A ficção nem sempre imita bem a realidade. E quando a distorce, ainda ajuda a perpetuar inverdades sobre a História. O SBT vai estrear no dia 5 de abril, às 10h 30min, a novela “Amor e Revolução”. Pelo trailer divulgado até agora, tudo indica que a obra será mais uma eficiente peça de propaganda ideológica na crescente campanha de desmoralização das Forças Armadas no Brasil pós-1964.
O Alto Comando do Exército já está muito preocupado com os efeitos deste verdadeiro “golpe” psicossocial. Produto de consumo popular, a novela coincide com a intenção do governo de instituir a tal Comissão da Verdade - que visa a investigar exclusivamente os crimes (mortes, torturas, desaparecimentos, perseguições) atribuídos aos militares na repressão à luta armada que sonhava implantar o comunisno no Brasil, nas décadas de 60-70.
O Alerta Total já cansou de alertar aos membros do Exército, Marinha e Aeronáutica. Desde a década de 70, existe uma evidente intenção de desmoralizar as Forças Armadas no Brasil. O objetivo psicossocial é criar uma antipatia tão grande com as Legiões. Para que se chegue à “natural conclusão” de que o Brasil não precisa tanto de Forças Armadas.
Os inimigos das Legiões fazem o serviço para a Oligarquia Financeira Transnacional. O pequeno grupo que controla os negócios globalitários deseja manter o Brasil como uma simples plataforma subdesenvolvida para exploração de recursos naturais, financeiros e humanos. Eles querem desmoralizar o Exército, Marinha e Aeronáutica porque sabem muito bem que a destinação institucional das Forças Armadas é a Defesa Incondicional da Pátria. Com uma defesa débil, a Pátria fica na mão dos parias que nos exploram – porque deixamos.
O Exército suportará o “golpe” de anti-propaganda da novela? A tendência é de desgaste da imagem institucional. No imaginário popular, os militares voltam a ser relacionados com abuso de autoridade, ditadura, violência, e fanatismo ideológico. Enfim, os militares novamente serão ligados ao desrespeito aos direitos humanos, à liberdade e à democracia.
Tecnicamente, as Legiões serão vítimas da chamada Guerra Assimétrica ou de Quinta Geração. Trata-se da tentativa de origem externa, por quaisquer meios e agentes internos ou externos, para afetar a soberania de um País, minando os cenários político, econômico, tecnológico, psicossocial, ambiental e militar. Neste teatro de operações assimétrico, tudo parece muito difuso. Não é fácil perceber o verdadeiro inimigo.
O trailer da novela não deixa dúvidas. Ela será flagrantemente maniqueísta. A obra tem o foco de tratar os militares como assassinos, torturadores e ditadores, enquanto aqueles que lutaram para implantar o comunismo no Brasil seriam heróis revolucionários numa luta mortal contra uma ditadura, em nome da liberdade e da Justiça Social. Quem não vivenciou a história real – ou nem estudou diferentes versões dela – vai ser seduzido, facilmente, pelo enredo da novela.
O SBT propagandeia sua “trama ficcional” como a primeira na televisão brasileira a se passar inteiramente na época da Ditadura Militar, entre as décadas de 60 e 70. Antes de ir o ar, a novela já é um sucesso comercial. A Procter & Gamble já adquiriu uma das quatro cotas publicitárias, no valor de R$ 8,9 milhões/mês. As outras devem ser fechadas até a estreia pelo diretor comercial do SBT, Henrique Casciato.
“Amor e Revolução” foi escrita por Tiago Santiago - escritor premiado, romancista, dramaturgo, sociólogo, roteirista de novelas e diversos programas de sucesso na TV. A novela terá direção de Reynaldo Boury - um dos mais consagrados diretores da história da Rede Globo. Pela qualidade das cenas e interpretações exibidas até agora no trailer oficial do SBT, a novela tem tudo para ser um estrondoso sucesso. A novela tem blog oficial: http://amorerevolucao.webnode.com
Os atores fizeram um intenso laboratório de criação no início deste ano, no estúdio 7 do Complexo do SBT, na Anhanguera. Fotografias, vídeos, armas e aparelhos eletrodomésticos faziam parte da decoração que relembrava os anos 60 no Brasil. Neste cenário, eles interagiram com pessoas que viveram aquele período histórico – claro, compatíveis com a visão ideológica pró-esquerda que a novela deseja retratar.
Em seu elenco, atores de indiscutível qualidade. Graziela Schmitt, Claudio Lins, Cláudio Cavalcanti, Isadora Ribeiro, Lúcia Veríssimo, Patrícia de Sabrit, Luciana Vendramini e Licurgo Spínola formam o núcleo de “heróis revolucionários” que lutarão pela liberdade contra os “Gorilas Ditadores”. Só falta a novela terminar com uma das heroínas se elegendo Presidenta da República. Por que não?!
A defesa da Comunicação das Legiões será complicada. Os produtores tomaram até o cuidado com o figurino da novela. As fardas dos truculentos e repressores “ditadores” não é a tradicional verde-oliva. Talvez a intenção seja denotar a “ficção”. Mas a confusão entre urutu e urubu será facilitada pelo enredo maniqueísta do romance anti-ditadura da tevê de Sílvio Santos.
Assista ao trailer oficial da novela e tire suas conclusões.
E fica registrada, novamente, a pergunta que não quer calar: As Legiões suportarão mais um “golpe” em sua imagem institucional? Na definição doutrinária, General é o líder combatente que conhece e enfrenta, permanentemente, o inimigo real.
Se os nossos comandantes militares não tomarem cuidado, e cumprirem direitinho sua missão institucional de neutralizar o inimigo verdadeiro, acabarão estrelando o “Recruta Zero” – filme em 3D futuramente destinado ao treinamento da Guarda Nacional ou do Exército de Libertação Nacional.
A operação, no entanto, exige prudência. Os revanchistas esperam que algum militar perca a linha, e vire General Expiatório. Não vale a pena cair na armadilha deles. Mais que nunca, o momento histórico exige inteligência e compromisso com a Democracia que precisa ser, efetivamente, implantada no Brasil.
Os brasileiros não podem cair neste golpe militante da novela.
*Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net.
Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.