As queimadas têm sido motivo de muitas preocupações, especialmente nesses últimos tempos.
O número de queimadas no Brasil tem alcançado números realmente alarmantes, pois milhares de hectares têm sido consumidos pelo fogo. Onde antes existiam matas, plantações e pastagens, agora só se vê a total destruição causada pela ação de queimadas. Assim, em diversos estados a situação está extremamente crítica, como nunca havia sido registrada anteriormente pelos órgãos ambientais.
Os meses de julho, agosto e setembro são os mais críticos do ano, pois o clima quente, a baixa umidade relativa do ar, a vegetação seca e os ventos fortes propiciam o surgimento diário de centenas de focos de incêndio por todo país.
Tristemente, temos que admitir que esse problema tão grande é de responsabilidade exclusiva do ser humano. Como se sabe, existem, sim, queimadas naturais, principalmente pela queda de raios. Mas, é bom lembrar que os raios caem quando está chovendo, o que reduz o estrago das queimadas naturais. Além disso, todos nós sabemos que estamos no período de estiagem, o que nos leva a fácil conclusão de que esse problema ambiental das queimadas é reflexo da ação irresponsável de “piromaníacos” (que são pessoas inconseqüentes com o hábito criminoso de provocar incêndios).
O uso indiscriminado do fogo causa sérios danos à saúde, provoca a morte de animais, o fechamento de aeroportos e estradas, o desligamento de redes de energia elétrica e de telefonia, além de contribuir para o aquecimento global.
Ações de combate aos incêndios florestais e trabalhos de educação ambiental são realmente importantes. Mas, é preciso punir severamente quem provoca tais crimes ambientais.
Pelos dados de anos anteriores, é possível ver que os fiscais e policiais ambientais enfrentam grande dificuldade em determinar realmente quem são os culpados pelo início do fogo. Esse é um trabalho que exige uma perícia muito detalhada e que quase sempre não identifica ao certo o responsável. E, como sabemos, a impunidade só leva o infrator a continuar sua ação danosa ao meio ambiente e a sociedade. Portanto, é importantíssimo que a comunidade colabore com o trabalho de fiscalização dos órgãos ambientais.
Diante de uma questão tão séria, ninguém deve se omitir. Acredito que todos são responsáveis pela busca da solução desse problema.
É preciso que todos, governantes, políticos, lideranças comunitárias, mídia, empresários e cidadãos em geral, se unam para mudar essa triste realidade !!!
Publicado no Jornal Mesa de Bar News, edição n. 379, p. 15, de 10/09/2010. Gurupi - Estado do Tocantins.
Giovanni Salera Júnior é Mestre em Ciências do Ambiente e Especialista em Direito Ambiental.
E-mail: salerajunior@yahoo.com.br
