Todos os anos essa cena triste se repete em nosso Estado: dezenas de hectares, onde antes existiam matas, plantações e pastagens, estão agora totalmente destruídas pela ação de queimadas.
Os meses de julho, agosto e setembro são os mais críticos do ano, pois o clima quente, a baixa umidade relativa do ar e a vegetação seca propiciam o surgimento de focos de incêndios.
Nessa época do ano, em todo o país, surgem vários incêndios naturais causados, principalmente, pela ação de raios. Mas o que realmente preocupa toda a nossa sociedade são as queimadas provocadas pela ação do homem.
O uso do fogo, por pecuaristas e agricultores, é uma prática extremamente antiga, passada de geração à geração e, ainda hoje, é a alternativa mais usada para a limpeza de terreno, ou com fins de renovar a pastagem.
O uso indiscriminado do fogo causa sérios danos à saúde, provoca a morte de animais, o fechamento de aeroportos, o desligamento de redes de energia elétrica e de telefonia, além de contribuir para o aquecimento global.
Diante disso, os ambientalistas e os órgãos de extensão rural têm incentivado alternativas para substituir o uso do fogo em atividades agropastoris.
Para estimular o gado a comer pastagem seca, basta oferecer suplemento alimentar composto de sal mineral, milho e farelo de soja e uréia. Com isso, o rebanho não perde muito peso e as sobras das pastagens são menores.
Uma boa opção para substituir o uso do fogo na lavoura é o plantio direto. A palha ou cobertura morta sobre o solo no momento do plantio oferece muitas vantagens, tais como: aumento da infiltração no solo, diminuição da erosão e controle de invasoras.
Quando um produtor rural opta pelo uso do fogo, ele deve tomar vários cuidados: é preciso comunicar previamente aos vizinhos e aos órgãos de meio ambiente, fazer aceiros, escolher dias sem vento, fazer a queimada ao entardecer ou ao amanhecer, e apagar bem os focos de fogo após a queima com água, areia ou terra.
Uma coisa importante que poucas pessoas sabem é que o produtor rural pode solicitar a presença de um funcionário do IBAMA ou dos demais órgãos ambientais estaduais e municipais para comparecerem ao local, no dia e hora da realização da queimada.
Em caso de dúvida, procure um escritório do IBAMA ou ligue 0800-618080. A ligação é de graça !!!
Publicado no Jornal Chico, edição n. 33, p. 05, de 17/05/2007. Gurupi – Estado do Tocantins.
Publicado no Jornal Poderes, edição n. 302, p. 06, de 06/09/2010. Goiânia - Goiás.
Giovanni Salera Júnior é Mestre em Ciências do Ambiente e Especialista em Direito Ambiental.
E- mail:salerajunior@yahoo.com.br