PARTE 1
BLINDADOS, A GARFADA DE TIO SAM
O texto extrai dados pesquisados por Ronaldo Schlichting, empresário formado em Administração de Empresas pela UFPR, com vistas a se aproveitar a pertinência desta campanha para uma informação mais detalhada da população sobre a razão pela qual estamos a alimentar o apetite voraz de "leopardos e guepardos", comprados na União Europeia.
O Brasil poderia estar produzindo, em suas versões mais atualizadas, II ou III, um dos mais modernos carros de combate (CC) do mundo. Porém, por uma "garfada" de Tio Sam em 1989, infelizmente, ainda hoje continuamos a importar blindados usados, repotencializados e de segunda linha. Nosso "irmão Caim do norte" tramou de tal forma que a ENGESA deixou de vender nada mais nada menos do que 702 blindados pesados — os EE-T1 OSÓRIO — para o Exército Saudita. Um contrato de expressivos US$ 7,2 bilhões que acabou abocanhado pelo grupo GENERAL DYNAMICS, fabricante do tanque M-1 ABRAMS.
O jornal O Estado de São Paulo de 10/11/2002 tem registro de um engenheiro de armamentos, ex-executivo da Engesa, que disse: -"Nesse momento as luzes de emergência se acenderam no governo americano. A primeira consequência foi a surpreendente declaração de que a concorrência chegava ao fim com dois produtos possíveis de serem comprados, de acordo com o anúncio feito em Riad pelo ministro da defesa, príncipe Sultan Azsiz Abdulazis. Essa foi a forma encontrada para ceder às pressões de Washington e manter o M1-A1 no páreo. Na época, começou a circular no Senado e na Câmara um documento conclamando senadores e deputados a se envolverem no processo para impedir o fechamento da Engesa, as demissões de trabalhadores e a perda de mercados cativos caso a encomenda do Osório não fosse concretizada com a Arábia Saudita, país nem sempre amigo."
Contudo, o encontro para a assinatura do protocolo de compra entre os governos do Brasil e da Arábia Saudita, marcado por duas vezes (agosto e novembro de 1990) pelo então presidente Fernando Collor de Mello diretamente com o Rei Fahd, não se concretiza. Com a mobilização para a guerra contra o Iraque, a Arábia Saudita anuncia que fecharia contrato não com o Brasil mas com a GENERAL DYNAMICS dos EUA, tomando-se conhecimento que esta formalização com os americanos já havia sido concluída mesmo antes dos contatos de Collor com o rei saudita.
Estes fatos motivam a falência da Engesa que, tendo contraído dívida de peso (US$ 53 milhões), tinha apostado todas as suas fichas no desenvolvimento do OSÓRIO. Por que razões, no mínimo suspeitas, o governo federal não refinanciou a empresa? Que o senhor Collor de Melo, por coincidência o patrono do "kozovo yanomamy", nos responda!
Em verdade os sauditas "roeram a corda", mas Fernando Collor deu o "rabo de arraia" não encomendando lote daquele blindado para a Força Terrestre. Resultado, a Engesa implodiu, fechando cinco fábricas e extinguindo cerca de 6 mil empregos com danosas consequências econômicas, sociais e militares.
Depois deste lamentável episódio, o Brasil compraria 87 CC LEOPARD l Al da Bélgica e 91 M-60 A3 TTS dos EUA, estes últimos, que se diga, sem as mínimas condições de tráfego pelas pontes que cruzam o interior do pampa gaúcho. Os dois últimos protótipos do OSÓRIO, remanescentes da massa falida da ENGESA, depois de uma árdua campanha cívica, seriam incorporados ao Exército com autorização judicial. Alerta! Perigo! Por que razões estaria a governança e a politicalha tão estressada com a espionagem cibernética pelos EUA? Seria o receio pelo registro de alguma negociata secreta de comprometimento da soberania? Que o povo brasileiro ganhe novamente as ruas exigindo punição por este crime de lesa pátria!
Paulo Ricardo da Rocha Paiva
Coronel de Infantaria e Estado-Maior
EXTRATO DE MATÉRIA PUBLICADA NO "JB ON LINE" DE TÍTULO,
"BLINDADOS, UMA AUTOSUFICÊNCA ABORTADA"
PARTE 2
O CARRO DE COMBATE BRASILEIRO GARFADO PELOS EUA
"Em que pese o parecer de alguns quanto ao LEOPARD II ser superior ao OSÓRIO pelo seu canhão RHEIMMETAL, a grande realidade é que o Brasil poderia estar produzindo, em suas versões mais atualizadas, II ou III, um dos mais modernos carros de combate do mundo. Porém, por uma "garfada" de Tio Sam em 1989, infelizmente, ainda hoje continuamos a importar blindados usados, repotencializados e de segunda linha."
PRRRPAIVA, CEL INF E EM
A MATÉRIA A SEGUIR FOI EXTRAÍDA/COMPILADA DA WIKIPÉDIA
PARTE 1- A MATÉRIA PRÓPRIAMENTE DITA
EE-T1 Osório |
|
Tipo |
Carro de combatePrincipal |
Local de origem |
Brasil |
Histórico de produção |
Criador |
Engesa |
Data de criação |
1982-1986 |
Fabricante |
Engesa |
Quantidade
produzida |
2 prototipos |
Variantes |
EE-T1 Osorio
EE-T2 Osorio |
Especificações |
Peso |
38,9 t (85 758 lb) |
Comprimento |
9,99 m (32,78 ft) |
Largura |
3,26 m (10,7 ft |
Altura |
2,37 m (7,78 ft |
Tripulação |
4 (comandante, motorista, atirador, auxiliar do atirador) |
Blindagem do veículo |
Placas duplas de materiais compostos, como fibra de carbono, alumínio/aço e cerâmica. |
Armamento
primário |
Um canhão GIAT G1, de 120mm ou um canhão Royal Ordnance L7, de 105mm. |
Armamento
secundário |
Uma metralhadoraHughes EX34 7,62 mm, coaxial, uma metralhadora Browning M2HB .50 ou FN MAG7,62mm, antiárea e doze lança-granadas fumígenos de 66mm. |
Motor |
MWM TBD 234, refrigerado a ar, 12 cilindros, diesel
1.014hp |
Peso/potência |
26 kW/ton |
Transmissão |
ZF LSG 3000 |
Suspensão |
hidropneumatica |
Alcance
Operacional |
550 km (342 mi) |
Velocidade |
70 km/h na estrada, 50 km/h na terra |
Nos
anos 80 o exército da
Arábia Saudita começara a estudar propostas para um novo carro de combate, a fim de complementar seu arsenal, e no futuro substituir os carros AMX-30, franceses. Como o equilíbrio de forças no
Oriente Médio sempre foi muito delicado, os exércitos daqueles países tendem a ser naturalmente militarmente significativos. No caso da Arábia Saudita, favorecida pelas suas grandes exportações de
Petróleo, tinham condições de comprar bons equipamentos.
A Árabia Saudita provavelmente compraria os
Leopard 2, que estavam entrando em produção para o exército da
Alemanha Ocidental. Esse veículo era considerado confiável, e uma geração à frente do Leopard atualmente usado pelo Exército Brasileiro.
Entretanto, o governo da
Alemanha Ocidental recusou-se a vender os Leopard 2, alegando que não poderia vender armas avançadas a países de fora da
OTAN. Os árabes então não sabiam como obter um veículo considerado de última geração, que pudesse ser-lhes entregue em grandes quantidades. Essa oportunidade de venda foi percebida pela
Engesa no Brasil.
A Engesa (Engenheiros Especializados S/A) era a maior fabricante de blindados da
América Latina e estava obtendo sucesso com dois de seus produtos, os carros
Cascavel e Urutu, usados pelo Exército Brasileiro e exportados, principalmente para o Oriente Médio, onde tomaram parte na guerra Irã-Iraque. Naquela época a empresa viveu sua melhor fase. Sabendo da oportunidade, a Engesa pensou em apresentar aos sauditas um tanque brasileiro.
Entretando, a Engesa ainda não desenvolvera nenhum veículo blindado sobre lagartas, e no caso do projeto, um MBT (
Main Batlle Tank), eles não possuíam experiência. Ainda por cima seu pessoal estava ocupado com outros projetos, o que tornaria difícil o desenvolvimento de um projeto deste porte, que demandaria quase todo o pessoal da empresa. Por isso, eles decidiram comprar um projeto desenvolvido em outra empresa e construí-lo ali, para mostrá-los aos Sauditas. Surgiu então uma proposta da empresa Alemã Tyssen-Henschel, que possuía um projeto chamado
Leopard 3 e que estaria disposta a negociá-lo para os brasileiros. Só que o projeto era de um veículo de combate de infantaria muito semelhante ao TAM argentino, distante do conceito MBT. Os alemães recusaram-se a vender qualquer outra coisa senão o Leopard 3, o que tornara a negociação inviável, pois esse veículo pertencia a outro nicho, incapaz de competir com verdadeiros MBTs como o
M1A1 Abramsestadunidense.
Uma segunda oportunidade apareceu novamente na Alemanha, pois a Porsche se interessou em desenvolver um MBT junto com a empresa brasileira. A Porsche possuíra experiência nesse tipo de blindados, e seria uma forma da Engesa adquirir mais experiência nesse assunto. Mas, novamente a parceria não deu certo, dessa vez por determinação do governo alemão, que ordenou que a Porsche cancelasse o projeto.
Diante do impasse dos grandes fabricantes de MBT, a Engesa tomou decidiu procurar diretamente as empresas fornecedoras desses fabricantes e, com base na tecnologia aí adquirida, desenvolver ela mesma o projeto do MBT. Essa decisão custaria a existência da empresa no futuro.
Desenvolver projetos independentemente seria mais difícil do que no caso de uma parceria, pois vários obstáculos teriam que ser transpostos, dentro e fora do Brasil. O mundo estava na
Guerra Fria e a
Bipolarização, o que representava antagonismos no mercado de equipamento bélico: Ao mesmo tempo que aumentava as vendas de material militar, também dificultava este mesmo comércio, devido à desconfiança entre países.
A Engesa ainda teria que "agradar" ao Exército Brasileiro. Interessado no projeto, este emitiu um OBO (Objetivos Básicos Operacionais), que ditaria o projeto do Osório. Um dos grandes problemas deste OBO era a limitação de peso na casa das 36 toneladas, irreal para a configuração desejada pela Engesa para o projeto isso porque outros veículos, potenciais concorrentes tinham pesos entre 44 e 65 toneladas. O peso determinado pelo Exército não era de um MBT mas sim de um tanque leve. O Tamoyo III, veículo desenvolvido pela Bernardini em paralelo ao Osório se ateve ao OBO, e tornou-se um tanque médio, não um MBT.
O Exército Brasileiro na realidade não procurava por um MBT por dois motivos: O primeiro é que a atribuição das Forças Brasileiras eram essencialmente defensivas, visando a proteção do território nacional. O Brasil já praticava a não intervenção e a neutralidade. A esse tipo de atribuição, de acordo com os generais de então, não cabia para um MBT, arma essencialmente ofensiva. O outro motivo era simplesmente o alto custo dessas máquinas. Isso aplica-se ao custo por unidade, e também aos custos de manutenção. Um veículo como o Osório, seria obviamente caro para os padrões do Exército.
Contudo a Engesa conseguiu reduzir as limitações que o Exército dava ao projeto. Foi fixada como meta para o peso o número de 42 toneladas. A limitação de largura seria mantida (3,20m). Essas limitações se davam por conta das ferrovias brasileiras, utilizadas nos transportes dos tanques. Fechados os parâmetros, começava o desenvolvimento do projeto.
Nessa época também definiu-se o nome do veículo:
Osório. Em homenagem ao
general Osório, patrono da arma de cavalaria do Exército Brasileiro, que liderou ao lado do
Duque de Caxias o avanço sobre Assunção, e a vitória na
Guerra do Paraguai. Na Arábia Saudita, receberia do nome de
Al Fahd, nome do então monarca daquele país.
Depois disso, a Engesa enviou engenheiros pelo mundo para pesquisarem sobre o que poderia ser utilizado no projeto do EE-T1. Eles procuravam por equipamentos que seriam utilizados como motor, transmissão (e etc].). Ainda havia outros obstáculos, mas o Exército Brasileiro já começava a "se empolgar" com o projeto, e se movia para apoiar a empresa.
O projeto que usava alta tecnologia, foi feito com recursos da própria Engesa, sem ajuda governamental, sendo que isto provocaria sua ruína no futuro. Os engenheiros, em suas viagens de pesquisa encontraram bons equipamentos disponíveis. A maioria europeus (Os americanos não vendiam equipamento militar "de ponta"). Assim, os engenheiros foram até a Defence Components Exhibition, na Inglaterra. Lá, interessaram-se pela suspensão hidropneumática Dunlop, que estava sendo empregada no MBT inglês
Challenger 1. Para usá-la, o projeto original teria de ser modificado, entretanto a vantagem era tamanha, que esta suspensão foi escolhida.
Para a transmissão, estudou-se duas transmissões, a HSWL 234, da Renk Aktiengesellschafte, já usada no
Leopard 2 e a LSG 3000, da ZF Friederichschafen AG, após estes estudos, optou-se pela transmissão da ZF, pelo fato desta empresa possuir instalações no Brasil, e que a esta transmissão seria produzida aqui, obtendo-se uma redução de custos. Para o motor, foi escolhido originalmente o MTU alemão, utilizado nos
Leopard 1eLeopard 2, e com a empresa querendo sua fabricação no Brasil, porém o custo era elevadíssimo, então a empresa decidiu utilizar o TBD 234 de 1.014 Cavalos, da também alemã MWM. Este motor, ainda não havia sido utilizado em blindados.
No desenho do projeto foi utilizada a tecnologia CAD, para desenhar o projeto com o auxílio de computadores. Isso mostrou que a Engesa queria fornecer um veículo de qualidade absoluta, atualmente, tais métodos, chegam a serem considerados banais.
No quesito armamento, o projeto foi diversificado: Decidiu-se por duas versões: A primeira, a mais sofisticada, levaria canhão de 120 mm GIAT G1 (francês), de alma lisa. Esta seria a exportada para a Arábia Saudita. Uma segunda, utilizaria o canhão 105 mm de alma raiada L7/M68. Esta seria a versão do Exército Brasileiro (O canhão de 105mm é padrão no ocidente, portanto muitos países produzem munição, e seu custo de manutenção é mais baixo). O Chassi era o mesmo para as duas versões, as diferenças estavam na torre (a do 120mm possuía melhores equipamentos eletrônicos). Como armamento secundário, uma metralhadora
Hughes EX347,62 mm, coaxial ao canhão e a famosa
Browning M2 .50, atuando como defesa antiárea, tambem poderia ser utilizada a
FN MAG, de 7,62, com o mesmo uso. O Osório possuía ainda, no alto da torre lançadores de granadas fumígenas, que formariam uma cortina de fumaça ao redor do tanque, impedindo-o de ser visto.
Para a blindagem, através de testes, concluiu-se que o Osório deveria utilizar-se de blindagem composta, utilizada até hoje. Isso foi decidido, pois esperava-se que um Osório suportasse um disparo direto de 120mm (pois com esse canhão, supõe-se que seus inimigos também o teriam). Assim, eles foram a Chobhan, Inglaterra obter a tecnologia de blindagem composta. Acabaram por contratar dois engenheiros especializados, que desenvolveram a blindagem composta no Brasil, juntamente com uma de aço criada pela Usiminas. Especulou-se usar blindagem reativa (reactive armour) no Osório, e, apesar de nunca ter sido colocada, esta poderia ser utilizada. O Osório contava também com a frente bastante angulada, aumentando o efeito da blindagem (na parte superior, o ângulo da blindagem com o solo é de quase 0º).
O Osório contaria ainda com a proteção NBC (Nuclear, Biological, Chemical) capaz de conceder à guarnição proteção para muitos tipos de arma. Essa proteção consistia em um isolamento total da cabine, criando um ambiente interno controlado. Entre esses dispositivos, cita-se como exemplo a abertura manual do canhão, mantendo o municiador fora de contato com a atmosfera exterior.
A eletrônica era muito avançada e o tanque contava com
telêmetro laser (que mede a distância do tanque ao alvo, calculando a elevação do canhão). O sistema de controle de fogo era o Centaur, britânico, fabricado pela Marconi, todo sistema era comandado pelo computador de bordo de 16 bits, que era alimentado pelas informações vinda do telêmetro laser, fornecendo melhores condições para o disparo. Também possuía sensores para velocidade e intensidade do vento, condições atmosféricas, velocidade do projétil, entre outros. O atirador e o comandante dispunham de perisocopios diurnos e noturnos, variando conforme a versão da torre (105mm ou 120mm), a torre de 105mm, era equipada com dois periscópios belgas, fabricados pela OIp, o comandante era equipado com o modelo LRS-5DN e o atirador era equipado com um modelo LRS-5DNLC, ambos com visão noturna, já a torre de 120mm era equipada com dois periscópios franceses, fabricados pela SFIM o atirador era equipado com um modelo VS580 VICAS, com telémetro a laser, o comandante era equipado com um periscópio VS580, com visão panorâmica, a torre também era equipada com um sistema de visão e tiro noturno, era um sistema holandês, fabricado pela Philips, modelo UA 9090, na qual tinha visores tanto para o comandante, tanto para o atirador. O Osório tinha a torre estabilizada, e compensador de desníveis, mantendo o canhão na direção certa do alvo independente da mudança de terreno. Aliado à sua "janela de coincidência" o índice de acerto no primeiro tiro era de incríveis 95%. A margem de erro não passava de um círculo com 50cm de raio.
A Engesa fixara a preparação do primeiro protótipo para um ano após o início do projeto. Para ganhar tempo, eles entregaram o desenvolvimento da torre à Vickers, inglesa, sob a supervisão de engenheiros brasileiros, enquanto que o chassi era desenvolvido nas dependências de uma filial da Engesa em
São José dos Campos,
São Paulo.
Simultaneamente, testes de blindagem eram realizados no
CTA (Centro Tecnológico Aeroespacial), com a utilização de canhões de 25 mm suíços, comprados pela própria Engesa, em túnel balístico com modelos reduzidos de blindagem e aumento de velocidade dos projéteis, imitando-se assim o disparo de armas de 105mm e 120mm.
O primeiro chassi ficou pronto antes da torre, em setembro de 1984. A Engesa então acoplou-lhe uma torre falsa e o submeteu a testes de resistência, rodagem e ensaios dinâmicos, a fim de consertar defeitos no conjunto. Os que foram descobertos foram sanados, e os parâmetros da suspensão hidropneumática, acertados.
Em maio de 1985 chegou a "torre padrão" equipada com o canhão 105mm raiado. Ela foi imediatamente acoplada ao chassi e testada. Em Julho deste mesmo ano, o Osório seguia para a Arábia Saudita a bordo de um 747 para seus primeiros testes no deserto. A intenção era enviar o protótipo com torre de 120mm (ainda não terminada) contudo os outros concorrentes já estavam apresentando seus modelos e a Engesa decidiu-se por levar o protótipo que já tinha, para analisar o desempenho do chassi no deserto. Lá, encontrou-se com o britânico Challenger que também estava em fase de testes. O desempenho do Osório foi positivo, revelando deficiências em especial no motor, mas eram falhas sanáveis. A equipe voltou ao Brasil contente com estes testes.
O Exército colaborava, e o CTEx (
Centro Tecnológico do Exército) mantinha uma ligação com a equipe, mantendo engenheiros junto à Engesa, que a instruíam principalmente sobre a manutenção. A fábrica do motor efetuou modificações no propulsor que resolveram os problemas apresentados no deserto. Nisso, o Exército Brasileiro iniciou vários testes com o Protótipo equipado com a Torre Padrão.
Os testes foram para elaboração do RTEx (Relatórios técnicos experimentais) e RTOp (Relatórios técnicos operacionais), testes elaborados para avaliar-se o que for necessário em um veículo. O protótico foi aprovado pelo Exército Brasileiro após estes testes, que foram:
-
Rodagem de 3.269 km, sendo 750 no campo de provas da Marambaia - RJ (Terreno acidentado), além de tiro, 50 disparos no total. Os resultados empolgaram os militares brasileiros.
Em princípio de 1986, a Vickers entregou a segunda torre, com canhão de 120mm. Imediatamente foi incorporada ao chassi e testado em RTEx e RTOp. Como seu predecessor, foi aprovado com louvor. A próxima fase era analisar o seu desempenho frente aos seus concorrentes.
Em Julho de 1987, o protótipo com o canhão de 120mm seguiu para a Arábia Saudita, para a nova fase da competição. Os quatro veículos se confrontariam em vários testes. Os veículos eram: O Britânico Challenger
[1], o Americano M1 Abrams
[2], o Francês AMX-40
[3] e o Brasileiro EE-T1 Osório.
Os testes consistiam em:
-
2.350 km de rodagem, sendo 1750 km em deserto. A guarnição que operaria o tanque era do Exército Saudita, escolhida por sorteio. Neste teste, analisaria-se também o consumo de combustível que deveria ser no máximo de 2,1 km/l em deserto e 3,4 km/l em estrada.
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Rampas: Superar trincheiras de 3m de largura; arrancada, partindo do repouso em rampa de 65% de inclinação, rodar em rampa lateral de inclinação 30%, aceleração e frenagem no plano e em rampas.
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Resistência e manutenção: Remoção e colocação de lagartas em 40 minutos (10 para a retirada, 30 para a colocação), 6 horas com motor em funcionamento constante e veículo parado, 6 km de marcha-a-ré e reboque de um carro de combate de 35 ton por 15 km. O Osório rebocou o Abrams, muito mais pesado do que 35 ton.
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Tiro: 149 disparos. 82 com veículo e alvo estacionados a 4000m de distância; os demais com veículo estacionado e alvo em movimento e veículo e alvo em movimento a 1500m de distância.
Foram reprovados os dois veículos europeus na disputa (O Challenger e o AMX-40), e o Osório, juntamente com o Abrams foram declarados passíveis de compra. Sendo que, aparentemente o que mais impressionara nos testes fora o Osório, mostrando-se superior ao Abrams, e mais barato.
A euforia brasileira foi enorme. O contrato chegou a ser preparado com previsão de se construir inclusive uma linha de montagem na Arábia Saudita. Militares Sauditas vieram ao Brasil para receber treinamento em tecnologia de blindados. O Exército Brasileiro estava exultante, pois o contrato incluía no preço final um acréscimo de 10% para o Exército Brasileiro (assim, a cada dez unidades vendidas para os sauditas uma seria entregue ao Exército Brasileiro, paga pelos Árabes). O negócio era da ordem de bilhões de dólares. Cada unidade do Osório de série custaria 1,2 milhões de dólares.
Em 1988 em
Abu Dhabi, o Osório tornou a derrotar os mesmos três adversários acrescidos do C-1 Ariete Italiano, mostrando sua competência. Os únicos veículos de sua categoria contra os quais o Osório não competiu foram os tanques russos. Como a guerra fria vingava, não havia muitos tanques russos para se fazer comparativos.
Para atender a essa futura demanda, a Engesa planejava expandir seu parque em cerca de 1.200 metros quadrados, aumentar seu maquinário, expandir seu quadro em 500 ou mais funcionários, trazendo empregos, divisas e tecnologia. A vitória e as vendas para os sauditas eram dadas como certas, e uma pré-série começava a ser construída, para exportação. Outros mercados ainda eram sondados: O Iraque se interessou no veículo, tendo inclusive o ministro da defesa iraquiano vindo ao país para conhecer o carro.
Ataques político estadunidense ao Brasil e a empresa[editar
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Finalmente, os
Estados Unidos agiram, alegando que o Brasil não respeitava acordos internacionais e, principalmente, que negociava com nações tidas como inimigas, fizeram com que a Arábia Saudita hesitasse em fechar o acordo com a Engesa. Hesitação que se tornou recusa com a eclosão da operação
Tempestade no Deserto contra o
Iraque em 1991, fazendo com que os laços entre os Estados Unidos e a Arabia Saudita se estreitassem de tal forma, que os sauditas decidiram ignorar a capacidade bélica demonstrada pelo EE T1 Osório e assinar o acordo com seu principal aliado, os próprios Estados Unidos.
Dada a natureza da empreitada, dos obstáculos enfrentados e, principalmente, pelo risco de se investir quase todos os seus recursos num projeto voltado para compradores estrangeiros, a Engesa acumulou várias dívidas. Mas, nesse momento, demonstrou-se os verdadeiros riscos da empreitada: a não disposição do governo brasileiro em investir nesse ramo e a conseqüente falta de compradores para o EE T1 Osório.
A falta de disposição do governo brasileiro demonstrou-se, principalmente, pela pequena atuação tanto na política em prol do produto, tanto quanto na ajuda financeira diante da situação precária da Engesa. A ausência de dinheiro para o Exercito Brasileiro em adquirir o EE T1 Osório foi interpretada pelo mercado como sendo, na verdade, uma falta de interesse do mesmo no produto. Levando a conclusão de que se nem o próprio Exercito Brasileiro compra o tanque, então os compradores de outros certamente não iriam comprá-lo. O primeiro Osório de pré-série foi vendido como sucata, seus equipamentos devolvidos (canhão, optrônicos, motor, transmissão...) aos fabricantes para aliviar as dívidas. Patrimônio foi vendido e em 1993 a Engesa faliu. Era o fim da linha.
Os protótipos construídos e sobreviventes (Torre padrão e o de 120mm) ficaram sob custódia do Exército, mais precisamente no 13º R C Mec (
13º Regimento de Cavalaria Mecanizado), em
Pirassununga, Estado de
São Paulo mas sem pertencerem a este, portanto quase abandonados. Esses veículos seriam leiloados em 20 de novembro de 2002, contudo, o ministério público de São Paulo impetrou ação, impedindo a venda destes veículos. Eles seriam vendidos por R$ 300.000,00 as duas unidades, para um comprador particular, uma quantia irrelevante frente aos 50 milhões de dólares gastos em seu desenvolvimento.
Finalmente em 22 de março de
2003, ocorreu uma cerimônia de entronização no quartel do 13º R C Mec, onde o protótipo 2 (P2) equipado com canhão de 120mm desfilou perante as autoridades, escoltado pelos demais veículos da cavalaria daquele regimento. Era o "renascimento do Osório". O outro protótipo (P1) com canhão de 105mm está sendo restaurado, pois o tempo lhe trouxe alguns defeitos que serão reparados e ele também será incorporado a este regimento.
Hoje, ambos os veículos são de propriedade do Exército Brasileiro, sendo considerados monumentos à memória e a tecnologia do Brasil. Até hoje, o Osório constitui o carro de combate mais avançado do inventário do Exército Brasileiro (único com canhão de 120mm), e duas gerações a frente do Leopard, hoje principal carro de combate em uso no Brasil. Em Abril de 2003, ele esteve exposto na LAD 2003 (feira de material de defesa). Impressionou várias delegações estrangeiras, mesmo tendo sido fabricado na década de 80. Em 2003, foi aprovado um plano de reforma do Osório do Exército Brasileiro, e encontra-se em estudo, uma reformulação e possível produção do MBT Osório. Os meios de produção encontram-se em poder do Exército, portanto, a possibilidade existe.
Atualmente, há uma versão do Osório em exposição no Museu Militar Conde de Linhares -RJ.
O Exército Brasileiro herdou, por decisão judicial, o patrimônio tecnológico da ENGESA. E hoje, se houver interesse do comando do Exército, a retomada do projeto poderia realizar-se engenharia reversa nessa unidade restante do EE-T1 OSÓRIO, aperfeiçoando-se a nova versão do carro para os padrões atuais, seria possível a retomada do projeto e também a produção em larga escala. Também seria preciso a construção de uma nova instalação para a montagem final do carro de combate, juntamente com a modernização ou mesmo a troca de parte do maquinário herdado pela Imbel. Seria possível também o desenvolvimento de uma versão do Osório na configuração de obuseiro autopropulsado e também uma na configuração de carro de combate de defesa antiaérea. Mesmo com todo o maquinário de produção não se sabe porque o comando do Exército ainda não autorizou a retomada do projeto pois uma eventual construção de uma fábrica não custaria mais de 75 milhões, o que é uma quantia desprezível quando em comparação à recente compra realizada pelo Exército dos Leopard 1A5 de fabricação alemã.
PARTE 2- QUESTIONAMENTO DA NEUTRALIDADE DESSE ARTIGO (OU SEÇÃO)
EXTRAÍDA/COMPILADA DA MESMA FONTE WIKIPÉDIA
-Daltonagre- O artigo é enviesado. O canhão do M-1 Abrams era mais potente que o do Osório. Ou seja, o poder de fogo do M-1 Abrams era superior ao do Osório. A blindagem do M-1 Abrams também era bem superior à do Osório. Basta comparar os pesos , sendo o peso do M-1 Abrams mais de 20 toneladas superior ao do Osório. A isto junte-se o esmagador peso político dos Estados Unidos. Ora, a escolha da compra dos armamentos é antes de mais nada, uma opção política.Sendo então cercada pelos regimes hostis do Irã e de Saddam Hussein é mais que evidente que os sauditas preferissem, um país que os pudessem proteger,como os Estados Unidos, ao invés do Brasil.
Note-se que já em 1987, o Exército Brasileiro não podia nem renovar seus uniformes, por falta de verbas e a FAB teve que estabelecer meio-expediente, por falta de verbas para refeições.A Engesa foi em última análise, um efeito do interesse dos militares em tecnologia. E a falência da Engesa, que em 1988, não pagava nem sua conta de luz, foi um produto da política de Sarney de arruinar todo o setor de alta tecnologia do Brasil.O fiasco comercial do Osório adiantou a falência da Engesa, mas ela faliria sem nunca ter fabricado um Osório sequer. Basta ver o triste destino das empresas Motopeças, Bernardini, Hidroar e tantas outras do setor de defesa no Brasil, que faliram, mesmo nada tendo algo a ver com o Osório. Simplesmente a política de Sarney, FHC, Lula,etc. de sucatear as forças armadas levou as empresas de fabricação de armas do Brasil à falência, por absoluta ausência de encomendas. O texto também não fala da decisão da Engesa de trocar o nome do tanque para Al-Fahd.Por fim, ele voltou a se chamar Osório novamente.
Comentário mais enviesado ainda.
Tumnus msg 13h25min de 8 de Abril de 2008 (UTC)
É novamente o "notório"
Daltonagre utilizando a Wikipédia como fórum de discussão.
Porantim msg 15h21min de 8 de Abril de 2008 (UTC). Gostaria somente de esclarecer: o Osório, apesar de impressionante, não era o melhor tanque e nem o tanque a ser batido no ocidente, uma vez que o Leopard 2 era e é superior a ele, pois é equipado com os melhores canhões do mundo (Rheimmetal) que, em regra, não são vendidos para países fora da OTAN. E acho que, apesar dos méritos, o artigo falha em manter a neutralidade ao não aprofundar os pontos negativos do Osório, especialmente o custo e as decisões acerca do mesmo que terminaram falindo a Engesa, tornando o Osório num grande elefante branco. -- PHW
—o comentário precedente não foi assinado por 189.118.251.11(discussão • contrib.) Gerbilo :< 21h52min de 11 de Setembro de 2008 (UTC).
O artigo pode ser livremente editado, contanto que as devidas fontes sejam incluídas.
Gerbilo :< 21h52min de 11 de Setembro de 2008 (UTC).
Editei de forma a tirar um pouco o tom patriota do artigo, bem como adequei as fontes citadas (M1 Abrahms invés de M1A1, já que são, ao menos no papel e na wiki inglês e nenhuma fonte cita diretamente M1A1 só M1 Abrahms) variantes diferentes) e removi as passagens que não encontrei nos sites citados (A vinda do ministro alemão para ver o tanque) e adicionei outra fonte referente ao osório. PHW
PARTE 3-COMENTÁRIO FINAL DA COORDENAÇÃO DA "CAMPANHA POR UMA NAÇÃO ARMADA"
"Em que pese o parecer de alguns quanto ao LEOPARD II e o M1 ABRAHMS serem superiores ao OSÓRIO em alguns quesitos, a grande realidade é que o Brasil poderia estar produzindo, em suas versões mais atualizadas, II ou III, um dos mais modernos carros de combate (CC) do mundo, por certo, com estes tais quesitos já retificados. Porém, por uma "garfada" de Tio Sam em 1989, infelizmente, ainda hoje continuamos a importar blindados usados, repotencializados e de segunda linha. Ah! Mas agora vamos montar carros de combate e viaturas blindadas em Santa Maria/RS...AGORA? O fato incontestável é que já podíamos estar muito mais adiantados neste mister, não por obra e graça de uma empresa alemã, mas, sim, nada mais nada menos do que pela &
39;ENGESA"! A propósito, vamos ver "QUANDO" um LEOPARD, inteiramente fabricado no país, vai desabrochar daquela linha de montagem alienígena! O projeto "SISFRONILDO" que o diga!