Usina de Letras
Usina de Letras
114 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62816 )
Cartas ( 21343)
Contos (13289)
Cordel (10347)
Crônicas (22568)
Discursos (3245)
Ensaios - (10539)
Erótico (13585)
Frases (51208)
Humor (20118)
Infantil (5544)
Infanto Juvenil (4873)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1380)
Poesias (141097)
Redação (3341)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2439)
Textos Jurídicos (1965)
Textos Religiosos/Sermões (6300)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Ensaios-->Doente pra moça -- 22/10/2013 - 10:55 (Brazílio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Era a expressão singela e eufemística que Justiniana usava pra definir

aqueles rapazes que não se casavam. E nem queriam saber de moça. Não a

empregava assim abertamente. Chegava a virar o rosto prum lado, semicobrir

a boca para a proferir. Quase que com reverência.

E o exemplo mais flagrante dessa definição era o moço da padaria,

o Segismundo. Todos o conheciam pela fineza de suas maneiras, as

sobrancelhas negras e bem delineadas e os cabelos lustrosos e ondulados de

dar inveja a um iniciante Elvis.

E pouco se o via de fora daquele balcão em que ele passava os dias vendendo

pão e sorrisos. Mais pros meninos. Ou dos meninos. Mas quem ficavam

encantadas com ele eram as senhoras solteironas, já de uma certa idade,

assim como Justiniana, ou sua irmã Alenita - mais sociável e mais jeitosa -

que contava de suas prosas com o moço da padaria. Que lhe falava com certo

orgulho e sem pudor de suas habilidades domésticas: o tricô, o crochet.

Quando a padaria fechou, foi a vez do mundo se abrir para Segismundo: abriu

seu próprio negócio, um salão de beleza. Já não era mais o encantador e

guapo moço que servia cafezinhos daquela máquina cromada 'Maracanã',

nas xicrinhas branquinhas e que se comprazia em embrulhar baguetes de

todos os tamanhos para os fregueses. Havia mudado: os cabelos deram

lugar a uma cabeleira, os dentes recauchutados mas ele se sentia em seu

elemento, pintando e fazendo cabeças. E pronto para atender a sessão

noturna, enquanto sua zelosa maman cochilava em frente à tv - apesar de

toda a faceirice de Yoná de Magalhães
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Perfil do AutorSeguidores: 9Exibido 727 vezesFale com o autor