Aqui! Tó aqui na janela. Vendo se promete chuva mais tarde, na minha hora de ir embora. Desencosta daí velhinho safado! Já percebi o que tá querendo. Mas não cansa nunca? Não teve anteontem na sala? E não! Não vou levantar saia nenhuma. Pode botar esse negocio indecente para dentro da roupa e tirar essa mão sem vergonha daí, mesmo neste escurinho to percebendo suas intenções, velhinho tarado. Mas será o Benedito que a gente nem pode olhar sossegada pela janela? Já, sim! Mas só para meu marido. Não vou entregar meu rabicô para um taradinho como o senhor, mesmo sendo meu patrão. E daí? Nem com azeite de Portugal! Abro não! Sua mulher foi no médico, e daí? Ela vai voltar, não? E já deve ta aparecendo por aí, a coitada. Tem vergonha não, velho desbocado! Ai! Devagar com isso. Aí. Não vou sacudir coisa nenhuma! As coisas que faço para este velhinho degenerado. Fala baixo, velhote, estamos na janela do prédio. Alguém pode perceber. Mesmo com a luz apagada. Sim, sim, estou sentindo, não precisa ficar nervoso. Ai! Velho assanhado. Sei que meu traseiro é grande. Sei, sim. E gostoso também? Assim que você prefere, né, velhote? Eu sei. Tá bom, eu também gosto, sim. Cala essa boca. Mexo sim. Ah!, se meu marido souber! Que foi isso? Quem ascendeu a luz? Dona Marta! Já voltou? Nem escutei a senhora chegar...