Beijo, beijo...molhado, profundo.
Um mundo,
Um mundo só nosso.
Nosso quarto, que se perde de espaço, onde esgarço, profano, esgarço, profano sem perdão os teus seios das tuas roupas.
Fogosa, não poupas as bocas, que se mordem diante da luz que vai...sumindo, quase desistindo da vida,que agora convida pro amor, sem hora pra ter fim.
É o corpo, é o corpo num silêncio vadio, matando o fastio, assumindo os movimentos esguios, procurando o jeito, respondendo seduzindo, consumindo, de dentro pra fora, de fora pra dentro. Ora gemendo, ora sentindo, ora gritando mudo, calmo, viçoso. Enquanto penetro no espaço, enquanto suspiras quase aliviada, enquanto o suor tecido do atrito do calor dos corpos fogosos, forjam nas bocas palavras loucas, palavras loucas.
É você e eu refletidos no espelho, fazendo amor, no meio do quarto, no meio das horas, entre quase segundos, misturados as roupas, misturados ao sangue e vontade doida.