Mesmo que eu considere que sou sincera quando digo a verdade sobre quem sou, o que fiz e o que represento, a minha visão estará viciada pela minha subjetividade.
Creio que eu não conseguiria mostrar quem eu sou, mas a imagem que faço de mim.
Defeitos e qualidades podem ser aumentados ou diminuidos em razão do que eu sinta em cada momento, da baixa ou alta estima no instante vivido. Apesar disso, não consigo evitar de me analisar como se enxergasse toda a minha verdade, mesmo quando me questiono se sou tudo o que digo de mim, ou veem em mim.
Deus, sim, pode dar testemunho de mim. Ele me conhece como ninguém, Ele sabe tudo e, mesmo que eu finja, Ele sabe quem eu sou... E gosta de mim.
Os testemunhos humanos que falam de mim também obedecem ao critério da subjetividade e, algumas vezes, são viciados por diversos interesses. Eles podem nos endeusar ou nos derrubar... Não são consistentes, nem duradouros, em sua maioria.
Inúmeras vezes nos envaidecemos com os “confetes” jogados, e acreditamos que somos “mini deuses” dignos de admiração, respeito, homenagem, obediência... E nos consumimos nesse fogo perverso da vaidade, cegos, fora da vida real; e passamos a agir com soberba, orgulho, plantando falsas verdades absolutas. Afastamo-nos do nosso verdadeiro eu, da nossa humanidade e fraqueza e, principalmente, nos afastamos do Pai.
De “mini deuses” a “derrotados” a nossa auto-análise despenca em razão de considerações jocosas, de desvalorização como ser humano, de agressões verbais, de atitudes falsas...
É frágil a nossa proteção emocional quando buscam diminuir o nosso amor próprio, desvalorizar todo o esforço e experiência de vida de quem desejou caminhar bem. Se agimos estimulando as “pedradas”, certamente nos desviamos do caminho que escolhemos.
É passageiro o nosso testemunho, ou o testemunho dos outros sobre quem somos. O que vem de um ser humano para o outro é finito. Só Deus permanece e é Ele o nosso melhor biógrafo.