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Ensaios-->As asas pernambucanas -- 21/09/2013 - 07:43 (Brazílio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
As Casas Pernambucanas -- 30/06/2003 - 23:44 (Ulow

Randap)

O jingle era conhecido nos mais distantes cafundós do país: bastava haver uma porteira de

fazenda, uma rocha de granito exposta ou mesmo uma árvore mais rotunda e lá estava a inscrição,

invariavelmente em tinta branca: Casas Pernambucanas, onde todos compram. Mesmo quem não

fosse da capital, ou nem tivesse lá ido, acabava sabendo das maravilhas das Lojas Americanas,

onde se dizia, de tudo havia. Porém, no caso das Casas Pernambucanas, onde todos compravam,

persistia um certo mistério. Todos compravam, e quase ninguém nelas falava. O que teria

acontecido? Será por que se especializavam justamente no tecido, porquanto, tudo que fosse

badulaque, de utilidade ou de araque, as Americanas vinham à mente firmes, assim como a

democracia no Iraque? Fossem Casas Parahybanas, a gente podia estar certo de lá encontrar

o agalhaso - pro corpo e pra alma – que cobriria tanto o Xá e a Farah Diba, o inefável cobertor

Parahyba. Mas de pernambucano bem conhecido o que é que havia - além da bravura daquela

gente que se uniu acima das diferenças raciais para expulsar o invasor holandês, que queria se

apossar de seus canaviais e fazer mais sacanais? Isso não é pouco. Mas pra se vender ao povo,

que se podia esperar do Leão do Norte? Livros e teses de Gilberto Freyre, da mesma estatura que

um Freud, um Marx, e muito mais sensual com suas mulatas e seus baús de revelações? Ou

esculturas do Brennand, que de tão pesadas, nem podiam ser transportadas num tempo em

que o Brasil mal tinha estradas pros seus Fenemês? Mas matei a minha sede de conhecimento

conhecendo uma pernambucana casa em BSB. Comprei lá meu tergal. Mas depois me pus a

pensar: não seria mais próprio da Bahia, esse negócio de ter Gal?
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