A ti, querido, quero dedicar,
Meu coração, que é santo altar,
Que me bate, ritmado, no peito,
Sem as dores de um amor desfeito.
Nele preparei um nicho acendrado,
Onde viverás, meu amante consagrado.
E com versos, jóias de precioso metal,
Que emitem sons de puro cristal
Elaborarei um translúcido diadema
Para tua cabeça de beleza suprema
Ornamentar, e afastar o ar sombrio,
Que do teu cenho é ambíguo feitio.
Fazer desabrochar o teu encanto,
Ver, no rosto, o sorriso sem pranto,
Sentir teu peito de desejos fremir,
E o corpo ondulante a descer e a subir
Nos meus seios, onde o prazer se estanca,
Exalando perfume da rosa mais branca,
Ouvir lúbricos suspiros, aos céus, alçados,
Com o roçar de nossos corpos enlaçados.