- Justamente. Se você me imaginar "Lauro", talvez consiga te fazer esquecê-lo. Não tenho orgulho, Ana. Tenho paixão. E afinal, eu estou aqui e Lauro não. Tempo e lugar estão comigo. E todos com você.
E ele ficara de joelhos na sua frente, tirando-lhe da mão o bilhete, guardara-o dentro da gaveta. Em seguida, beijou-lhe as mãos e conduzindo os movimentos, fizera com que elas acariciassem seus cabelos loiros e o próprio rosto. Depois levara as próprias até seu colo e desabotoara-lhe a blusa com lentos movimentos, como dando tempo a decidir se podia continuar. O silêncio respondera à subordinação. Então ele continuara.; depois dos botões, sutiã.; em seguida libertara os seios que sugara alternadamente, deixando os mamilos enrijecidos. Dessa vez não lembrou nenhuma outra boca. Arrancara-lhe as calcinhas por debaixo da saia, abrira-lhe as pernas e mergulhara a cabeça entre elas.; "Tempo e lugar estão comigo. E todos com você"... A vida continuava sua marcha: cheia de opções. Ela fechou os olhos e rememorou Lauro:
(...) E Lívio a derrubara ainda de saia sobre a cama, sem tirar as calças, desabotoou a braguilha e sem mais delongas, mostrara o membro que nunca imaginou existir mais branco, e de aparência tão dura a ponto de querer arrebentar. Como possesso, abrira-lhe as pernas e deitara-se sobre ela logo a seguir. Penetrara-a de imediato enquanto beijava seu pescoço, peitos, lábios.; respirando desordenadamente, tirando e colocando a brancura sólida do membro, que na aflição do prazer tantas vezes cobiçado, escapava a cada estocada. E ela murmurara no ouvido: "Faz por trás. Quer?" Queria. Lívio, rápido, tirara o uniforme. Ela deitara-se de bruços arrebitando o traseiro e com as mãos orientara a invasão. Ele, agarrado nos quadris, metera exaltadamente, talvez receoso dele escapulir de novo. Ana cuidara para isso não acontecer: balançando o corpo da maneira que sabia Lívio gostaria, e ela também... "Um sorriso lhe aflora aos lábios, como a exprimir a grande felicidade que lhe inunda a alma. Para São Paulo fiant eximia!"
- Ana, você está chorando?
Sufocando alvoroços de prazer, gozaram quase ao mesmo tempo. Dona Angelina podia estar por perto. Não estava.
Fragmento de capítulo do romance de Miguel Angel Fernandez "A CENA MUDA"
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