Ontem à noite quase fiquei bêbada. Enchi o primeiro copo de vinho e logo senti meus braços &
8722; eu sempre sinto os braços quando bebo… primeiro dormência, depois dor. Muita dor. Daí eu paro de beber. Por isso eu nunca fico bêbada, e o quase está sempre lá.
Às vezes fico alta, e tento não me incomodar com a letargia &
8722; posso ficar horas encostada numa almofada pensando na vida, na minha e na dos outros… &
8722; , noutras sou imediatamente consumida pelo sono…
Sem dizer uma única palavra, ele segura a minha mão enquanto entorna o segundo copo de vinho tinto, “tinto dulce brasileiro”… depois me carrega até a cama, me deita de bruços, senta na beirada da cama e acarinha meus cabelos enquanto sorri. E eu o amo tanto. Tanto…
Eu quero dizer que o amo com lágrimas nos olhos, como nos filmes, mas meus braços doem, meus olhos pesam… e as palavras são diluídas pelo álcool…
Eeu caio no ano sem dizer que o amo, mas eu o amo. Ah, como amo! Do jeito que eu sempre quis, do jeito que nunca pude, do jeito que o amo.
