Tempos Perigosos: Rússia Ascendendo no Oriente Médio
James Lewis
Agora que os EUA fazem uma política de liderar dos bastidores, algumas potências mais sérias correm para preencher o vazio. E Obama está pronto para deixar isso acontecer, razão pela qual a Índia acaba de lançar seu primeiro porta-aviões de fabricação própria e o Japão está se rearmando para evitar que a China roube todo o Mar da China Meridional.
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Obama e Putin |
Quando os EUA saírem do jogo, o que virá não é amor e paz, ao contrário do que pensam os esquerdistas, profundamente iludidos. O que irá acontecer é uma disputa mundial para ver quem vai ser o “rei do pedaço”. Instabilidade produz guerra, como podemos ver nas manchetes de jornais. Obama derrubou o regime de Mubarak no Egito, um pilar de paz e estabilidade que durou trinta anos. Agora a guerra civil explodiu por todos os lados: Egito, Líbia e Síria. Grande coisa essa tão louvada “Primavera Árabe”. Os iranianos estão rindo a essa altura, se preparando para passar a perna no Ocidente mais uma vez.
E para mostrar sua profunda preocupação com a matança, Obama está mandando cartões postais da ilha de Martha’s Vineyard, onde passa férias, rindo e se divertindo.
Os árabes não estão rindo. No Egito, ambos os lados culpam Obama. Na Líbia e na Síria, os americanos também alienaram ambos os lados. E pelos bastidores, os sauditas estão pagando o exército egípcio para derrubar a Irmandade Islâmica, enquanto os barões do petróleo do Qatar tentam passar os sauditas para trás.
Israel é o único país democrático, estável e próspero da região, e observa com nervosismo enquanto seus inimigos matam uns aos outros. O Egito agora está em guerra com o Hamas em Gaza, onde a Irmandade Islâmica se abriga. E o Hezbollah está infiltrado na Síria, defendendo o regime dos rebeldes da Al Qaeda.
Na ausência da força e da confiabilidade americana, todos os protagonistas se voltam para a Rússia, que está emergindo:
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9679; como defensora declarada do Cristianismo contra a perseguição muçulmana ao redor do mundo;
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9679; como uma plausível negociadora de paz no Oriente Médio, com relações muito melhores com Israel, Arábia Saudita, Egito e Síria que as que os EUA têm hoje;
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9679; como detentora do monopólio do fornecimento de gás natural para a Alemanha, com o consentimento do eixo franco-alemão;
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9679; como o único país com um guarda-chuva nuclear confiável para proteger os amigos e deter os inimigos;
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9679; como um país que entende o valor de mercados relativamente livres (veja o imposto uniforme de 14% que Putin acabou de introduzir na Rússia).
Vladimir Putin agora parece ser o herdeiro de Pedro I da Rússia, o czar modernizador. Essa é outra estranha reviravolta da história, mas fatos são fatos.
A Rússia de Putin não é um poder marxista imperialista. Isso é importante, porque costumávamos pensar em um império soviético expansionista. Hoje, Putin tem que ser prático para recuperar a força da Rússia depois de décadas de fracasso e decadência. Por isso ele está usando a Igreja Ortodoxa Russa como sua base ideológica para construir sua popularidade. Ele segue os passos dos czares. Até o momento, Putin não avança de maneira agressiva, buscando primeiramente o prestígio internacional, conquistas econômicas e influência nos países vizinhos. Uma das razões para isso é que ele tem um competidor global: a China.
Isso não quer dizer que ele é um cara legal, ou que a Rússia não irá buscar um poder maior. Putin é um imperador da Grande Rússia. A China, a Europa e o islamismo são suas maiores ameaças históricas. Mas, na era nuclear, há ameaças por todos os lados.
Por isso, Putin busca tomar o lugar dos EUA como poder decisivo no Oriente Médio. Ele também quer desempenhar um grande papel na próxima OPEP, baseada no gás e no óleo de xisto. E também gosta de provocar os EUA.
A surpresa maior é que, ao contrário de Obama, o presidente mais antiamericano que já existiu, Vladimir Putin emerge como um defensor de valores tradicionais ocidentais.
Isso é esquisito demais para você?
Para mostrar a seriedade da Rússia no Oriente Médio, Putin visitou pessoalmente e buscou contato com todos os protagonistas, incluindo o regime de Sisi no Egito, Israel, a Síria de Assad e a Arábia Saudita. Todos agora estão buscando seu apoio.
Faz sentido. Suponha que você seja o general Sisi do Egito, tentando governar uma nação no caos. Quem você quer para garantir sua segurança? Um autodepreciativo e traiçoeiro Obama, ou um implacável, mas coerente Putin?
A resposta é clara.
Isso também se aplica a Israel, que não quer uma guerra com o Irã, mas não pode confiar nos malucos de Teerã. Somente a Rússia tem a vontade e o respaldo militar para manter os mulás em seus lugares. Os EUA têm o poder, mas não mais a vontade ou a confiança de seus aliados.
Se Putin se voltar contra os mulás, eles não têm como ganhar. Ele é perigoso demais, com uma força nuclear intimidadora e que ele está disposto a colocar em ação se Teerã em algum momento representar ameaça. Os mulás sabem o que Putin fez à Chechênia muçulmana depois dos ataques terroristas em Moscou e na Bielorrússia. O exército russo é brutal e indiscriminado. Eles não têm medo da histeria esquerdista ocidental. Obama pode ansiar por ser adorado, mas Putin quer ser temido e respeitado. Putin é um homem, com valores masculinos. Obama não.
Nossos aliados da OTAN agora estão felizes em comprar a proteção nuclear de Putin em vez de uma América fraca e vacilante. Esta semana, as forças aéreas francesas e russas estão fazendo treinamentos conjuntos. Não é coincidência.
Na política internacional, os poderes sérios prevalecem. Ninguém irá apostar sua sobrevivência a uma pequena seita de egoístas iludidos da Casa Branca. Homens como Putin irão mastigá-los, cuspi-los e pedir mais.
Durante o Império Soviético, a ascensão da Rússia teria sido má notícia. Hoje em dia, talvez dê aos EUA espaço para respirar e consertar o que está errado em casa.
Poderiam começar introduzindo o imposto uniforme de 14%, uma ideia criada nos EUA, mas que sua classe política vê com desdém.
Se o imposto uniforme funciona na Rússia, vejamos outra glasnost e outra perestroika, mas desta vez na América, se suas próprias ideias políticas voltarem do exterior.
Depois de Obama, parece que irão precisar.
Leitura recomendada:
Sobre EUA:
Sobre Rússia:
Conheça o Estado policial fascipetista denunciado em livro por Romeu Tuma Jr., acessando:
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-livro-bomba-tuma-jr-revela-os-detalhes-do-estado-policial-petista-partido-usa-o-governo-para-divulgar-dossies-apocrifos-e-perseguir-adversarios-caso-dos-trenes-em-sp-estava-na-lista-el/
Faça download do livro de Tuma Jr., ASSASSINATO DE REPUTAÇÕES - UM CRIME DE ESTADO, clicando em
http://liciomaciel.wordpress.com/2014/01/15/tuma-jr-livro-download
A transcrição do livro de Tuminha pode ser vista em http://pt.slideshare.net/CelsoDaviRodrigues/livro-assassinato-de-reputaoes-tuma-junior
Leia os textos de Félix Maier acessando:
1) Mídia Sem Máscara
http://www.midiasemmascara.org/colunistas/10217-felix-maier.html
2) Piracema - Nadando contra a corrente (textos mais antigos)
http://felixmaier.blogspot.com/
3) Piracema II – Nadando contra a corrente (textos mais recentes)
http://felixmaier1950.blogspot.com/
Leia as últimas postagens de Félix Maier em Usina de Letras clicando em
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotextoautor.php?user=FSFVIGHM
Para conhecer a história do terrorismo no Brasil, acesse:
http://wikiterrorismobrasil.blogspot.com.br/
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