Jogadores que marcaram toda uma geração. Ambos igualmente sensacionais. Por vários anos atuando no Flamengo e no Bayern de Munique respectivamente. Arthur Antunes Coimbra, o Zico, o Galinho de Quintino, e Karl-Heinz Rummenigge, o Kalle, o Guerreiro do Gol, o Kaiser de Milão.

         Tanto Zico quanto Rummenigge, no início da carreira, eram implacavelmente caçados em campo devido ao seu físico franzino. Desesperados, num certo momento, eles pensaram em desistir do futebol.

         O ex-astro da Seleção Alemã possuía atuações irregulares. Determinada vez, reclamara do gramado. Rummenigge, ainda um calouro, ouvira do técnico do Bayern que o gramado não era ruim, ele é que era fraco. Para a curiosidade de seus mais ardorosos fãs espalhados pelo mundo, o atacante sofria, inclusive, uma série de trotes por parte dos veteranos da equipe, entre eles, Franz Beckenbauer e Uli Hoeness, astros da Copa de 1974, como se o Bayern de Munique representasse um ambiente universitário.

         Zico recebera total apoio do irmão Antunes para continuar atuando. Posteriormente, trouxera inúmeras glórias ao Flamengo, entre elas, as conquistas da Taça Libertadores e do Mundial Interclubes em 1981.

         Ambos poderiam ter simplesmente largado a carreira, mas gênios cismam em ser sempre indóceis e maneirosos. Tanto o brasileiro quanto o alemão também possuíam esposas que valem ouro, com quem permanecem casadíssimos até hoje e, conforme se diz na gíria atual, na adversidade, elas serviram bastante para segurar sua onda: Sandra e Martina.

         Eles acabaram fazendo um longo e pesado investimento para adquirir mais massa muscular e, por haverem persistido, caíram direto nas graças da torcida.

         Zico e Rummenigge participaram das Copas de 1978, 1982 e 1986. O alemão apresentara sério problema de contusão na coxa direita durante toda a Copa da Espanha. Ainda assim, dera a volta por cima e acabara faturando a vice-artilharia da mesma, se tornando figura-chave naquele jogo dramático contra a França, empatando a partida em 3X3 na prorrogação, levando à decisão por pênaltis. Horst Hrubesch fora o último a cobrar, garantindo a vitória para a Alemanha Ocidental pelo placar de 5X4.

         Como a Itália era o maior celeiro de craques na década de 80, entre 1983 e 1985, Zico atuara no Udinese ao lado de outro brasileiro, Edinho, e Rummenigge atuara no Internazionale de Milão de 1984 a 1987 ao lado de Alessandro Altobelli, Aldo Serena, Walter Zenga e do irlandês, Liam Brady. Depois da campanha na terra da bota, Zico retornara ao Flamengo, só indo para o Japão num período posterior, enquanto Rummenigge pendurara as chuteiras no Servette, da Suíça.

         Na Copa do México 1986, Zico apresentara um quadro de grave contusão. Ele acabara muito criticado e severamente questionado por haver perdido um pênalti no jogo Brasil X França.

         Pouco importa o que haja ocorrido no meio do caminho em suas semelhantes trajetórias. Zico e Rummenigge fizeram absoluta diferença no futebol, seus nomes jamais serão esquecidos e ponto! Azar dos descontentes de plantão, tanto os de antanho quanto os daqueles hodiernos!