O que é isso, seu Mário? Botando essa coisa pra fora, dentro do elevador? Tem vergonha não, homem velho desse jeito? Tô nem olhando! Por mim, pode guardar que nem tô nem aí. Não encosta em mim, seu Mário. Pode entrar gente a qualquer hora, qualquer andar. Pode parar, velhinho, que não vou nem mexer. Magina, nada que ver! Daquela vez foi no terraço. É diferente, noite e escuro, mas dava para ver se alguém assomasse. Tá, só um pouquinho, uma apertadinha só e depois bota essa vergonha pra dentro da calça, por favor. Aqui, no elevador? Deve estar mesmo, só louco para pedir coisa dessas. E já tamos chegando no andar. Não diga essas coisas, seu Mário, velho safadinho... Só um pouquinho. Ah! Se meu marido souber e se dona Marta... Pronto, Olh’aí, não falei? Chegamos... Dona Justina! Vai descer? Nós estamos subindo. Tá bem, obrigado. Até mais ver! Viu, safado?Justo a mulher do síndico! Meu Deus, será que ela percebeu? Como, e daí? Fico queimada no prédio, depois quem vai me dar serviço se um dia eu tiver que sair de sua casa? Pronto, chegamos, graças a Deus!