Passei a semana recitando versos das poetisas amigas, que evito mencionar, para não fazer injustiças, por que são tantas as belas obras, que o espaço não daria para enumerar.
Recitei versos preferidos da língua-mãe, e não esqueço da emoção, do Agora José do famosíssimo Drummond.
No delírio que viajei, encontrei muitas pérolas poéticas e colhi o encanto do português barroco, que mastigado, traduz os nossos pensamentos e visita o mais escondido das nossas recordações, impregnado na alma.
Enfim, resolvi parar de bater as asas e viajar no vento da poesia, parte de mim que mais gosto, já que é amor, o mais puro dos sentimentos!
Olhei a semana com complacência, tentando um novo olhar poético. Que não fosse novo, e assim estar alerta as delicadezas dos escritores famosos ou não.
O nervosismo se fez presente. Não consigo escrever poemas, já que os mais lindos versos fizeram moradia nos sentimentos, impregnados, no museu da memória.
Tudo que criasse agora estaria roubando dos sentimentos dos poetas, nos poemas recitados.
Divagando as idéias, e necessitando escrever, rogo aos céus ajuda.
O silêncio nervoso é acordado pelo toque da campainha e o porteiro anuncia uma linda mulher, que autorizo a subida.
Pela descrição do porteiro-amigo, coloco no som músicas orquestradas e sem voz. Um ambiente acolhedor para uma noite de amor.
Sem que esperasse minha cantada, a mulher se coloca em minha frente cruzando e descruzando as pernas.; deixando-me ver que não tinha nada por baixo da saia.
Perdoe! A visão era deslumbrante e percebi uma pequena mata negra, entre suas virilhas.
Provocando mesmo com o ar refrigerado ligado, um enorme desejo que incendiava as entranhas.
Sem pudor, ela deita-se no divã e pede licença para pedir que escrevesse um conto do que ela trouxera de um papo na Internet.
Quando li o texto, fiquei boquiaberto e recusei escrever. Mas ela soube me convencer com um ardente beijo de língua, que fui ao inferno, aos céus. Sei lá onde!
Não se assuste leitor com tanto amor no conto que acabei de escrever.
Noite alta, a insônia toma conta do internauta poeta, que incontinente liga o micro.
No MSN, encontra uma mensagem perguntando se ele tinha tirado a água do joelho.
Não entendeu, mas fingiu e escreveu:
- Não deu para tirar por que na hora agá minha conexão caiu.
Ao colocar a mensagem não sabia que a inter-locutora estava ligada e imediatamente respondeu:
- Sempre que tento você cai. Já percebi que você não quer!
- Como não querer se meu sonho é sentir você morrer comigo, virtualmente?
- O que? Sei que nas poesias você morre dentro de um corpo, mas aqui você para escapar das fãs, quer morrer para desaparecer, e sumir de mim.
Por longo tempo ficaram teclando, e ele louco com o papo, tenta levar sua amiga para o sofá.
Mas ela finge não entender por ser muito tímida, e começa a repetir o de sempre, há mais de um ano.
- Como todos os poetas, você é de todas as fãs. Sempre diz que ama todas!
- Você sabe que nunca mais estive nas salas de bate papos por sua causa. O que mais quer de mim se tudo já lhe dei?
- Eu só quero que você me ame, muito embora você ame todas.
Uma hora nesse tema, até que ele convida-a para na ilusão, ir ao sofá, imaginário em sua mente de poeta.
Pede para ela deitar, que ele vai colocar sua perna esquerda entre as pernas dela.
E, que puxe sua coxa esquerda para dentro dela, para ela sentir o pênis dele.
- E a outra perna, como ela está?
- Está esticada, responde o poeta, que começa a suspirar dizendo: Eu te amo...ai...ai...ai...ai...
- Você ama todas! Pensa que não te conheço? Responde sua parceira virtual.
Quando a poeta pensa que vai conseguir o êxtase, novamente sua parceira questiona aquele amor.
- Você não me engana, sei que diz para todas que a ama, da mesma forma que escreve para mim.
Ele pensa em uma saída, sabendo que ela vai protestar, e escreve:
- Vou sair amor, volto amanhã.
- Ela em desespero pede para ele ficar: - Nãoooooooo saia. Fique, e mexaaaaaaaa!
Ele, com o ardor do tesão vindo das entranhas, e com tudo duro dentro dele, resolve voltar ao papo e ao sofá.
Ela viaja com ele, mas sempre questionando aquele amor por todas. Coitado do poeta, que cada vez mais é tomado pela loucura do prazer, que escreve apenas os ais...ai...
De repente quando ele perde as esperanças ela diz: Eu te amo muitoooo...
Ela escreve como estivesse abraçando-o: hummmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmhummmmm, apertadinho!
Ele sente a vibração e sente a umidade na bermuda, o êxtase está próximo, e será sua primeira vez. Nunca acreditou ser possível. Ela começa a digitar errado, dando mostra na tela do monitor que está sentindo o mesmo ardor.
Como os erros de digitação, sentem que vão gozar, dentro do mesmo compasso, de uma música vinda d’alma e direto ao coração.
E quando ele pensa que ela está com ele, e começa a escrever o eu te amo seguidamente. Ela devolve: - Sei que você diz isso para todas. E novamente insiste não acreditando no amor do poeta.
Mas dessa vez ele finge que não lê, e concentra-se no êxtase.
Ela misteriosa, não assume que está sentindo, quando ele pergunta se sente a tesão saindo das entranhas.
Ela apenas escreve: huuuuuuuuuuummmmmmmm...Hummmmmm...Apertadinho!
O papo é curto, já que pensam no gozo.
E, quando ele a convida para na ilusão soltar o gozo juntos, ela diz:
- Eu te amo, mas sei que você ama todas...
Aquele que pensa ser poeta e ofegante, já não presta atenção nas afirmações, e só escreve o ai...ai...ai...ai...
Então ela dentro da timidez só consegue escrever o hummmmmmmmmmmm eu te amo.
Quando esse humhum é mais intenso o poeta encontra o gozo, melando todo o computador.
Ela acha impossível e repete o refrão que ele faz isso com todas.
Foi sua primeira vez, diz cansado e nervoso, o homem.
Quer sair para lavar-se e ela continua insistindo. Você ama todas assim. Eu sei!
Na sala todas lhe conhecem. Faz sexo com todas.
O poeta internauta pede licença para lavar-se. Tinha sujado até o teclado.
Depois de muito relutar sua parceira virtual consente, sem antes, que ele saia, escrever: - Sei que você ama todas.
O casal não sabe que aquelas mensagens estão sendo lida por outro amigo. Sem querer a internauta que antes da chegada dele conversava com um amigo sobre musica, deixou o papo direcionado para o amigo, que desesperado sexualmente, face sua esposa estar de quarentena, por ter nascido o primeiro filho, não conseguiu evitar a ejaculação precoce, por cerca de seis vezes. De tanto punhetar o cara está roxo.
Quando pensava que estava só, viu sua esposa contorcendo-se na cama, masturbando também.
Não suportando aquilo, foi buscar na profundeza do inferno, forças, e fizeram amor como se fosse à última vez. Coitado!
Enquanto isso, no visor do monitor, o primeiro poeta após lavar-se, mostra preocupação com sua parceira, agora amante. –Será que ela não vai ficar zangada?
Como ela viu minha sedução? E os meus gritos, não vão dar medo nela?
Amenidades troca com ela, e jura seu amor, que logo é questionado. – Você ama todas assim. Eu sei, por que elas, contam.
A aurora vem surgindo, desvirginando a madrugada e trás novo brilho aos amantes virtuais, que antes que o dourado do sol clareia o dia, o tesão começa a subir dentro deles, recomeçando tudo de novo, sem que ele saiba, se ela encontrou o gozo ou não.
- Afinal querida você encontrou ou não o gozo? Eu não posso nem pensar...ai...ai..ai...
- Eu te amo muito não sabe? Hummmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm, apertadinhoooo...Mais forçaaaaaaaaaaaaaaa........machuque mais....quero sofrer!
O outro poeta que inadvertidamente recebia as mensagens, acabou morrendo nos braços da esposa, que tentava acorda-lo para desligar o micro. Ela não sabia faze-lo.
No funeral desse amigo, a viúva, sabendo da minha vocação de escrever, pediu-me para ler o papo, e respondesse se a mulher tinha encontrado o deleite prazeroso?
Não deu para saber por que não conhecia os amantes. E estou aguardando resposta de um e-mail que enviei para eles. Os endereços deles foi fácil descobrir, por quê estava na listagem do programa.
Agora que minha visita ri do meu estado, e o membro duro.; passados dois meses do ocorrido. Descobri que ela é a viúva do defunto tarado, esperando resposta para a pergunta do poeta.
Só, e deitada em minha cama com os cabelos longos sobre os seios, nus!
Alisa minha alma ereta, com a outra, massageia os ovos que cheios.; aguarda o sair do computador para novamente tocar nas nádegas da ninfa.
Ela me deixa doido, e tento escrever os meus ais...ai...ai e os hummmmmmmms apertadinhos, mas são tudo repetições do papo descrito.
Tenho que apressar o término do conto, mas é impossível com esse calor que incendeia a alma e me faz digitar errado.
Tento escrever que nunca amei ninguém assim, e ela como a internauta do conto, diz: --Vocês poetas dizem isso para todas!
Sempre que ela diz isso à vontade cresce e não posso evitar o perfume do sexo.
Na certeza que vou morrer disso, tenho que achar a resposta da pergunta do poeta.
Pode me ajudar leitor? Pode me salvar?
Será que ela encontrou o orgasmo no prazer?
Com certeza, eu vou encontra! Assistindo-a tão próximo com um canudo entre as pernas, no subindo e descendo do corpo e por vezes o toque dos dedos, correndo a língua sobre os lábios.
Ai...
Fim.