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Ensaios-->QUEM FOI CARLOS RIBEIRO ROCHA? -- 01/12/2011 - 20:33 (Filemon Francisco Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

QUEM FOI CARLOS RIBEIRO ROCHA?

(04/11/1923-27/11/2011)

Filemon F. Martins


Um dos mais notáveis poetas do Brasil. Nascido na cidade de Ipupiara, Bahia, próximo à Chapada Diamantina, Carlos Ribeiro Rocha é no dizer do sociólogo e crítico literário, Mário Ribeiro Martins, “o poeta da natureza, para quem a oportunidade não sorriu, mas cuja poesia é um sorriso eterno.”
Autodidata, o poeta baiano, com o apoio da comunidade, fundou em Santo Inácio, o Ginásio Diamantino (CNEC), do qual foi professor de Português durante dois anos seguidos. No início de sua carreira também fora professor municipal e particular em Ibitunane, Ibipeba e Ipupiara. Por concurso público, tornou-se Coletor Federal, tendo residido em Santo Inácio, Xique-Xique, Itamaraju e Salvador, mas foi no interior da Bahia, onde teceu a maioria dos seus versos.
Cronista, sonetista e trovador fluente, aprendeu com a natureza e com os livros, sem frequentar, contudo, as salas de um Colégio, como ele mesmo afirma em suas trovas:
“Colégio sem endereço é o que me fez bacharel...Nas trovas que sempre teço é que brilha o meu anel.” “Sem Colégio, encontro tudo no livro da Natureza, e como não tive estudo, sou ave no visgo presa.” “O nome do meu Colégio ? Ninguém suas letras soma: Nunca tive o privilégio de receber um diploma.”

Carlos Ribeiro Rocha escreve com o coração, porque sua lavra poética é uma fonte inesgotável que continua jorrando tanto no soneto, quanto no trovismo. O poeta, pesquisador, cronista e trovador já editou alguns livros, entre outros: “HARPA SERTANEJA”, “PINGOS DE MIM”, “MEDITAÇÕES, LIÇÕES”, “CAFÉ REQUENTADO”, “28 SONS” e “COROA DE SONETOS”. Mas possui diversos livros inéditos, contendo poemas, crônicas, sonetos e trovas.
Humberto Del Maestro, poeta e intelectual do Espírito Santo, prefaciando “MEDITAÇÕES, LIÇÕES”, afirma “ o vate e trovador das terras de Rui Barbosa e Castro Alves foi além das expectativas, criando instantes maravilhosos, mágicos não apenas em versos com linguagem clássica, ritmados, quando deu asas à sua inspiração elástica e farta, mas construindo momentos de grande profundidade, na poesia livre.”

Já o professor e escritor Osmar Barbosa, do Colégio Estadual de Nova Friburgo, RJ, diz: “Vê-se que você é inspirado poeta, pois, quem talha sonetos como “Cigarras e Formigas”, “Velha Mangueira”, “Borboletas”, etc., tem a poesia na alma, a arte nas veias.”

O poeta não se prendeu a formas e a nenhuma corrente literária, por isso sua poesia é gostosa de ser lida, é harmônica e livre, como ele mesmo diz:

“ Não sou parnasiano, não pertenço a escola alguma da arte modernista, porquanto escrevo como sinto e penso... Se anel não tenho, mesmo de ametista, nas maravilhas desse livro imenso hei de encontrar a glória da conquista.”
Sensível aos problemas brasileiros, especialmente do trabalhador simples e desvalido do Nordeste, empunha sua pena e diz: “ Pega da enxada – seu fuzil sagrado, e as ervas más fulmina do roçado, cantando sempre a chula da vitória. Eu te amo, lavrador abandonado... Se não podes por mim ser amparado, quero, ao menos, contar a tua história!” Não esqueceu, porém, das crianças abandonadas: “Cheirando cola, sem comida, sem escola, sem um barraco ao menos como lar, dá pena ver meninos a cumprir duros destinos, só aprendendo a roubar!... Faz vergonha aos Presidentes ver meninos nas vielas, com as bocas cheias de dentes e sem nada nas panelas”...

Com um toque de mestre, ele fala dos garimpeiros: “Ousado e firme, o garimpeiro busca, no seio virginal do solo amado, a gema rara, que deslumbra e ofusca, apagando as agruras do passado... Aquela jóia pondo sobre a palma, o altivo garimpeiro sente na alma a brisa da ventura, tão serena! Também o bardo, com valor e calma, um verso vai buscar no fundo da alma, coberto ainda de saudade e pena!”

Em correspondência ao autor destas linhas, o poeta numa deferência que me honra, encaminha alguns trabalhos abrangendo temas políticos, filosóficos, sociológicos, etc. Eis alguns exemplos: “ Político sabichão promete a cada eleitor, a casa, saúde e pão, qual um “santo” protetor.” “Se o povo cai na conversa, vai eleito, faz a festa, e aí a coisa é diversa, não realiza o que presta.” Em OBSERVAÇÕES, CONCLUSÕES, escreveu: “ Olhando nossas matas e cerrados, nossas caatingas, descubro, vejo florescências de Poder, cachos de Sabedoria... E assim, este humilde sertanejo vai tecendo a poesia e confessando que Deus está criando noite e dia. Levantando mais os olhos, vejo estrelas lá no Espaço, que aos olhos causam cansaço, mas, trazem reflexões e conclusões acertadas. Com razão e sapiência afirmou o Cristo: - “ Na casa de meu pai há muitas moradas” – e, pouca gente consegue entender isto!”
Seus sonetos são belos e perfeitos, à moda de Olavo Bilac e entre outros, transcrevo AMAR SEMPRE, que o poeta a partir de uma trova minha, “No mundo do desamor ao poeta, nada importa, se na saudade e na dor, a inspiração o conforta.” escreveu o belíssimo soneto. “No mundo de sequestros, males, dores, da humanidade foge o sentimento maior de fraternismo, e só horrores a criar o ambiente mais nojento! Confrade amigo, no lugar que fores, semeia, sem mostrar constrangimento, o amor que faz brotar somente flores, que a todos leva só contentamento. Amar sempre, o Evangelho assim exorta, porque do bem o amor é larga porta a nos mostrar futuro promissor. O mundo de egoísmo e desamor, ao poeta, em verdade, nada importa, porque a inspiração é que o conforta.”
Muito mais se poderia dizer da poesia de Carlos Ribeiro Rocha, que, não obstante ter participado do Anuário de Poetas do Brasil, Rio de Janeiro, organizado pelo saudoso APARÍCIO FERNANDES, em 1978, volume 1, página 105 e 1979, volume 4, página 63, infelizmente só é conhecido na Bahia e nos meios alternativos, onde goza de prestígio e do merecido respeito, mas seu nome consta no DICIONÁRIO BIO BIBLIOGRÁFICO REGIONAL DO BRASIL, do escritor Mário Ribeiro Martins, no site usinadeletras.com.br em ENSAIOS.

Faleceu em 27 de novembro de 2011, em Salvador, Bahia, tendo sido sepultado em Santo Inácio, no sertão baiano, terra natal de sua esposa Mariazinha.

Sua poesia, seu trabalho e seu nome, com certeza, estarão incrustados no panorama da Literatura Brasileira.

 

filemon.martins@uol.com.br
www.filemon-martins.blogspot.com

Caixa Postal 64

11740-970- Itanhaém – SP.

 

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