Ao ser atendida em um Banco o Gerente pergunta cuidadosamente a uma Sra.:
- Desculpe-me, mas preciso saber a sua idade. Quantos anos a Sra. tem?
- Anote aí meu filho - Sou da época que perguntar a idade de uma Senhora era vergonhoso, falta de educação e descaramento, mas mesmo assim vou lhe responder: Sou bem mais velha do que suas irmãs, um pouco mais velha do que a sua mãe e bem mais nova do que sua avó. Quando criança, brinquei com boneca de cera e mobilia de madeira, ouvi rádio de válvulas e de pilhas. Chorei quando o Presidente Getúlio Vargas morreu. Depois na adolescência tive uma vitrola com som estereofônico que podia tocar os LPs de 33 rotações de Maísa e Nelson Gonçalves; assisti a novela “O Direito de Nascer” na televisão preto e branco, fui aos bailes de carnaval do Copacabana Palace e Hotel Quitandinha; dancei as marchinhas cantadas por Emilinha e Marlene, pertenci ao fã clube de Ângela Maria e Cauby Peixoto, Usei pantalona, calça Levis combinando com blusa-tomara-que-caia. Meu namorado possuía um lindo DKW pintado em duas cores. Casei com ele por ser um piloto que trabalhava na Panair do Brasil, frequentava o Jokey Club Brasileiro e era sócio benemérito do América. Meu filho estudou no Colégio Pedro II e minha filha se formou no Instituto de Educação. Trabalhei como datilógrafa e era considerada uma das melhores no uso da máquina de escrever Olivetti. Hoje, para receber minha aposentadoria e ter o meu dinheirinho depositado em minha conta, preciso confidenciar minha idade? Tenho a idade para entender que o governo continua roubando e nada faz, que os banqueiros continuam mais poderosos financeiramente, que os ricos ficam mais ricos e os aposentados precisam dizer sua idade para um gerente de Banco e assim poder receber uma vergonhosa aposentadoria. Eu tenho 71 anos, sou viúva e claro... Um dia já fui virgem!
28/02/2010
Paulo M.Bernardo
***Se pensarmos nas mudanças tecnológicas e no progresso nos últimos 20 ou 30 anos poderíamos brincar escrevendo uma sucessão de acontecimentos inacreditáveis***