Aquele belo rosto
Que todos queriam
E eu queria,
E que por puro egoísmo,
Ninguém tinha.
Aqueles olhos castanhos,
Que fascinavam a todos,
Que me fascinava,
E que por puro descaso,
Não nos via.
Aquela boca vermelha,
Que também era carnuda,
Que todos queriam morder,
E eu queria,
E que por puro silêncio,
Ninguém mordia.
Aquelas coxas grossas,
Aqueles pelos clareados pelo sol,
Que todos queriam tocar,
E eu queria,
Mas só o sol podia.
Aqueles seios pequenos,
Que todos desejavam
E eu desejava.
Aquela imagem perfeita
Que todos sonhavam,
E eu sonhava,
E que por pura ironia de Deus,
Não existia.