Neste mês que deu"s guarda, o Tim perigou de vez. Com o teste de AIDS, alcançou a única coisa positiva em sua vida. É um homem sem chifres. Quando se concentra, não passa de 8mm abaixo do couro cabeludo. Seu trazeiro é tão largo que, na avenida, as pessoas passam esprimidas, pelo cantinho que sobra, quando ele vem pelo passeio. Seu mau hálito fede tanto que as pessoas se alegram quando ele flatoseia. Seu aniversário está registrado nos livros de História, junto ao de Hiroschima e Nagasaki. Quando está perto da despensa, sua cara parece com batatas descascadas. Se ele a tivesse num selo, o correio quebraria. Ratos mudam seus trajetos quando o vêem. Sua cabeça está sempre cheia: na frente, capim, atrás, água. Em caso de incêndio no capim, ele faz uma reverência a Deus, abaixando a cabeça, e a água se torna milagrosa, mantendo-o vivo.
Quando nasceu, foi mais uma contribuição para a poluição do mundo. Sua mãe é tão gorda que precisa de um "cep" individual. Os dentes dela são como estrelas, toda noite saem do céu... da boca. São como pérolas: em cada lado, um buraco. A julgar por suas roupas, ela preferiria ter nascido uns 50 anos antes.
O zoológico acaba de telefonar. Querem ter o Tim de volta. Quando nasceu, foi jogado três vezes pra cima, e foi aparado somente duas. Também, não é um, entre muitos de muitos. É o melhor argumento contra pesquisa genética. É o melhor exemplo de que o aborto nem sempre funciona. É o motivo pelo qual a taxa de natalidade tem baixado. É tão idiota que não consegue atar o cadarso do sapato. Seu maior prazer é mijar na areia da praia, fazer um buraco e enterrar uma banana nele, já que não sabe descascá-la. Ele é inigualável, mas a Humanidade inteira ainda tem esperança. É mais irritante que larva de vulcão, incomoda mais que o zumbido da Hermengarda, a mosca azul de banheiro que ele cria.
Ele tem os pés pequenos como um veadinho, ou, como é mesmo aquele animal de focinho em forma de tomada? Agora, está tão magro que poderia ser eleito o mascote do Programa Fome Zero, tornar-se garoto de programa e ganhar algum com a propaganda. Está tão magro que, quando bebe um suco de uva, ou chupa um picolé de groselha, fica parecendo um termômetro. Seu desejo mais recente foi o de tatuar-se, pra despistar as manchas.
Como se vê, é um quadro tão erótico como um acidente de trânsito. Já o aconselhei a ir brincar na pista de uma rodovia qualquer, mas ele é preguiçoso. Guardo a foto dele comigo, pois os eméticos estão muito caros e, quando lembro dele, recorro à foto.
