QUEM É JOSÉ BRITTO BARROS?
Filemon F. Martins
JOSÉ BRITTO BARROS, maranhense de São Bento, nasceu a 15/07/1930. Filho de Jaime Bacelar de Barros e Joana de Deus Britto Barros. Iniciou seus estudos em sua terra natal, deslocando-se para outros centros, onde também estudou.
Com 14 anos de idade, foi para a Escola Técnica de São Luiz, no Maranhão, seguindo anos mais tarde, para o Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, no Recife, onde se formou em Teologia, com 23 anos.
Em outubro de 1954, JOSÉ BRITTO BARROS foi ordenado Pastor Batista, na Primeira Igreja Batista de Fortaleza, no Ceará. Casou-se com Altamira Barros, em 1961, com quem teve os filhos Suely e Jadiel.
Em 1966, na Igreja Batista de Vila Mariana, em São Paulo, foi Orador Oficial da Convenção Batista Brasileira. Quando fazia Palestras e Conferências Religiosas em minha cidade, Ipupiara, Bahia, certa ocasião, numa dessas noites, encontrei um cidadão, que se dizia ateu convicto, encostado ao pé da parede, em silêncio e atento ouvindo o famoso pregador. Quis saber o que fazia ali meu amigo, se afirmava ser ateu. Ele, então, me respondeu: “Ouça, esse conferencista não é repetitivo, ele sabe o que diz. Vale a pena ouvi-lo”. De fato, JOSÉ BRITTO BARROS é considerado um dos gênios da Oratória Evangélica Nacional.
Pastoreou Igrejas nos Estados do Ceará, Amazonas, Piauí e Bahia. Foi missionário da Junta de Missões Nacionais, da Convenção Batista Brasileira, em Ibotirama, na Bahia, onde atuou como Professor do Seminário do Sertão. Aposentado, mudou-se para João Pessoa, na Paraíba, onde recebe convites para proferir conferências religiosas.
Escritor, Ensaísta, Literato, Pesquisador, Cronista, Educador, Conferencista e Poeta. Escreveu, entre outros, “MEMÓRIAS DO NAZARENO”, “CRIANÇADA, VAMOS RECITAR”, “SERMÕES EM DESTAQUE”, “POEMAS PARA O SEU NATAL”, “MÃE DOCE MÃE IMORTAL” e “CARTA ABERTA AOS PAIS” (MEDITAÇÕES-2005).
Em “MEMÓRIAS DO NAZARENO” (único livro que o autor deste texto possui do ilustre poeta maranhense) escreveu versos admiráveis, harmônicos e inspirados, narrando a trajetória do Nazareno, à luz dos Evangelhos. Quem o conhece, sabe que, embora o luminoso poeta do Maranhão, hoje morador de João Pessoa, na Paraíba, nunca tenha almejado fama e glória em sua carreira, se residisse no eixo Rio e São Paulo, certamente seria cultuado pela mídia, tanto evangélica quanto secular.
Erodice Queiroz, apresentando o livro “MEMÓRIAS DO NAZARENO”, assim se expressou: “A enormidade da obra sobre um só assunto causou-me perplexidade. Quando, porém, passei a manuseá-la senti-me dentro de um oceano, com amplidão encantadora em todas as direções. Mergulhar, não atingiria o fundo; nadar, não alcançaria a margem; fiquei então circunscrito ao encantamento e à estesia. O coração sente, mas a boca não o diz; a alma vibra, mas os lábios não conseguem glorificar o que vai pela região da admiração e do maravilhoso”.
Mais adiante, afirma: “Além do Prelúdio e Poslúdio em decassílabo o poema se compõe de LX cantos alexandrinos, em torno de Cristo, desde a promessa até à sua segunda vinda em majestade e glória”.
No histórico (página 11), o próprio JOSÉ BRITTO BARROS informa que o livro foi iniciado no Recife (Pernambuco), continuado em Camocim e Fortaleza (Ceará), tendo sido concluído em Manaus (Amazonas), escrito por um maranhense, a obra saiu do Norte e Nordeste para o Brasil inteiro.
Quem não se comove ao ler: “Aceita o meu rimar, são teus meus cantos,/os versos declamados mesmo em prantos/escritos para ti com devoção,/são vibrações desta alma agradecida,/por ter em ti a exuberante vida/ao sol da tua Eterna Redenção!”
E ainda: “Pelas praias do mar da doce Galiléia/em dia ensolarado e cheio de esplendor,/o Messias de Deus vem fazer sua estréia/pregando a Salvação a todo pecador... E em toda aquela praia a mensagem se ouvia/e a própria natureza, exultante, sorria!/O sol resplandecente, em profusões de luz/fazia refulgir o rosto de Jesus!”
Descreve em palavras e em cores vivas as cenas narradas nos Evangelhos e termina, suplicando, no Poslúdio: “Aceita, meu Jesus, os cantos findos,/e neles põe os teus fulgores lindos,/para que o mundo os possa receber!/Dá vida aos versos toscos, mal rimados,/e faze-os ser, aos homens perturbados,/um meio simples de te conhecer!”
E por fim, na última estrofe: “Consente, meu Senhor, que te dedique,/e com teu nome este meu canto fique/para atingir o escopo que almejei!/Ó Cristo, meu cantar só te enaltece/e este poema findo com uma prece:/Sê tu louvado em tudo que rimei!”
Assim é a poesia de JOSÉ BRITTO BARROS: harmoniosa, edificante, sublime, pura e verdadeira. Oxalá, muitos tenham a felicidade de ler esta obra de inspiração fascinante, que tanto bem faz a alma e engrandece o espírito.
BIBLIOGRAFIA:
JOSÉ BRITTO BARROS - “MEMÓRIAS DO NAZARENO” – 1ª edição 1966 – Casa Publicadora Batista.
MÁRIO RIBEIRO MARTINS – “DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO REGIONAL DO BRASIL” via INTERNET – ENSAIOS – www.usinadeletras.com.br
filemon.martins@uol.com.br
Caixa Postal 64
11740-970 – Itanhaém – SP.
|