Há uma série de sinais indicando que o governo Dilma pode estar num processo de recuperação apesar do pior ano para o país na última década, o que permitirá que ela finalmente possa governar em 2016, tirando o país do atoleiro em que se encontra. 2015 foi um ano que já começou ruim e parecia que caminhava para um verdadeiro caos em 2016, tanto na política como na economia. Mas não é isto que deve ocorrer. E por várias razões: primeiro, porque o governo vem lentamente recuperando a popularidade e a confiança da população, depois de atingir o mais baixo nível de popularidade da história. Embora essa recuperação seja bem lenta, o fato de ser gradual e está ocorrendo há mais de três meses mostra que não se trata de um fato isolado. Claro que devem ser levados em conta os mais diversos fatores e nem todos são favoráveis ao governo, mas não há dúvida de que essa recuperação mostra que há uma luz no final do túnel e que nem tudo está perdido como quer nos fazer acreditar a oposição. Segundo, porque a presidenta Dilma, apesar da deflagração do processo de impeachment contra ela, conseguiu uma vitória significativa no STF ao levar o processo voltar à estaca zero e levar a decisão para o Senado, onde ela ainda tem a maioria significativa, diferentemente da Câmara, comandada pelo adversário Eduardo Cunha, onde a briga entre as alas do PMDB provocou a maioria das derrotas sofridas pelo governo. Terceiro, o enfraquecimento de Eduardo Cunha ao longo do mês de novembro e dezembro favoreceu a ala governista do PMDB, rendendo frutos ao governo. E como Eduardo Cunha não sobreviverá por muito tempo no comando da Câmara, já que a enxurrada de denúncias contra si devem levar ao seu afastamento, isso favorecerá ao governo federal, o qual terá mais apoio e força para impedir tanto o prosseguimento do impeachment quanto para aprovar medidas capazes de equilibrar as contas públicas e por fim a crise econômica. Quarto, a população se deu conta de que trocar Dilma por Michel Temer pode ser ainda pior. E nesse caso, melhor ela do que ele. Por último há a troca de comando no Ministério da Fazenda, onde Joaquim Levi era na verdade um estranho no ninho, embora fosse um homem competente e alinhado com o mercado financeiro. Se num primeiro momento Levi agradou aos investidores e acalmou os ânimos, no mais, ele foi maior erro cometido pela presidenta neste primeiro ano do segundo mandato. Nelson Barbosa, pelo seu histórico e por ser um homem de carreira no Ministério e conhecer bem o jogo político da administração pública, certamente terá mais sucesso no comando da pasta e saberá, bem mais que o seu antecessor, lidar com as questões de interesse do governo, permitindo mais facilmente a aprovação das medidas econômicas. Barbosa não só tem a flexibilidade que faltava ao ministro Joaquim Levi como é mais identificado com o governo Dilma. Com ele no Ministério da Fanzenda enfraquece a tese muito usada pela oposição ao longo do ano de que Dilma cometeu um estelionato eleitoral ao dizer uma coisa durante o processo eleitoral e fazer outra após a posse. E por último: temos a onda de protestos contra o governo que perdeu força nos últimos meses, chegando desacreditadas no começo de dezembro, quando os protestos em apoio à Dilma reuniram um número bem maior de pessoas, mostrando que uma parcela muito grande da população brasileira não querem o seu impeachment, diferentemente do que ocorreu com Fernando Collor em 1992, onde quase 90% da população o queria fora do comando da nação. É muito cedo para fazer uma previsão para 2016, mas muito provavelmente será um ano bem melhor do que foi 2015, onde finalmente poderemos ver o início de fato do segundo mandato da presidenta Dilma, porque até agora isso ainda não aconteceu.