A última edição da revista Veja publicou, na seção de cartas dos leitores, a seguinte mensagem enviada pelo coordenador do ESP:
A excelente reportagem ['Prontos para o Século XIX'] é a prova definitiva de uma realidade que vem sendo denunciada pelo 'Escola sem Partido': as escolas brasileiras estão infestadas de professores militantes, empenhados em fazer a cabeça de nossos filhos. Pobres crianças. Como protegê-las desses molestadores ideológicos, se não podemos saber o que acontece no interior de uma sala de aula? Nossa sugestão é simples: afixar em cada sala de aula do país um cartaz com os seguintes dizeres:
1) O professor não abusará da inexperiência, da falta de conhecimento ou da imaturidade dos alunos, com o objetivo de cooptá-los para esta ou aquela corrente político-ideológica, nem adotará livros didáticos que tenham esse objetivo;
2) O professor não favorecerá nem prejudicará os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, religiosas, ou da falta delas;
3) O professor não fará propaganda político-partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas;
4) Ao tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas, o professor apresentará aos alunos, de forma justa – isto é, com a mesma profundidade e seriedade –, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito;
5) O professor não criará em sala de aula uma atmosfera de intimidação, ostensiva ou sutil, capaz de desencorajar a manifestação de pontos de vista discordantes dos seus, nem permitirá que tal atmosfera seja criada pela ação de alunos sectários ou de outros professores.
O cumprimento desses deveres elementares não só resolveria o grave problema da instrumentalização do conhecimento para fins político-ideológicos, como promoveria uma dramática elevação na qualidade do ensino em nosso país.