A velhice é um artista impiedoso com a beleza física. Esculpe marcas que, com o passar dos anos, tornam-se mais indeléveis, mais acentuadas e visíveis. A obra de arte do criador aos poucos vai sendo modificada pelas mãos da velhice, dando um tom mais ameno, sério e de traços inconfundíveis. Mas se por outro lado porém a velhice esconde os traços da beleza, por outro vai podando na alma os excessos e a rustiquez das idéias, fazendo com que o conhecimento e a experiência aflorem como traços eternos, capazes de fazer passo a passo, lentamente, a humanidade caminhar em direção a um mundo melhor. Por isso a velhice não é o estado terminal da existência como muitos podem pensar, mas sim o momento em que as idéias – concisas – atingem o ponto mais alto do saber...