“Não seja tão humilde. Você não é assim tão importante” (Golda Meir)
Sempre busquei entender os mistérios da filosofia e basear-me o máximo possível na ciência para estabelecer as bases das minhas crenças religiosas. Sei que existem temas que ainda terão de ser incorporados através da fé. Mas acredito que, a cada dia, a ciência vem comprovando mais e mais as verdades bíblicas.
Sempre intuí que a interpretação para a tão propalada crença na vida após a morte seria uma metáfora bíblica. Não existe uma comprovação científica para esse fato ainda.
Tenho me inteirado a respeito das novas formas de comunicação com os espíritos e até existe um Instituto de Projeciologia em SP que estuda esses fenômenos e mostra como entrar em contato com esse mundo invisível através de canais de televisão sem sinal de emissoras. O Espiritismo tem também a sua forma de explicar fenômenos de comunicação. Várias religiões e Centros de Estudo se esmeram na tentativa de dar uma explicação admissível para a crença na vida após a morte. Acho tudo interessante, mas ainda não consegui entender onde mora a realidade e a fantasia.
O certo é que desejamos imaginar a imortalidade, pois realmente fica sem sentido a vida na Terra, se deixamos tudo o que fizemos nesta curta temporada que temos para existir. Afinal para que tanta luta, tanta ansiedade, tanto sofrimento para nada?... Salomão já dizia: “Vaidade, vaidade, tudo no mundo é vaidade. É corrida atrás do vento!” Será que ele já queria nos dar a pista de que nada levamos, nem mesmo as memórias?
Anoto pontos fundamentais da minha crença pessoal sobre o tema, na intenção de instigar, provocar e fazer com que as pessoas revejam seus pontos de vista, e – quem sabe? – consigam mudar o meu! Estou aberta à discussão saudável do tema proposto. Não estou afirmando que meu ponto de vista seja o verdadeiro. Mas tenho certeza que ele é instigante e poderá ser o ponto de partida para criar novas formas de compreender o assunto.
Parto do pressuposto de que fomos formados como essência divina, vindos do seio de Deus. Creio que nosso momento inicial seja o Cosmo, Deus ou qualquer outro nome que queiramos dar ao núcleo de onde é destacada aquela força que movimenta o nosso corpo e a que chamamos de espírito ou alma. Sem essa crença não consigo explicar nada sobre a missão do ser humano aqui no Planeta.
Acredito que a grande inquietude do homem seja entender o propósito da vida nesse mundo. Penso que seja muito pouco imaginar que viemos para viver, morrer, e simplesmente acabar. Também me parece pouco convidativo imaginar que viveremos em outra dimensão uma vida de estudos ou qualquer coisa semelhante à que temos aqui. Respeito quem pensa assim, mas tenho uma concepção pessoal a respeito dessas coisas.
Acredito em um Deus. Isso é fundamental para mim. E acredito que Ele tenha um Plano particular, unicamente Dele, para tudo no Universo. Falo isso baseado em todas as evidências daquilo que não podemos provar e percebemos intimamente interligadas pelos mistérios que nos são desvendados à medida que a história de vida se desenrola diante de nós. São as chamadas coincidências, situações em que o tempo parece estar marcado da mesma forma para duas situações bem distantes ou diferentes. São os encontros, as oportunidades, o estar passando no lugar certo e na hora exata, todos os expedientes que parecem vir através de uma Inteligência Superior que a tudo vê e tudo provê. Chego mesmo a pensar que o ser humano foi criado para acabar com a solidão de Deus.
Entretanto não acredito que esse plano, embora envolvendo criaturas, nos envolva como pessoas distintas. Temos o livre arbítrio de pautar nossas escolhas, independentemente de saber que Plano é esse. Nada sabemos desse Plano Universal porque ele é tão abrangente, que não caberia em nossa capacidade de entendimento. Quando influímos na mudança, fora do que já está determinado, aí sim, Deus se movimenta para que mesmo com essa nossa escolha, o Plano Dele volte ao caminho definido.
Temos muitas evidências disso. Se formos pensar bem, as funções do nosso organismo já estão estabelecidas “a priori', e nem nos damos conta desse fator. Nelas se incluem a circulação sanguínea, a respiração, a digestão, o metabolismo e tudo mais sobre o processo pelo qual funciona o organismo como um todo.
O que sobra de livre arbítrio? Sobra apenas o que comer, o que vestir, o que fazer, independentemente de toda a programação estabelecida... E se ousarmos ir além dela, pagaremos alto preço com a nossa saúde, bem estar, ou tempo de vida...
Acredito que tenha sido daí que nasceu a concepção de um Deus que se ira e castiga a sua criação. Pois nada podemos fazer a mais do que fomos programados, sem que com isso soframos o 'castigo' das nossas ações.
Sobre a alma, posso dizer que é minha crença a existência, no Universo, de uma Força a que dou o nome de Força Cósmica e que cada um pode nomear como desejar. O nome pouco importa. Seria nessa imensa potencialidade energética que ficaria guardado o grande manancial que nos move e sustenta. Seria uma Mente Cósmica de onde sairia a força da alma, que move o corpo. Pode ser isso o próprio Deus? Pode ser assim chamado, se desejar.
E é para lá que voltaria a nossa energia vital quando o nosso corpo cessasse de existir. Voltaria não com a nossa personalidade, mas com a potencialidade com que fomos formados desde quando passamos a existir como semente. Ou seja, tudo o que foi usado dessa fonte maior, volta a ela de igual tamanho. Nada levamos desse mundo, embora deixemos aqui a marca da nossa passagem e a capacidade de ter participado como integrante do Plano Maior.
Seria esse o perdão que a Bíblia cita como já estabelecido? Se nada do que fazemos é capaz de modificar o Plano de Deus, dessa forma não existiria o pecado ou qualquer erro cometido contra a vontade divina. Voltaríamos à origem sem mácula. Isto é, viríamos e voltaríamos sem 'pecado'... A vida existiria como uma fagulha dessa fonte e voltaríamos àquela essência primeira de onde veio o sopro da alma, sem memória e sem identidade. Lá seríamos absorvidos e transmutados no movimento natural das energias, propiciando uma nova forma de freqüência energética que voltaria a emitir nova fagulha de vida para o novo ser que se formará no ventre.
Não acredito em castigo nem em perdão, divinos... Acredito na necessidade de Deus ter criado o homem como agente de um Plano Maior que não temos capacidade de acessar.
Por isso, ouço, sem distinção ou crítica quem quer que seja, falando a respeito de sua crença pessoal. Nada julgo, assim como não me arrogo o direito exclusivo da Verdade tão procurada pelos filósofos desde a Antiguidade. Tudo é possível dentro das inúmeras capacidades de estabelecer parâmetros sobre assunto tão debatido e contraditório.
Creio nas verdades bíblicas, assim como estou aberta a escutar e analisar as verdades de outras fontes religiosas. Apenas escolhi a Bíblia como referencial da base das minhas crenças. É o que ainda posso fazer para exercer minha parcela do livre arbítrio que me foi permitida utilizar. Cada um tem seu direito inviolável de escolher aquilo que mantém a alma na mais perfeita paz que seja capaz de construir.
Quando ouço as novas proposições sobre as Leis do Universo, e como elas influenciam a nossa paz e prosperidade, tenho a sensação de que devagarzinho, o ser humano vai descobrindo a sua verdadeira destinação e participação na História. E ao compreender a vastidão do Universo, perceber também a nossa pequenez.
Longe de sermos a maior criação de Deus, somos tão somente mais um elo da cadeia ecológica que mantém o equilíbrio do planeta. Somos tão importantes quanto qualquer outro animal ou planta na execução de um Plano Universal.
Plano tão esmagadoramente imenso que podemos nem ser notados dentro de tamanha grandiosidade!