'A velha dicotomia entre &
39;Bacharéis&
39; e &
39;Tarimbeiros&
39; foi substituída, na atualidade, por uma complementariedade necessária. Isto porque nós, Soldados e Chefes Militares, realmente precisamos estudar a Ciência da Guerra como &
39;Bacharéis&
39;, mas tão somente para adquirir a capacidade analítica indispensável à solução científica dos problemas militares surgidos, para, a partir de então, poder aplicar de forma inovadora aqueles talentos que são forjados somente na peleja e pela experimentação, de tal forma que possamos, enfim, empreender, desta vez como &
39;Tarimbeiros&
39;, a mais eminente e autêntica Arte da Guerra.' (RMM)
O EXÉRCITO ENTRE AS GUERRAS DO PARAGUAI e a 2 a GM
Em 'A formação de um Exército à brasileira: lutas corporativas e adaptação institucional':
http://www.scielo.br/pdf/his/v29n2/v29n2a05.pdf
'Em 1844, uma reforma estatutária estabeleceu os títulos de bacharel e doutor em ciências matemáticas, criando o 'tipo híbrido do militar-bacharel, ou militar-doutor'. Como aponta Motta (1976, p. 79), &
39;através dele [o título] sente-se que os quartéis não ficaram imunes à feitiçaria dos títulos a que todo o Império, aos poucos, se entregava. Todo mundo queria ser doutor. O título abria caminho para os empregos, para o bom casamento, para o prestígio social e político'.
MOTTA, J. Formação do oficial do Exército. Rio de Janeiro: Cia. Brasileira de Artes Gráficas, 1976.
Trecho extraído em http://www.cdocex.eb.mil.br/site_cdocex/Arquivos%20em%20PDF/o_ensino_mil_atraves_dos_temp_qco.pdf
'A dicotomia entre Oficiais ditos "práticos-tarimbeiros" e "teóricos-bacharéis" estava estabelecida no Exército e na Armada nos primeiros anos da República, sem que se houvesse encontrado o justo equilíbrio entre os dois pólos. A situação era dantesca e tínhamos, então, mercê de um ensino distorcido, Forças Armadas despreparadas, desmotivadas, sem um mínimo de espírito militar, eivadas de Oficiais enredados na política partidária, o que os desviava da atividade-fim da Instituição. Consoante depoimento do Gen Tito Escobar, era ativa, nos quartéis, a propaganda das idéias humanitaristas, pregando-se abertamente o pacifismo, o que, no dizer do historiador militar Gen Severino Sombra, "apaisanou o Exército". Não é de estranhar-se, pois, as difíceis vitórias obtidas pelo Exército em Canudos e Contestado, tudo consequência da desídia com que se encarava, fruto do sabor da época, o ensino técnico-profissional e prático nas Escolas Militares, principalmente na Praia Vermelha. A respeito desse tenebroso período, por que passaram as nossas Forças Armadas, disse o inesquecível Marechal Castello Branco: "os quase fiascos de Canudos e Contestado foram fruto das idéias nefastas do positivismo de que estava impregnada grande parte da mocidade militar; O Brasil, à época, seria presa fácil de qualquer aventureiro alienígena".
Para maiores informações consultar em:
Brasil e Argentina: um ensaio de história camparada (1850-2002)
Por Bóris Fausto e Fernando Devoto
Forças Armadas e Política no Brasil
Por José Murilo de Carvalho
Os Militares e a República
Por Celso Castro
A Proclamação da República
Academia de História Militar Terrestre do Brasil
Os "jovens turcos" na disputa pela implementação da missão militar estrangeira no Brasil
Por Cristina Monteiro de Andrade Luna