Por acaso te encontrei na esquina. E foi sob protesto que aceitaste sair comigo.
Se não foram as minhas palavras, talvez a música do quarto, o destino ou a tua carência, que disse inevitavelmente sim.
Já faz tempo, e quase não esqueço desses teus seios ardentes, cheios de pecados que seduzem qualquer um, a beber sem termos, sem tempo... esse teu desejo insaciável.
Ainda sinto recente, sobre a minha pele molestada de sofrimentos, as tuas mãos tênues acalmando as minhas dores, me chamando de dentro pra fora, pra dentro de ti.
Inebriado pelo teu cheiro, perco também os ouvidos no mundo, concentrando os sentidos na tua voz, teu gemido faminto, falando o meu nome tremulo sem saber o que dizer. Conduzindo-me afoito ao êxtase do prazer. Construindo o caminho da necessidade bruta, da loucura absoluta, que faz nosso presente, sempre do passado ser obrigado a oportunizar as nossas diferenças a se tornarem iguais.
Mas, hoje essa agonia acesa na cama, gritando aos espaços vazio a tua falta, é a minha saudade, exigindo, querendo de mim, um pouco mais de você.
Na verdade, nem sei direito... quando penso em você já penso de outro jeito. Apesar de você não me acostumar a te ter, me deixei levar a essa loucura absoluta, essa paixão irresoluta, que me consome, que habita em agonia o cerne de minha alma.