UMA VISÃO DIFERENTE SOBRE A CERIMÔNIA DO CASAMENTO
Interessante... Gosto de andar na contra mão da história. Gosto de pensar de modo inverso e ver em tudo uma faceta fora da conjuntura usual.
Encanto-me com idéias diferentes, arrojadas, e curiosamente diferentes do senso comum.
Desde há muito venho observando nuances particulares a respeito de verdades já consolidadas e criando uma visão paralela a respeito de vários temas.
Fui eu mesma quem celebrou a cerimônia de casamento da minha filha mais velha. Por acreditar, assim como ela e o noivo, que o casamento comumente celebrado exige que se façam promessas que, todos sabemos, dificilmente poderão ser cumpridas.
Acredito que temas como fidelidade, amor incondicional, e tudo aquilo que sejam exigências de afeto, não podem ser, antecipadamente, prometidos. Já nos dizia o grande poeta Vinícius de Moraes, que “o amor não pode ser imortal, posto que é chama”.
Como prometer afeto incondicional para toda a vida? Prometemos para depois descumprir a promessa -cheios de culpa- pois todo e qualquer sentimento é fruto de um trabalho constante e que nem sempre se consegue observar ao longo dos anos de convivência. A vida é mutante como mutantes são as circunstâncias, os sonhos e os desejos.
Assim sendo, imaginei uma cerimônia onde, ao invés das promessas, meus filhos expressassem coisas que pudessem realmente ter condições de cumprir.
Troquei o “eu prometo” por “é meu desejo sincero”. Dessa forma eles estariam expressando o pensamento da situação do momento que estavam vivendo e não antecipando um futuro que não poderiam sequer imaginar.
E que desejos seriam esses? Enumero alguns na intenção de ajudar a quem esteja buscando uma forma de recriar esses votos em uma celebração diferente e mais próxima do que, imagino, ser mais verdadeiro e coerente.
Poderíamos ter desejos sinceros de:
1-Estar com o outro, em amor, por toda a vida.
2-Respeitar a divindade que existe dentro do outro, mesmo quando ele não puder demonstrar essa qualidade.
3-Ser amigo na doença e na saúde.
4-Buscar sempre enxergar o que de melhor existe em seu companheiro.
5-Compreender que nem sempre o outro poderá ser a realização do seu desejo.
6-Respeitar a individualidade do outro.
7-Dizer sempre a sua verdade para que outro possa conhecê-lo em essência.
E assim como esses, podemos citar inúmeros mais.
Outra sugestão que dou é que se faça uma relembrança das boas vivências do casal e perguntar se eles ainda acreditam naquilo de bom que disseram um para o outro durante a fase de namoro.
Creio ser uma maneira de eles se compenetrarem do motivo que os levou a desejar a união que, no momento, anunciam para os amigos e parentes.
É importante que o casal se conscientize que nenhum poder estabelecido quer espiritual ou humano, pode determinar aquilo somente dois corações podem ter como objetivo de vida.
Portanto, aquele ato é tão e somente um anúncio pessoal e intransferível do sincero desejo de permanecerem juntos e demonstrar ao companheiro o tanto que se pretende de boa vontade para tornar a vida em comum uma alegria permanente.
Aos que realmente desejam que essa união perdure, pedir que pensamentos amorosos abençoem aquele ato de comunhão que assistem.
E desejar que Deus, na sua Infinita Bondade, os mantenha nessa firme decisão.