Não lavarei minha boca,
Será escrava do teu hálito perfumado e
eternamente o gosto dos teus últimos beijos terei marcados
Não lavarei minhas mãos,
para que elas mantenham a lembrança dos toques,
do teu corpo, e da tua pele morena abrasada!
Não vou lavar os meus olhos,
quero que eles eternamente tenham
a sensação de que vêm seus dedos
nos meus recônditos tesouros andar...
Não lavarei meu corpo,
para sempre me permitir recordar
do teu corpo o odor,
e da sua alma o amor!
Também não vou lavar os lençóis
onde nos deitarmos e te fizer sonhar
e ficaram do teu corpo úmidas nódoas
Ah, o espelho... este farei brilhar...
para que quando nele meus olhos pousar
sinta ainda ausência de pudor e amarras se soltando
na febril dança de corpos a se amando
Nem quero saber do teu âmago,
se nele ficaram tatuadas
ou restaram marcas gravadas, na entrega final
ou do insano delírio de almas se dando!
Lavei sim, minha alma.
Quero-a se renovando,
embora sempre lasciva e devassa,
para novos prazeres,outros encontros,
enfim, te esperando!
Vou me perfumar sim
para quando chegares,
da mistura do teu e do meu gozo
marcas afins restarem em Ti,
pra nunca se esquecer de mim!