forte, Paulo Viana, George Duque Estrada, Milton Severiano, Sérgio Capozzi e outros, que elaboraram um arquivo secreto sobre as organizações armadas (servia também como fonte de informações para organizações subversivas).
O AC/SP tinha assistência jurídica, composta de três advogados: Nina Carvalho, Modesto Souza Barros Carvalhosa e Raimundo Paschoal Barbosa. Quando procurado pela polícia, em São Paulo, Frei Beto, que havia ingressado no convento dos dominicanos, em São Paulo, em 1966, foi acobertado pelo Provincial da Ordem, Frei Domingos Maia Leite, e transferido para o seminário dominicano Christo Rei, em São Leopoldo, RS. Posteriormente, Frei Beto foi preso naquele Estado, onde atuava junto com a ALN para a fuga de terroristas ao Uruguai.
Ação Libertadora Nacional
A Ação Libertadora Nacional (ALN) era um grupo terrorista, cujos fundos eram obtidos por assaltos e dinheiro recebido de Cuba. Somente a partir de 1969 o Agrupamento Comunista de São Paulo (AC/SP) passaria a utilizar a denominação Ação Libertadora Nacional (ALN). O AC/SP havia sido criado em 1967 por Carlos Marighela, após este ser expulso do PCB, depois da Conferência da OLAS, em Cuba. Sua obra Minimanual do Guerrilheiro Urbano foi traduzida para vários idiomas e foi o “livro de cabeceira” dos grupos terroristas Brigadas Vermelhas, da Itália, e Baader-Meinhoff, da Alemanha (“... os ‘tiras’ e policiais militares que têm sido mortos em choques sangrentos com os guerrilheiros urbanos, tudo isto atesta que estamos em plena guerra revolucionária e que a guerra só pode ser feita através de meios violentos” - trecho do Minimanual).
A ficha policial da ALN é extensa. No dia 10 de agosto de 1968, a ALN assaltou o trem-pagador Santos-Jundiaí, levando NCr$ 108 milhões, ação que consolidou a entrada da ALN na luta armada. Nesse assalto, participou o Secretário-Geral do Governo Fernando Henrique Cardoso (depois Ministro da Justiça), Aloysio Nunes Ferreira Filho, que fugiu em seguida para Paris com sua esposa Vera Trude de Souza, com documentos falsos. Junto com o grupo terrorista MR-8, de Fernando Gabeira e Franklin Martins (atual ministro da Comunicação Social), a ALN seqüestra o embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, no Rio de Janeiro, em 4 de setembro de 1969, por cujo resgate foram libertados 15 terroristas (entre os quais estavam Vladimir Palmeira e José Dirceu).
Após o seqüestro do embaixador americano, as prisões de terroristas tiveram seqüência rápida: no dia 1º de outubro de 1969 foi preso em São Sebastião, SP, o coordenador do setor de apoio, Paulo de Tarso; no dia 2 de novembro foram presos no Rio de Janeiro os Freis Fernando e Ivo; no dia 3 de novembro, já em São Paulo, Frei Fernando “abriu” o restante da rede de apoio, sendo presos os Freis Tito e Jorge, um ex-repórter da Folha da Tarde, responsável pelas fotos dos documentos falsos, e um casal de ex-diretores do mesmo Jornal. Frei Fernando foi quem levou ao “ponto” com Marighela, no dia 4 de novembro, após revelar duas senhas, pois era o responsável pela coordenação das atividades dos dominicanos com Marighela, desde a saída de Frei Osvaldo de São Paulo, em junho daquele ano. Combinado o encontro com Frei Fernando, Marighela resistiu à ordem de prisão quando entrava no carro de Frei Fernando, sacando um revólver, quando foi morto pelos policiais.
A morte de Marighela repercutiu no Brasil e no exterior. Em seu lugar, assumiu o comando Joaquim Câmara Ferreira, o “Toledo”, que viajou a Cuba com Zilda Xavier para receber instruções de Fidel Castro, país em que um dos fundadores da ALN, Agonalto Pacheco, estava em choque com as autoridades locais, especialmente o comandante Manuel Piñero, acusado de desvirtuar as iniciativas do AC/SP. Câmara Ferreira foi preso no dia 23 de outubro de 1970, em São Paulo. Cardíaco, sofreu enfarte na viatura policial, vindo a falecer. Carlos Eugênio Paz, em seu livro Viagem à Luta Armada (Editora Civilização Brasileira, 1996), fantasia a história, dizendo que “Toledo” foi torturado até a morte pelo delegado Fleury. Essa versão é negada por Luís Mir (A Revolução Impossível, pg. 560). Em um bolso de “Toledo” foi encontrada uma carta de Frei Osvaldo Rezende, onde constavam contatos internacionais, projetos políticos e ligações com os Governos cubano e argelino. O Governo brasileiro denunciou à ONU a ingerência em seus assuntos de países que não respeitavam o direito internacional – o que não teve nenhuma conseqüência prática.
Em 7 de setembro de 1970, João Alberto Rodrigues Capiberibe (mais tarde Governador do Amapá), “militante” da ALN, foi preso junto com sua mulher Janete e sua cunhada Eliane. Em 23 de março de 1971, a ALN fez o “justiçamento” (eufemismo comunista para “assassinato”) de um “quadro”, Márcio Leite de Toledo. Carlos Eugênio Paz, em seu livro “Viagem à Luta Armada”, afirma que foi co-autor desse “justiçamento”.
Junto com o Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), a ALN assassina o industrial Henning Albert Boilesen, diretor do Grupo Ultra, no dia 16 de abril de 1971 (Sebastião Camargo, da empresa Camargo Correia, era também alvo para seqüestro e “justiçamento”, mas prevaleceu a escolha de Boilesen, porque era considerado “espião da CIA” e patrocinador da OBAN). Terroristas da VAR-Palmares, da ALN e do PCBR assassinam o marujo da flotilha inglesa que visita o Rio de Janeiro, David A. Cuthbert, de 19 anos, no dia 08 de janeiro de 1972. Nos panfletos, os terroristas afirmaram que a ação era em solidariedade à luta do IRA contra os ingleses.
Em 1971, a ALN divide-se em duas facções: o Movimento de Libertação Nacional (Molipo), fundado pelo chefe do serviço secreto cubano, Manuel Piñero, o “Barbarosa”, e a Tendência Leninista (TL). Piñero foi quem entregou uma célebre carta de Fidel Castro a Salvador Allende, para que este desencadeasse imediatamente a revolução comunista no Chile (Cfr. A Pedra de Roseta do Caribe, http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=835&cat=Ensaios). José Dirceu, Chefe da Casa Civil da Presidência durante parte do primeiro governo Lula, era um dos integrantes do Molipo, assim como meu tio materno, Arno Preis, que morreu em 1972 depois de assassinar o soldado da PM/GO, Luzimar Machado de Oliveira.
Em 1972, a ALN/SP assassina o gerente da firma F. Monteiro S/A, Valter Cesar Galatti, ferindo ainda o subgerente Maurílio Ramalho e o despachante Rosalino Fernandes. Ainda em 1972, terroristas da ALN/GB, do MOLIPO e da ALN/SP assassinam o investigador Mário Domingos Pazariello e o cabo da PM/SP, Sylas Bispo Feche. No mesmo ano, a ALN/GB assassina Íris do Amaral.
No dia 21 de fevereiro de 1973, a ALN formou um grupo de execução, integrado por 3 terroristas, que assassinaram o proprietário do Restaurante Varela, o português Manoel Henrique de Oliveira, acusado de ter denunciado à polícia, no dia 14 de junho de 1972, a presença de 4 terroristas que almoçavam em seu Restaurante, 3 dos quais morreram logo após (na verdade, os terroristas mortos estavam sendo seguidos pelo DOI-CODI). No dia 25 de fevereiro de 1973, terroristas da ALN, da VAR-Palmares (de Dilma Rousseff, atual Chefe da Casa Civil) e do PCBR assassinaram em Copacabana o delegado Octávio Gonçalves Moreira Júnior. Pelo extenso “currículo” de Marighela, seus familiares receberam mais de 100 mil dólares de indenização, outorgada pela famigerada Comissão dos desaparecidos políticos, criada no primeiro Governo FHC, que já despendeu mais de R$ 4 bilhões a terroristas, “militantes” e familiares de. Além de Marighela, outro terrorista de destaque foi Carlos Eugênio Sarmento da Paz, que confessou ter praticado em torno de 10 assassinatos. Jessie Jane Vieira de Souza, outra “militante” da ALN, que participou do seqüestro de um avião, foi designada diretora do Arquivo Público do Rio de Janeiro pelo então governador Anthony Garotinho.
Com o auxílio do Movimento Comunista Internacional (MCI) e de padres dominicanos, como Frei Beto, a ALN tinha um sistema de propaganda no exterior, a Frente Brasileira de Informações (FBI), cuja função principal era denegrir o governo dos militares (Cfr. FBI: um onagro franco-argelino-brasileiro, de minha autoria, em http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=2997).
Bibliografia consultada:
AUGUSTO, Agnaldo Del Nero. A Grande Mentira. Biblioteca do Exército Editora. Rio de Janeiro, 2001.
SOUZA, Aluísio Madruga de Moura e. Guerrilha do Araguaia – Revanchismo. Abc BSB Gráfica e Editora Ltda., Brasília, 2002.
USTRA, Carlos Alberto Brilhante. A Verdade Sufocada – A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça. Editora Ser, Brasília, 2005 (2ª. Edição).