Desde a guerra da Argélia (1954-1962), a idéia de 'guerra assimétrica' tornou-se o princípio orientador da estratégia antiocidental. Inspirado no 'combate indireto' de Sun Tzu, cuja 'Arte da Guerra' já circulava em edições oficiais na URSS e nos países-satélites nos anos 50, o conceito é, em essência, o de uma luta em que um dos lados não admite freios de espécie nenhuma: pode fazer o que bem entender e ainda explorar como arma os compromissos morais, jurídicos e sociais que amarram as mãos do adversário.
A guerra assimétrica é a sistematização militar da máxima enunciada em 1792 pelo deputado Collot d`Herbois, na Convenção francesa: 'Tudo é permitido a quem age a favor da revolução'.
Um analista estratégico canadense, o capitão de fragata Hugues Letourneau, assinala que a Frente de Libertação Nacional argelina recorria corriqueiramente a 'greves gerais, emboscadas, terrorismo praticado contra sua própria população e contra outras organizações argelinas de libertação, assassinatos, torturas, mutilações, subtração de grandes somas de dinheiro da população civil, sabotagem industrial e agrícola, destruição de bens públicos, intimidação e morte de presumidos colaboracionistas, campanhas de desinformação etc.'. Enquanto isso, qualquer mínimo ato ilegal das forças de ocupação era usado pela intelectualidade ativista de Paris como instrumento de chantagem moral para manter o governo francês paralisado pelo medo do escândalo.