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Ensaios-->QUEM É THÉO DRUMMOND? -- 21/09/2010 - 07:16 (Filemon Francisco Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

QUEM É THÉO DRUMMOND?
Filemon F. Martins
THÉO DRUMMOND nasceu no Rio de Janeiro a 04 de fevereiro de 1927.* Filho de Edgard Pillar Drummond e Maria de Lourdes de Castro Drummond. Desde os sete anos se revelou um leitor aplicado, sempre incentivado por seu pai, que era jornalista, lendo especialmente os versos de Cruz e Souza, Castro Alves e Olavo Bilac. A escola parnasiana muito o influenciou. Tornou-se admirador da arte de Bilac e já nos primeiros 9, 10 anos de vida, começou a escrever seus primeiros poemas. Aos doze anos encheu-se de coragem e apresentou um soneto ao então Presidente da Academia Carioca de Letras. Dois dias depois recebeu a resposta para continuar escrevendo, eis que, seu soneto tinha qualidade e sensibilidade. E assim o fez. Este soneto foi publicado pelo autor já aos 54 anos no livro “TEMPO DE POESIA”, e mesmo assim, confessa o poeta, por insistência do seu filho mais velho. É hoje um dos maiores sonetistas que o Brasil possui.
Iniciou sua vida profissional aos 16 anos trabalhando no jornal “A NOITE”, que era “O GLOBO” nas décadas de 50/60. Foi Repórter, Redator, Colunista de jornais e revistas da época, entre as quais, “VAMOS LER”, “FON-FON”, “CARETA”, etc. Tornou-se Vice-Diretor de publicidade do Grupo Manchete e de O Globo. No “Jornal dos Sports”, foi também Diretor Comercial. Posteriormente, dedicou-se à Consultoria Política, como Diretor Comercial, tendo passado um ano e meio na África, assessorando o Presidente da FRENTE NACIONAL DE LIBERTAÇÃO DE ANGOLA (FNLA), com base em Angola, viajando por quase todo o continente africano. De volta ao Brasil, fundou a “Genesis Propaganda”, uma empresa de Propaganda e Marketing, que funcionou durante 21 anos. Em 2000, com a fusão feita com as agências Speroni/Ferrari, nasceu a Agência3, na qual foi presidente até 2005. Hoje a Agencia3 se transformou no Grupo3+ do qual o empresário é sócio-diretor e integra o Conselho Consultivo da empresa, apesar dos seus 85 anos de vida.
Escritor, Publicitário, Jornalista, Poeta, Cronista, Redator, Contista, Ecologista, Produtor Cultural, Memorialista, Pesquisador, escreveu vários livros, entre outros: “TEMPO DE POESIA” (1990), “PALAVRAS DE OUTONO” (1992), “VÔO DE NUVEM” (1993), “VERSOS ANTIGOS” (1995), “CAÇADOR DE ESTRELAS” (1997), “AS PEGADAS DE DEUS” (1998), “VRINDAVAN” (1999), “DEDETIZE SUA VIDA” (2000), “ADEUS A MIM” (2001), “A FORMIGA e EU” (2004), “100 SONETOS” (2006), “PORTA DO CORAÇÃO” (2008), “PALAVRAS DE OBSERVANTE” (PROSA-2002), “OS VELHOS PRECISAM MORRER” (PROSA-2003), “ALFRED E SUA TARA” (PROSA-2005), “A REVOLUÇÃO DOS VELHOS E OUTROS CONTOS” (), “A PAULISTA QUE BIN LADEN MATOU” (CONTOS-2006).
Interessou-se também pelo teatro, tendo escrito cinco comédias, das quais três foram encenadas no Rio de Janeiro. Publicou ao todo, 9 livros de poesia, 2 de prosa poética, 4 de contos e deve publicar até dezembro o livro de Crônicas, com o título “UM CÃO AO TELEFONE”.
Com o advento da INTERNET tornou-se colaborador de vários sites, como www.prefacio.net, com publicação de poemas e sonetos que cantam o amor, a vida, a natureza, a ternura e Deus, enfim. Seus sonetos são perfeitos, inspirados e nascem com uma ternura que emociona. São frutos do coração do poeta. Transcrevo dois sonetos, primeiro CHUVA, depois ADEUS A MIM, como exemplos: “Olho em minha janela a chuva fina:/é como a lágrima do lampião/ que parece chorar na minha esquina,/em sua interminável solidão. Eu já me acostumei a esta rotina/de tanto tempo te aguardar, em vão./Sempre a esperar que surjas, repentina,/abrindo, alegremente, o meu portão. Mas na verdade a vida nos ensina/ que é inútil sustentar uma ilusão,/um belo dia ela se esvai, termina./ E olhando a chuva que ainda cai no chão,/percebo esta verdade cristalina:/chove, mas dentro do meu coração.”
“Adeus à minha casa tão querida/ que à sua paz há anos me entreguei./Adeus à verde grama, à flor nascida/ em profusão na terra em que as plantei. Adeus mangueiras, festa colorida/das manhãs de que nunca esquecerei./Adeus cachoeira gélida e escondida/ que me banhava em noites que acordei. Adeus às coisas todas que eu amava,/ aos latidos dos cães quando chegava,/ adeus ao cheiro forte do jasmim. Adeus aos beija-flores, às cigarras,/ romperam-se, afinal, todas as amarras,/ adeus tempo feliz, adeus a mim!”
Pode-se afirmar que Théo Drummond é um dos maiores sonetistas da atualidade em língua portuguesa, ao lado de poetas, como, Augusto dos Anjos, Cláudio Manoel da Costa, Cruz e Souza, Luis Vaz de Camões, Manuel Maria Du Bocage, Olavo Bilac, Vinicius de Morais, Antero de Quental, Paulo Bonfim, Carlos Ribeiro Rocha, Humberto Del Maestro e tantos outros que cultivaram e ainda cultivam a forma fixa. Não foi sem reflexão que Alceu Amoroso Lima disse: “As escolas literárias passam, o soneto fica”. Ou ainda na expressão de Paulo Bonfim (poeta paulista): “O Soneto é o traje a rigor do pensamento.”
E permanecem em nossos corações os versos deste vate carioca, como este soneto “MUTAÇÕES”: “Quanta coisa supomos permanente/mas que depois se mostra transitória./O rio muda o rumo numa enchente,/cada minuto altera a nossa história. Por isso é tolo presumir que a gente/terá sempre guardado na memória/o que nos seja estranho e indiferente/ou que supomos ser a nossa glória. Tudo no mundo é instável e se altera/quando menos se quer, menos se espera,/é uma ilusão fazer projetos, planos. E assim vamos cumprindo a nossa sina,/vivendo o que o destino nos destina,/porque não somos Deus, somos humanos.”
Quem não se enternece ao ler os poemas e sonetos do poeta Théo Drummond? Sua poesia brota suave como a água da fonte que desliza num rio de emoções e vai contornando os meandros dos sentimentos e se transformando em sonetos e poemas harmoniosos que agradam ao mais exigente leitor. Tornei-me um admirador do poeta ao manter um intercâmbio de leitura de seus trabalhos através do site www.planetaliteratura.com, hoje www.prefacio.net, onde o poeta desfila entre o Clássico e o Moderno com a maestria dos grandes literatos. Há uma lição em cada soneto, em cada verso, em cada conto, como nos versos do livro “Porta do Coração” ou nos dez contos que compõem o livro “A PAULISTA QUE BIN LADEN MATOU”, cujos leitores se espalham pelo Brasil e pelo Mundo.
Extraímos do livro “Porta do Coração” esta jóia: TORTURA – “Quando escrevo um soneto me torturo/na busca de uma rima que traduza/um sentimento cada vez mais puro,/que mostre que és meu tudo, minha musa. E assim, o pensamento me conduza/ a ti – luz que me guia neste escuro,/e cada passo teu sempre me induza/a perceber que és tudo o que procuro. E ao nascer o soneto, em cada rima/arrancada do fundo do meu peito,/dizendo tudo o que a palavra exprima, Meus versos serão puros como a tua/forma de ser, que me acalenta e anima/a ver em ti, o sol, a estrela e a lua...”
A professora e poetisa Clau Assi, prefaciando o livro “Porta do Coração”, afirma: “Enfim, PORTA DO CORAÇÃO nos proporciona um leque de opções para que abramos nossos corações à vida. É certo que vivemos num mundo, numa época, em que o mais comum é manter nossos corações fechados, para nos proteger. Talvez esta seja mais uma das grandes observações que Théo Drummond queira nos fazer ver: “É tempo de abrirmos nossos corações. É com ele aberto que tudo pode acontecer!”
Transcrevo algumas apreciações sobre a obra do vate carioca: “Sua veia poética é densa, profunda e competente”. (Murilo Melo Filho – Academia Brasileira de Letras); “Meu caro poeta, você tem uma linguagem transparente, adequada a cada soneto, com seu tom amadurecido”. (Lúcia Aizim – Escritora e Poetisa); “Théo Drummond é um especialista na arte de escrever sonetos e oferece muito mais do que reflexões autobiográficas.” (Jornal do Commercio – página “Livros”); “Você se exprime, nesta difícil forma poética (cuja estrutura rígida torna-se suscetível, de algum modo, a limitar a liberdade criativa do poeta) como se o soneto fosse, afinal, a sua natural forma de expressão.” (Ilona Bastos – Escritora, Poetisa e Jornalista, em Lisboa, Portugal). O crítico literário Mário Margutti assim se expressou: “Théo Drummond aborda os temas eternos da poesia, de maneira direta, bastante coloquial. Sua fluidez o afasta dos mergulhos profundos e das imagens literárias, compondo um “confessionário” lírico e aberto, numa clave que só a maturidade pode proporcionar...”
Théo Drummond é um intelectual incansável, pois que, continua produzindo e me confessou via e-mail que está preparando juntamente com o diretor e produtor da TV-Globo, Roberto Farias, o lançamento de um filme baseado em uma de suas peças escrita há muitos anos, a comédia chamada “O ANJO DO MEU MARIDO”.
De fato, a qualidade do seu trabalho, aliada à sua produção, já lhe garantem um lugar de destaque no Panorama da Literatura Brasileira, merecendo mais divulgação, mais atenção dos críticos e da Imprensa em geral.
• Informação não confirmada por não constar nos livros que possuo do autor ou em qualquer outro local ao alcance da pesquisa.

BIBLIOGRAFIA:
1 - CONSULTA AO SITE WWW.PREFACIO.NET.
2 - CONSULTA À INTERNET.
3 - THÉO DRUMMOND - “A PAULISTA QUE BIN LADEN MATOU” (CONTOS-EDITORA CARAVANSARAI-2006).
4 - THÉO DRUMMOND – “PORTA DO CORAÇÃO” (POESIA- EDITORA CARAVANSARAI-2008).
5 – Agradecimentos ao Théo Drummond que, com sua modéstia característica, nos agraciou via e-mail com informações preciosas sobre sua vida profissional.

filemon.martins@uol.com.br
filemon.martins.blog.uol.com.br
Caixa Postal 64
11740-970 – Itanhaém – SP.



 

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